04/05/2023
Bancários repudiam manutenção da Selic em 13,75%

Mais uma vez, a sexta seguida e a segunda no atual governo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve em 13,75% ao ano a taxa básica de juros. Era uma decisão já esperada, apesar das críticas que o BC vem recebendo, do governo, do setor produtivo e de movimentos sociais, pelo nível dos juros no país.
No informe publicado ao término da reunião, na noite de quarta-feira (3), o Copom afirma que permanecem “cenários de risco” para a inflação. A decisão foi unânime, mas com um voto a menos, de um total de nove: a diretora Carolina de Assis Barros não participou dos dois dias de sessão, devido a falecimento em família. A próxima reunião do colegiado será realizada em 20 e 21 de junho.
Arcabouço e combustíveis
Ainda segundo o Copom, o cenário externo segue adverso, enquanto o ambiente doméstico tem um esperado movimento de desaceleração da atividade econômica, “ainda que exibindo maior resiliência no mercado de trabalho”. Sobre a inflação ao consumidor, os integrantes do comitê dizem que segue acima do intervalo compatível com o cumprimento de metas. E voltam a falar na proposta do governo para o chamado arcabouço fiscal, citando “a incerteza ainda presente sobre o desenho final” do projeto a ser aprovado pelo Congresso. Ao mesmo tempo, afirmam que a proposta, aliada à reoneração dos combustíveis, “reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal”.
Assim, o Copom reafirma que seguirá “vigilante”, ainda sem sinalizar alguma redução da taxa. Pelo contrário: diz que poderá aplicar aumentos, dependendo do comportamento da inflação. “O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária”, acrescenta.
Na avaliação do diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Luiz Eduardo Campolungo, a decisão trata-se de um insensibilidade social, que prolonga efeitos nocivos ao país, atrasando a recuperação da economia.
"Repudiamos a política monetária praticada hoje pelo BC, que penaliza os mais pobres e o desenvolvimento industrial, impedindo que o Brasil aumente investimentos no setor produtivo para a economia voltar crescer e gerar emprego e renda. A ausência de sintonia do Banco Central com o esforço de retomada do crescimento econômico do governo democrático e popular prejudica o país e sua população, e só demonstra que a instituição não está a serviço dos interesses do povo, mas sim dos banqueiros e dos super-ricos, os únicos beneficiados com a prática de juros elevadíssimos, porque aumentam seus ganhos com a especulação em títulos públicos, a despeito do aumento da miséria e do endividamento das famílias", criticou o diretor.
10 motivos para o BC baixar a taxa de juros do Brasil, a maior do mundo
1 - Aumenta o endividamento das famílias
As famílias brasileiras estão cada vez mais endividadas. Pelo quarto ano consecutivo houve um aumento. Em 2022, o endividamento bateu outro recorde e atingiu 77,9% das famílias brasileiras de todas as faixas de renda. O percentual é sete pontos maior do que o registrado em 2021 (70,9%).
Os juros altos aumentam o valor das dívidas deixando as famílias cada vez mais afundadas numa crise financeira sem fim.
2 - Crédito mais caro
Contrair um empréstimo financeiro seja para quitar dívidas ou investir num negócio fica muito caro. A Selic determina a taxa de juros cobrada nas operações de empréstimos. Porém, em vez de as instituições financeiras se basearem na taxa Selic para a cobrança de juros, elas cobram além dela. Assim quanto maior a Selic, maior serão os juros cobrados.
Levantamento do Procon-SP revela que neste mês de março, a taxa média do empréstimo pessoal foi de 7,63% ao mês. Já no cheque especial, desde fevereiro de 2021, a taxa média permanece em 7,96%.
Utilizar o rotativo do cartão de crédito também não é uma boa opção. Os juros do rotativo chegaram a 411,5% ao ano em janeiro de 2023, segundo o BC.
3 - Juros altos favorece 1% mais ricos do país
A Selic ficar neste patamar só interessa a 1% da elite econômica do país que compra títulos do governo para investimentos (a arrecadação dos governos depende de impostos recolhidos e parte de títulos vendidos no mercado), e a cerca de 10% da classe média que têm aplicações financeiras, pois com a alta dos juros vale mais a pena deixar o dinheiro aplicado em algum título do governo do que abrir uma empresa e gerar empregos, explicou o economista e professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor. São os chamados rentistas que vivem dos juros de suas aplicações.
