Bradesco é condenado a indenizar aposentado em R$ 8,5 mil por demora em atendimento
Um aposentado de 65 anos vai receber R$ 8,5 mil do Bradesco por ter ficado mais de uma hora para ser atendido, na fila de uma agência em Cuiabá (MT). A decisão da 7ª Comarca Civil de Cuiabá foi publicada na última sexta-feira 6 e teve como base a Lei Municipal nº. 4.069/01, que limita o tempo de espera por atendimento na cidade em 15 minutos.
Na ação, o Bradesco alegou que a espera de uma hora e onze minutos foi apenas um ‘mero desconforto’ para o aposentado e que isso não justificaria pagamento de indenização por dano moral.
O magistrado que condenou o banco, entretanto, disse que as instituições bancárias se recusam a cumprir as leis municipais por se acharem acima delas, e que a Câmara Municipal fez bem em fixar um tempo máximo de atendimento.
“Os bancos se recusam a cumprir leis municipais achando que estão acima de tais normas, porque são regidos pelas normas do Banco Central, mas bem acertada foi a decisão da Câmara Municipal desta cidade em fixar tempo máximo em que o cidadão/usuário dos serviços bancários tenha que ficar numa fila de espera”, asseverou o magistrado.
“Quando porventura algum banco encontra-se em perigo, o Estado se apressa em lhe socorrer, pior com o nosso dinheiro. Ao mesmo tempo, são veiculados na mídia os bilhões de lucros em trimestre de bancos, que as taxas de serviços cobrem quase toda a totalidade do custo operacional. Além do mais não é normal um usuário/cliente de um banco ficar mais de uma hora em uma fila, além de ser um idoso de 65 (sessenta e cinco) anos”, criticou.
Júlio César Trigo, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região explica que o tempo previsto de espera segundo a legislação varia, no máximo, até 20 minutos e, excepcionalmente, há tolerância de 10 minutos em dias de pagamento e dias que antecedem feriados prolongados. O descumprimento das leis e o aumento do tempo de espera por atendimento é reflexo do crescente número de demissões.
"Nos últimos meses o banco vem demitindo em massa, o que compromete o atendimento, além de prejudicar o próprio bancário, que fica sobrecarregado. Mesmo com desfalque de funcionários nas agências, os bancários que permanecem são obrigados a continuar batendo as metas como se o quadro estivesse completo. O nível de cobrança é altíssimo, os bancários estão a beira de um colapso e o banco continua demitindo. Só pensam em lucro", critica o dirigente.
MAIS NOTÍCIAS
- Movimento sindical bancário debate relações de trabalho e sistema financeiro em encontro com sindicalistas chineses
- Diretoria do Sindicato participa de curso sobre Inovação Estratégica promovido pela Fetec-CUT/SP
- ‘Bet da Caixa’ representa risco para a sociedade e causa preocupação
- Dedução das contribuições extraordinárias no IRPF será julgada no STJ
- Cooperativas e fintechs desafiam bancos com "concorrência desleal"
- Dica cultural: Mostra COP30 na FatoFlix amplia debate do papel do Brasil na transição ecológica
- Quatro milhões de pessoas terão de fazer prova de vida no INSS
- Coordenadora da COE Itaú rebate declarações do presidente do banco sobre demissões em massa e defende trabalhadores injustiçados
- Bradesco encerra emissão de cheques para pessoas físicas e MEIs em dezembro
- 4ª Conferência Nacional LGBTQIA+ marca a retomada do orgulho e da esperança
- Reforma Administrativa é cópia de PEC 32 e abre portas a apadrinhados em cargos públicos
- Sindicato Cidadão: Festa dos Bancários arrecada mais de 150 kg de alimentos em ação solidária
- Movimento sindical critica postura do Mercantil por demitir dirigentes sindicais e desrespeitar a CCT da categoria
- Sob ataques à direitos históricos e metas inalcançáveis, bancários do BB vivem clima de exaustão: Sindicato denuncia descaso da direção em Dia Nacional de Luta
- Confira a programação do VIII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro e garanta sua inscrição