18/07/2019
Desemprego maior entre jovens aumenta inadimplência no país, diz pesquisa do Serasa

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Quando se formou em História, aos 24 anos, Ruan Carlos dos Santos jamais imaginou que passaria outros três anos procurando emprego em sua área de atuação. Morador do Recreio, na zona oeste do Rio de Janeiro, ele chegou a dar aulas em uma escola privada, mas o salário deixou de ser pago devido à crise econômica. A reportagem é do Brasil de Fato.
“Minha rotina é distribuir currículos, mas ainda assim o telefone não toca e só aparecem vagas intermitentes. Minha angústia, na época da faculdade, era não encontrar espaço na minha área, hoje meu receio é não encontrar vaga nenhuma”, conta Ruan, que chegou a elaborar dois currículos, um para professor e outro voltado para vagas que exigem apenas o ensino médio.
Afetado pelo desemprego que atinge 12,7%, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ruan ainda se preocupa com a dívida de R$ 4 mil que deixou com o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), o programa social que permitiu a ele se matricular e cursar a graduação em uma universidade privada.
> Caged: bancos eliminaram 2.079 postos de trabalho entre janeiro e maio
Um levantamento recente do Serasa Experian mostra que o Brasil tem 62,8 milhões de inadimplentes, o que representa 40,1% da população adulta do Brasil com dívidas. E a cada 10 inadimplentes, três são jovens das periferias. Estes jovens, que compreendem 16,8% de toda a população brasileira, são o grupo com maior representatividade (32%) entre aqueles com dívidas não pagas.
Para a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Maria Andreia Lameiras, há uma relação direta entre desemprego e inadimplência. Em entrevista ao Brasil de Fato, a pesquisadora afirma que a população mais jovem a entrar no mercado de trabalho é a mais atingida.
“Os mais jovens são os primeiros a serem mandados embora, porque são os menos experientes e porque suas demissões são as mais baratas para o empregador, já que eles foram os últimos a entrar na empresa. Esse mesmo jovem é o que mais tem dificuldade para voltar a se empregar, já que, no acirramento da crise, ele concorre com adultos mais experientes e que também estão desempregados”, explica a pesquisadora.
Segundo o Ipea, a população de 18 a 24 anos é a que mais tempo sofre com o chamado desemprego de longo prazo, que é a parcela que está há mais de dois anos em busca de uma vaga. “E os jovens são a parcela que mais cresce”, completa Maria Andreia Lameiras, lembrando que o desemprego nessa faixa etária é de 27,3%, bem maior que a média nacional (12,7%).
Com ataques ao IBGE, que divulga os dados sobre desemprego, e sem anunciar políticas sólidas para criar novos postos de trabalho, o presidente Jair Bolsonaro é criticado por Ruan, que ainda não exerceu sua profissão. “Não vejo muito perspectiva a curto e médio prazo, principalmente porque o foco do governo é em questões secundárias, como as de comportamento, e não de emprego”.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio Mathias explica que, assim como as demais categorias, os bancários também estão sendo extremamente prejudicados pelas políticas neoliberais do governo Bolsonaro, com redução de postos de trabalho e demissões em massa.
Ele acrescenta que esse é o momento de dar o recado de que basta de desemprego e de retirada de direitos. "Os bancos se aproveitam das decisões neoliberais do governo para utilizarem de uma política que visa a lucratividade máxima, ignorando seu papel social no crescimento do Brasil. Lucram cada dia mais, independente das condições do país. Se não houver políticas de geração de emprego e renda, não há desenvolvimento. Exigimos dessas instituições mais responsabilidade com toda a sociedade", afirma o diretor.
“Minha rotina é distribuir currículos, mas ainda assim o telefone não toca e só aparecem vagas intermitentes. Minha angústia, na época da faculdade, era não encontrar espaço na minha área, hoje meu receio é não encontrar vaga nenhuma”, conta Ruan, que chegou a elaborar dois currículos, um para professor e outro voltado para vagas que exigem apenas o ensino médio.
Afetado pelo desemprego que atinge 12,7%, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ruan ainda se preocupa com a dívida de R$ 4 mil que deixou com o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), o programa social que permitiu a ele se matricular e cursar a graduação em uma universidade privada.
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Um levantamento recente do Serasa Experian mostra que o Brasil tem 62,8 milhões de inadimplentes, o que representa 40,1% da população adulta do Brasil com dívidas. E a cada 10 inadimplentes, três são jovens das periferias. Estes jovens, que compreendem 16,8% de toda a população brasileira, são o grupo com maior representatividade (32%) entre aqueles com dívidas não pagas.
Para a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Maria Andreia Lameiras, há uma relação direta entre desemprego e inadimplência. Em entrevista ao Brasil de Fato, a pesquisadora afirma que a população mais jovem a entrar no mercado de trabalho é a mais atingida.
“Os mais jovens são os primeiros a serem mandados embora, porque são os menos experientes e porque suas demissões são as mais baratas para o empregador, já que eles foram os últimos a entrar na empresa. Esse mesmo jovem é o que mais tem dificuldade para voltar a se empregar, já que, no acirramento da crise, ele concorre com adultos mais experientes e que também estão desempregados”, explica a pesquisadora.
Segundo o Ipea, a população de 18 a 24 anos é a que mais tempo sofre com o chamado desemprego de longo prazo, que é a parcela que está há mais de dois anos em busca de uma vaga. “E os jovens são a parcela que mais cresce”, completa Maria Andreia Lameiras, lembrando que o desemprego nessa faixa etária é de 27,3%, bem maior que a média nacional (12,7%).
Com ataques ao IBGE, que divulga os dados sobre desemprego, e sem anunciar políticas sólidas para criar novos postos de trabalho, o presidente Jair Bolsonaro é criticado por Ruan, que ainda não exerceu sua profissão. “Não vejo muito perspectiva a curto e médio prazo, principalmente porque o foco do governo é em questões secundárias, como as de comportamento, e não de emprego”.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio Mathias explica que, assim como as demais categorias, os bancários também estão sendo extremamente prejudicados pelas políticas neoliberais do governo Bolsonaro, com redução de postos de trabalho e demissões em massa.
Ele acrescenta que esse é o momento de dar o recado de que basta de desemprego e de retirada de direitos. "Os bancos se aproveitam das decisões neoliberais do governo para utilizarem de uma política que visa a lucratividade máxima, ignorando seu papel social no crescimento do Brasil. Lucram cada dia mais, independente das condições do país. Se não houver políticas de geração de emprego e renda, não há desenvolvimento. Exigimos dessas instituições mais responsabilidade com toda a sociedade", afirma o diretor.
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