4 - Aumento da dívida pública
A cada aumento de 1% na taxa de juros, a dívida líquida do setor público cresce R$ 38 bilhões, segundo o economista da Unicamp, Marcio Pochmann. “Como a Selic aumentou 11,75 pontos percentuais entre agosto de 2020 (2%) e dezembro de 2022 (13,75%), o impacto foi de R$ 446,5 bilhões”.
É dinheiro pago por todos os contribuintes para os mais ricos que podem comprar títulos do tesouro nacional, já que têm garantia de pagamento pelo governo federal, a partir da arrecadação de tributos e impostos pagos por todos nós.
5 - Impedem investimentos sociais
Como o governo tem de remunerar os compradores de títulos públicos de acordo com a Selic, a União fica cada vez mais endividada, não sobrando dinheiro para investir em benefícios sociais como o Bolsa Família e o Farmácia Popular, entre outros.
6 – Paralisa obras essenciais
Os bilhões pagos pelo governo federal com a dívida pública impedem também a construção e reparos em estradas, a construção de moradia popular, a construção de açudes, escolas, creches e outros próprios públicos. Há no país 14 mil obras paradas, que podem gerar emprego e renda para os trabalhadores e melhorar o caixa das empresas.
7 - Dificulta a compra de bens materiais
A alta de juros também é sentida no crédito imobiliário para a compra da casa própria e nos bens de consumo como geladeiras, fogões, carros, celulares, entre outros. Com as empresas tendo de pagar juros maiores a tendência é transferir para o consumidor essa conta.
8 – Impede a geração de empregos
Sem dinheiro de capital de giro para investimento, tanto grandes como pequenas empresas diminuem as contratações com receio de não conseguir pagar as dívidas, até mesmo por falta de compradores para os seus produtos, já que o endividamento das famílias impede que elas consumam. É um círculo vicioso. Um exemplo é a fábrica da Mercedes no Brasil e outras montadoras que deram férias coletivas a seus trabalhadores. Com os juros altos, sobram veículos nos pátios.
9 – Impede a distribuição de renda
Sem geração de empregos não há renda, sem renda não há consumo, sem consumo as empresas não investem, sem investimento não há empregos... É um círculo sem fim.
10 – Trava a economia
Sem a roda da economia girando o governo não arrecada, sem arrecadação a economia trava e os mais pobres passam fome e a classe média empobrece.
No informe publicado ao término da reunião, na noite de quarta-feira (3), o Copom afirma que permanecem “cenários de risco” para a inflação. A decisão foi unânime, mas com um voto a menos, de um total de nove: a diretora Carolina de Assis Barros não participou dos dois dias de sessão, devido a falecimento em família. A próxima reunião do colegiado será realizada em 20 e 21 de junho.
Arcabouço e combustíveis
Ainda segundo o Copom, o cenário externo segue adverso, enquanto o ambiente doméstico tem um esperado movimento de desaceleração da atividade econômica, “ainda que exibindo maior resiliência no mercado de trabalho”. Sobre a inflação ao consumidor, os integrantes do comitê dizem que segue acima do intervalo compatível com o cumprimento de metas. E voltam a falar na proposta do governo para o chamado arcabouço fiscal, citando “a incerteza ainda presente sobre o desenho final” do projeto a ser aprovado pelo Congresso. Ao mesmo tempo, afirmam que a proposta, aliada à reoneração dos combustíveis, “reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal”.
Assim, o Copom reafirma que seguirá “vigilante”, ainda sem sinalizar alguma redução da taxa. Pelo contrário: diz que poderá aplicar aumentos, dependendo do comportamento da inflação. “O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária”, acrescenta.
Na avaliação do diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Luiz Eduardo Campolungo, a decisão trata-se de um insensibilidade social, que prolonga efeitos nocivos ao país, atrasando a recuperação da economia.
"Repudiamos a política monetária praticada hoje pelo BC, que penaliza os mais pobres e o desenvolvimento industrial, impedindo que o Brasil aumente investimentos no setor produtivo para a economia voltar crescer e gerar emprego e renda. A ausência de sintonia do Banco Central com o esforço de retomada do crescimento econômico do governo democrático e popular prejudica o país e sua população, e só demonstra que a instituição não está a serviço dos interesses do povo, mas sim dos banqueiros e dos super-ricos, os únicos beneficiados com a prática de juros elevadíssimos, porque aumentam seus ganhos com a especulação em títulos públicos, a despeito do aumento da miséria e do endividamento das famílias", criticou o diretor.
