09/06/2018
Bancários definem pauta de reivindicações específicas dos trabalhadores do Bradesco
Representantes dos trabalhadores do Bradesco de todo o país concluíram, na sexta-feira (8), os debates para atualização da pauta de reivindicações específicas que será entregue ao banco na segunda-feira 11 de junho.
A Campanha Nacional 2018 terá como palco a difícil conjuntura resultante do golpe que colocou no poder um projeto de governo sem respaldo popular caracterizado pelo desmonte do patrimônio público e que gerou o aumento do desemprego e a retirada de inúmeros direitos trabalhistas e sociais.
Mas para o Bradesco a realidade é diferente. Mesmo durante uma das mais profundas crises econômicas da história do país, o banco obteve o maior resultado da sua história em 2017 e lucrou R$ 19 bilhões, crescimento de 11% em relação a 2016.
A façanha é explicada pela mudança na forma de atuação do banco, que consiste em cada vez mais diminuir sua carteira de crédito, aumentar preços das tarifas e serviços cobrados dos clientes, reduzir postos de trabalho, fechar agências, além de investir cada vez mais nas plataformas virtuais (internet banking e aplicativo) e em operações de tesouraria, como aplicações em títulos e em ações negociadas na bolsa de valores.
Em 2017, a carteira de crédito do Bradesco apresentou retração de 4,5%, em relação a 2016. A queda foi concentrada no crédito pessoa jurídica (para empresas).
Entre 2016 e 2017, o crédito pessoa física apresentou pequeno aumento de 2% com empréstimos nos segmentos crédito consignado (13%), imobiliário (4,3%) e veículos, que oferecem pouco ou nenhum risco para o banco. Já o crédito pessoa jurídica caiu 7,5% no ano passado em todas as linhas, como capital de giro (-12,8%), financiamento à exportação (-5,4%) e imobiliário (-7,8%).
Em 2017, a única receita do banco que cresceu foi a prestação de serviços e tarifas cobradas dos clientes, atingindo R$ 24 bilhões com elevação de 11,4% em 12 meses. A inflação em 2017 foi de apenas 2,95%. Apenas a receita de tarifas e serviços cobrados dos clientes, o Bradesco cobre o total de suas despesas de pessoal e ainda restam R$ 3 bilhões.
A extinção de postos de trabalho também caracterizou o Bradesco em um período no qual cerca de 26 milhões de brasileiros estão desempregados ou vivem de subemprego.
Em setembro de 2016, o balanço do banco mostrava aumento de 20.498 trabalhadores em função da aquisição do HSBC. Mas desde então já foram fechados 12.329 postos de trabalho. Portanto, 60% do aumento do emprego resultante da aquisição do HSBC já foi extinta pelo Bradesco.
Além disso, em julho de 2017, o Bradesco lançou o Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE), no qual aderiram 7,4 mil trabalhadores. O custo do plano foi de R$ 2,3 bilhões, mas o efeito anual estimado é uma redução de custo de R$ 1,5 bi por ano. Ou seja, o banco gastou R$ 2,3 bilhões com o PDVE, mas em um ano e meio já terá coberto essa despesa.
Somente nos primeiros três meses de 2018 foram eliminados mais 1.215 postos de trabalho.
O Bradesco não está reduzindo apenas postos de trabalho. Das 845 agências obtidas com a aquisição do HSBC, 629 já foram fechadas.
Prejuízos socializados e lucros cada vez maiores e exclusivos
Mas para os acionistas do banco, os últimos anos foram totalmente diferentes e muito mais favoráveis. Em 2012, o Bradesco distribuiu R$ 3,89 bilhões em dividendos e juros de capital próprio. Uma cifra totalmente livre de impostos graças a uma lei sancionada por Fernando Henrique Cardoso em 1995 (Lei 9.249/95). Em 2017, foram distribuídos R$ 7,02 bilhões. Aumento de mais de 80%.
“Todos esses dados comprovam que o Bradesco contribui cada vez menos para o desenvolvimento econômico e social do país e está completamente imerso na lógica, na qual os ganhos são cada vez mais concentrados e exclusivos entre uma casta de privilegiados, e os prejuízos são socializados entre a imensa maioria da população”, critica a dirigente sindical e bancária do Bradesco Sandra Regina.
“Vamos levar esse debate nos locais de trabalho durante a campanha nacional 2018 e exigir do banco mais responsabilidade social por meio da defesa dos empregos, ampliação dos postos de trabalho, garantias das cláusulas do acordo coletivo, e mais crédito para o desenvolvimento da economia. O Bradesco pode e deve contribuir mais com o Brasil e com a população brasileira, já que obteve o maior lucro da sua história e distribuiu bilhões em dividendos durante uma das piores crises já vividas pelo país”, afirma Sandra.
