Metas são abordadas na primeira mesa de negociação sobre aditivo do Santander
Na primeira mesa de negociação para renovação do acordo aditivo com o Santander, os integrantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE), formada por dirigentes sindicais de todo o país, deixaram claro aos representantes do banco que a melhoria das condições de trabalho, com revisão da forma como são instituídas as metas, e garantia de emprego estão entre as prioridades dos trabalhadores.
“Os temas mais caros para nós são emprego, já que a rotatividade no banco é muito grande, e a questão das metas abusivas, que levam ao adoecimento”, informa a coordenadora da COE, Maria Rosani, que participou da reunião na quinta-feira 19.
Mas os representantes do Santander não trouxeram resposta a nenhuma das reivindicações da pauta, entregue em 12 de maio. “O banco não trouxe respostas, embora a maioria das cláusulas para o aditivo sejam conhecidas. Nem mesmo houve resposta para as já existentes que precisam apenas ser renovadas. Mas trata-se de uma primeira reunião. Esperamos que as negociações avancem a partir da segunda rodada”, diz Rosani, sobre a negociação ainda sem data definida.
Os dirigentes ressaltaram que o Santander está demitindo, e os principais alvos são funcionários com histórico de adoecimento e com mais tempo de casa, portanto, salários mais altos. “Queremos avançar em cláusulas baseadas na Convenção 158 da OIT [Organização Internacional do Trabalho], contra demissões imotivadas e por estabilidade no emprego. Lembramos ao banco que parte dos trabalhadores do Santander já tiveram estabilidade, quando eram do Banespa, e nem por isso o Banespa deixava de dar lucro. Ou seja, é possível dar tranquilidade ao trabalhador sem resultar em mau desempenho para a empresa”, argumentou a dirigente.
Os integrantes da COE destacaram ainda que o Santander não demite na Espanha, seu país de origem. “Quando há reestruturação lá, ou fechamento de agências, eles realocam. Queremos que o banco adote a mesma política no Brasil”, acrescentou.
Para o movimento sindical, a melhoria das condições de trabalho passa por mudanças na forma como são determinadas e cobradas as metas. “A pressão constante pelo cumprimento de metas cada vez mais difíceis levam ao adoecimento do trabalhador. Entendemos que este ano temos de avançar nessa questão”, disse Maria Rosani.
Os dirigentes deram diversos exemplos do que precisa ser revisto. Segundo eles, é preciso que a meta contratada para o mês, possa de fato ser cumprida até o final do mês, e não nos primeiros 10 dias, como costuma ocorrer no banco. Outro ponto é que a meta tem de ser compatível com o tamanho da agência e sua localização. Eles reivindicam ainda que, em caso de redução no número de funcionários na agência, também haja redução da meta.
Outro problema no Santander é o trabalhador ser cobrado por metas todos os 12 meses do ano. “Ou seja, para sair de férias, ele tem de cumprir a meta de dois meses. Ou então, como acontece quase sempre, ele se vê obrigado a fracionar as férias.”
Há ainda o fato de que a somatória das metas individuais não alcança a meta de agência. “Assim, os bancários veem-se obrigados a cumprir mais do que os 100% da sua meta individual, já que para ter direito à remuneração variável, tem de cumprir também o estipulado para sua unidade. Ou seja, são vários pontos que precisam ser revistos e vamos cobrar isso do banco nas mesas de negociação”, reforçou a dirigente.
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