09/04/2019

Aumenta percepção do preconceito no país; Mulheres e negros têm menor remuneração



Uma pesquisa realizada pela Oxfam Brasil e pelo Instituto Datafolha aponta para o aumento da percepção do preconceito no mercado de trabalho em decorrência do gênero e da cor da pele. A Oxfam publicou a pesquisa em seu site na segunda-feira (8).

Os dados mostram que, para 72% dos entrevistados, a cor da pele influencia a decisão de contratação por empresas; 64% acreditam que as mulheres ganham menos do que homens que realizam as mesmas funções pelo simples fato de serem mulheres; e que negros ganham menos devido a cor de suas peles. Na pesquisa anterior, realizada em 2017, eram 57% as pessoas que acreditam que as mulheres ganhavam menos por serem mulheres e 46% os que acreditam que negros ganham menos por serem negros.

“Havia um falácia de que no Brasil não existe preconceito. Sabemos que isso não é verdade. Sempre houve preconceito em nosso país. Isso também pode ser observado nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e nos dois censos realizados na categoria bancária em 2008 e 2014”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

"A discriminação racial ainda é responsável por boa parte das desigualdades sociais do Brasil. O preconceito é resultado não somente da discriminação ocorrida no passado, mas de um processo ainda muito ativo de estereótipos raciais enraizados por muito tempo. Precisamos reverter esse quadro e promover um modelo de desenvolvimento no qual a diversidade seja um dos seus pilares e em que prevaleça a cultura da inclusão e da igualdade. É preciso fazer valer as conquistas já obtidas e pressionar por respeito e avanços", completou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim.

Dados do IBGE mostram que, no Brasil, as mulheres ganham, em média, 20,5% menos que os homens e a renda dos brancos é 76% maior que a dos negros.

“No mercado de trabalho a busca por igualdade de oportunidade tem sido uma constante bandeira defendida pelo Sindicato. Repudiamos qualquer forma discriminação de gênero. Apesar da evolução, as mulheres, infelizmente, ainda são vítimas da discriminação em razão do sexo. As lutas travadas pelo movimento sindical, a exemplo das negociações coletivas, tornaram-se, portanto, fundamentais na conquista de garantias ao trabalho e na busca pela equidade de gênero ao introduzir garantias ausentes na legislação e ampliar os direitos já previstos”, destaca Vicentim.

Censo da Diversidade Bancária

Na categoria bancária, assim como em toda nossa sociedade, este é um problema que persiste. A Contraf-CUT, em conjunto com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) realizará em 2019 o 3º Censo da Diversidade Bancária. “Mas, a ideia é que o censo não apenas traga uma fotografia da realidade do setor, mas se torne uma ferramenta de formação e de transformação da cultura discriminatória que ainda persiste no sistema financeiro e na sociedade brasileira”, explicou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT.

A próxima reunião da mesa de negociações de Igualdade de Oportunidades será na quarta-feira (10).
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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