A Campanha Nacional 2018 terá como palco a difícil conjuntura resultante do golpe que colocou no poder um projeto de governo sem respaldo popular caracterizado pelo desmonte do patrimônio público e que gerou o aumento do desemprego e a retirada de inúmeros direitos trabalhistas e sociais.
Mas para o Bradesco a realidade é diferente. Mesmo durante uma das mais profundas crises econômicas da história do país, o banco obteve o maior resultado da sua história em 2017 e lucrou R$ 19 bilhões, crescimento de 11% em relação a 2016.
A façanha é explicada pela mudança na forma de atuação do banco, que consiste em cada vez mais diminuir sua carteira de crédito, aumentar preços das tarifas e serviços cobrados dos clientes, reduzir postos de trabalho, fechar agências, além de investir cada vez mais nas plataformas virtuais (internet banking e aplicativo) e em operações de tesouraria, como aplicações em títulos e em ações negociadas na bolsa de valores.
Em 2017, a carteira de crédito do Bradesco apresentou retração de 4,5%, em relação a 2016. A queda foi concentrada no crédito pessoa jurídica (para empresas).
Entre 2016 e 2017, o crédito pessoa física apresentou pequeno aumento de 2% com empréstimos nos segmentos crédito consignado (13%), imobiliário (4,3%) e veículos, que oferecem pouco ou nenhum risco para o banco. Já o crédito pessoa jurídica caiu 7,5% no ano passado em todas as linhas, como capital de giro (-12,8%), financiamento à exportação (-5,4%) e imobiliário (-7,8%).
Em 2017, a única receita do banco que cresceu foi a prestação de serviços e tarifas cobradas dos clientes, atingindo R$ 24 bilhões com elevação de 11,4% em 12 meses. A inflação em 2017 foi de apenas 2,95%. Apenas a receita de tarifas e serviços cobrados dos clientes, o Bradesco cobre o total de suas despesas de pessoal e ainda restam R$ 3 bilhões.
A extinção de postos de trabalho também caracterizou o Bradesco em um período no qual cerca de 26 milhões de brasileiros estão desempregados ou vivem de subemprego.
Em setembro de 2016, o balanço do banco mostrava aumento de 20.498 trabalhadores em função da aquisição do HSBC. Mas desde então já foram fechados 12.329 postos de trabalho. Portanto, 60% do aumento do emprego resultante da aquisição do HSBC já foi extinta pelo Bradesco.
Além disso, em julho de 2017, o Bradesco lançou o Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE), no qual aderiram 7,4 mil trabalhadores. O custo do plano foi de R$ 2,3 bilhões, mas o efeito anual estimado é uma redução de custo de R$ 1,5 bi por ano. Ou seja, o banco gastou R$ 2,3 bilhões com o PDVE, mas em um ano e meio já terá coberto essa despesa.
Somente nos primeiros três meses de 2018 foram eliminados mais 1.215 postos de trabalho.
O Bradesco não está reduzindo apenas postos de trabalho. Das 845 agências obtidas com a aquisição do HSBC, 629 já foram fechadas.
Prejuízos socializados e lucros cada vez maiores e exclusivos
Mas para os acionistas do banco, os últimos anos foram totalmente diferentes e muito mais favoráveis. Em 2012, o Bradesco distribuiu R$ 3,89 bilhões em dividendos e juros de capital próprio. Uma cifra totalmente livre de impostos graças a uma lei sancionada por Fernando Henrique Cardoso em 1995 (Lei 9.249/95). Em 2017, foram distribuídos R$ 7,02 bilhões. Aumento de mais de 80%.
“Todos esses dados comprovam que o Bradesco contribui cada vez menos para o desenvolvimento econômico e social do país e está completamente imerso na lógica, na qual os ganhos são cada vez mais concentrados e exclusivos entre uma casta de privilegiados, e os prejuízos são socializados entre a imensa maioria da população”, critica a dirigente sindical e bancária do Bradesco Sandra Regina.
“Vamos levar esse debate nos locais de trabalho durante a campanha nacional 2018 e exigir do banco mais responsabilidade social por meio da defesa dos empregos, ampliação dos postos de trabalho, garantias das cláusulas do acordo coletivo, e mais crédito para o desenvolvimento da economia. O Bradesco pode e deve contribuir mais com o Brasil e com a população brasileira, já que obteve o maior lucro da sua história e distribuiu bilhões em dividendos durante uma das piores crises já vividas pelo país”, afirma Sandra.
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