11/04/2019
Definido cronograma para realização do Terceiro Censo da Diversidade Bancária

(Foto: Jailton Garcia / Contraf-CUT)
A proposta do Comando Nacional do Bancários de realização de um programa de capacitação da categoria sobre questões de diversidade como complementação do 3º Censo da Diversidade Bancária foi acatada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), durante a mesa de Igualdade de Oportunidades, realizada na tarde de quarta-feira (9), em São Paulo.
Um Grupo de Trabalho compostos por pessoas indicadas pela Fenaban e pelo Comando vai tratar de detalhes sobre os conteúdos, materiais e mídias a serem utilizados para a formação dos bancários. A ONU Mulheres, a OIT, o Ministério Público do Trabalho e outras entidades serão convidadas a contribuir com a campanha, desde a elaboração do conteúdo.
O dia da primeira reunião ainda não foi definido, mas já tem datas indicativas para maio. A campanha de sensibilização da categoria e da sociedade sobre as questões da diversidade está prevista para começar em junho e se prolongará até outubro, quando se encerrará a fase de questionário, que tem previsão se iniciar no final de agosto. Os resultados serão tabulados e analisados entre novembro e janeiro e os resultados serão divulgados em fevereiro de 2020.
Para a secretária de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rosalina Amorim, que coordena a mesa de negociações com a Fenaban sobre Igualdade de Oportunidades, foi importante sair da reunião com o cronograma de trabalho definido. “Mostra o compromisso de todos com a realização do Censo, que terá seu caráter ampliado”, disse a dirigente.
“Na atual conjuntura, a ampliação do caráter do Censo da Diversidade é uma grande conquista. A sociedade brasileira e mundial está assistindo ao avanço do conservadorismo. As pessoas não têm mais nenhum pudor de mostrarem seus preconceitos, que muitas vezes levam à violência. Não podemos aceitar que isso aconteça em uma sociedade civilizada”, completou Rosalina.
O secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, ressaltou o fato de que antes de responder ao questionário da pesquisa, a categoria participará de uma campanha de sensibilização e conscientização sobre o tema. “Mesmo que eles não se tornem agentes da diversidade, serão sensibilizados e terão informação suficiente para não aceitarem a propagação do preconceito e da violência contra pessoas, pelo simples fato de elas possuírem características pessoais diferentes das que são aceitas socialmente”, disse.
Violência contra as mulheres
Com relação à criação de um canal de atendimento às bancárias vítimas de violência, seja doméstica ou em outro ambiente social, inclusive no trabalho, a Fenaban disse que os bancos estão sensibilizados com sua importância, mas, devido à complexidade do assunto, pediu mais tempo para analisar a proposta. O assunto voltará a ser tratado na próxima reunião.
A secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, ressaltou que não se pode postergar por muito tempo a criação deste espaço. “Todos os dias vemos notícias sobre violência contra mulheres. Esta é uma pauta emergente”, disse.
A secretária de Políticas Sociais da Federação dos Bancários de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Crislaine Bertazzi, também ressaltou a urgência da implantação do canal. “Será muito importante para a trabalhadora bancária saber que pode contar com o acolhimento dos bancos. E a existência de um canal fará com que as bancárias se sintam ainda mais seguras para denunciar seus agressores”.
“E não pensem que isso não acontece com as mulheres de nossa categoria. Em uma delegacia da zona Leste de São Paulo foram registrados 40 casos de violência contra bancárias. Este é um problema que atinge toda a sociedade. Por isso, precisamos agir com rapidez para contribuir com a solução”, cobrou Elaine, ao reforçar que é fundamental as bancárias se sentirem seguras para denunciar. “Não podemos permitir que o discurso com viés conservador torne natural a violência contra a mulher”, concluiu.
É válido lembrar ainda que a violência contra a mulher afeta o desempenho delas no trabalho e atinge em cheio a economia. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará mostra que a violência doméstica gera uma perda de R$ 1 bilhão por ano ao mercado de trabalho. O estudo diz que, em média, as vítimas precisam se ausentar 18 dias do trabalho após sofrer a violência (leia a íntegra da pesquisa).
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