10 motivos para o BC baixar a taxa de juros do Brasil, a maior do mundo
1 - Aumenta o endividamento das famílias
As famílias brasileiras estão cada vez mais endividadas. Pelo quarto ano consecutivo houve um aumento. Em 2022, o endividamento bateu outro recorde e atingiu 77,9% das famílias brasileiras de todas as faixas de renda. O percentual é sete pontos maior do que o registrado em 2021 (70,9%).
Os juros altos aumentam o valor das dívidas deixando as famílias cada vez mais afundadas numa crise financeira sem fim.
2 - Crédito mais caro
Contrair um empréstimo financeiro seja para quitar dívidas ou investir num negócio fica muito caro. A Selic determina a taxa de juros cobrada nas operações de empréstimos. Porém, em vez de as instituições financeiras se basearem na taxa Selic para a cobrança de juros, elas cobram além dela. Assim quanto maior a Selic, maior serão os juros cobrados.
Levantamento do Procon-SP revela que neste mês de março, a taxa média do empréstimo pessoal foi de 7,63% ao mês. Já no cheque especial, desde fevereiro de 2021, a taxa média permanece em 7,96%.
Utilizar o rotativo do cartão de crédito também não é uma boa opção. Os juros do rotativo chegaram a 411,5% ao ano em janeiro de 2023, segundo o BC.
3 - Juros altos favorece 1% mais ricos do país
A Selic ficar neste patamar só interessa a 1% da elite econômica do país que compra títulos do governo para investimentos (a arrecadação dos governos depende de impostos recolhidos e parte de títulos vendidos no mercado), e a cerca de 10% da classe média que têm aplicações financeiras, pois com a alta dos juros vale mais a pena deixar o dinheiro aplicado em algum título do governo do que abrir uma empresa e gerar empregos, explicou o economista e professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor. São os chamados rentistas que vivem dos juros de suas aplicações.
4 - Aumento da dívida pública
A cada aumento de 1% na taxa de juros, a dívida líquida do setor público cresce R$ 38 bilhões, segundo o economista da Unicamp, Marcio Pochmann. “Como a Selic aumentou 11,75 pontos percentuais entre agosto de 2020 (2%) e dezembro de 2022 (13,75%), o impacto foi de R$ 446,5 bilhões”.
É dinheiro pago por todos os contribuintes para os mais ricos que podem comprar títulos do tesouro nacional, já que têm garantia de pagamento pelo governo federal, a partir da arrecadação de tributos e impostos pagos por todos nós.
5 - Impedem investimentos sociais
Como o governo tem de remunerar os compradores de títulos públicos de acordo com a Selic, a União fica cada vez mais endividada, não sobrando dinheiro para investir em benefícios sociais como o Bolsa Família e o Farmácia Popular, entre outros.
6 – Paralisa obras essenciais
Os bilhões pagos pelo governo federal com a dívida pública impedem também a construção e reparos em estradas, a construção de moradia popular, a construção de açudes, escolas, creches e outros próprios públicos. Há no país 14 mil obras paradas, que podem gerar emprego e renda para os trabalhadores e melhorar o caixa das empresas.
7 - Dificulta a compra de bens materiais
A alta de juros também é sentida no crédito imobiliário para a compra da casa própria e nos bens de consumo como geladeiras, fogões, carros, celulares, entre outros. Com as empresas tendo de pagar juros maiores a tendência é transferir para o consumidor essa conta.
8 – Impede a geração de empregos
Sem dinheiro de capital de giro para investimento, tanto grandes como pequenas empresas diminuem as contratações com receio de não conseguir pagar as dívidas, até mesmo por falta de compradores para os seus produtos, já que o endividamento das famílias impede que elas consumam. É um círculo vicioso. Um exemplo é a fábrica da Mercedes no Brasil e outras montadoras que deram férias coletivas a seus trabalhadores. Com os juros altos, sobram veículos nos pátios.
9 – Impede a distribuição de renda
Sem geração de empregos não há renda, sem renda não há consumo, sem consumo as empresas não investem, sem investimento não há empregos... É um círculo sem fim.
10 – Trava a economia
Sem a roda da economia girando o governo não arrecada, sem arrecadação a economia trava e os mais pobres passam fome e a classe média empobrece.
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