02/02/2015

Em semana intensa, bancários debatem saúde, segurança e abertura de capital da Caixa

Abraço ao prédio da Caixa em São Paulo, debates, reuniões e negociações. Assim foi a última semana de janeiro para os delegados sindicais da Caixa Econômica Federal.
 
Caixa é patrimônio do povo brasileiro
 
A primeira atividade foi na terça-feira, dia 27, na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região, onde os representantes dos empregados se reuniram em defesa da instituição financeira como 100% pública. Os empregados da Caixa na base sindical de Catanduva estiveram representados pelo dirigente sindical Antônio Júlio Gonçalves Neto. Também esteve presente a deputada federal e empregada do banco Érika Kokay (PT-DF) (foto à direita), a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados, Fabiana Matheus, a representante dos trabalhadores no Conselho Administrativo do banco, Rita Serrano, além de dirigentes sindicais da Fetec-CUT/SP e dos demais sindicatos do estado de São Paulo.
 
O movimento sindical se posicionou contra a suposta abertura de capital da Caixa, divulgada pela imprensa no final do ano passado. “É importante que os trabalhadores tenham um banco totalmente público e forte. Nós temos a Caixa, e não vamos abrir mão dela”, afirma Tony Gonçalves.
 
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região ressalta que a Caixa cumpre um importante papel social no país: “Foi graças aos bancos públicos que o Brasil não sucumbiu às crises internacionais de 2008 e 2010. Os juros cobrados por essas instituições financeiras, muito abaixo dos que são cobrados pelos bancos privados, foram os responsáveis por manter o crédito dos brasileiros mesmo em tempos de crise mundial”.
 
O abraço
 
Mas o debate não ficou somente entre as quatro paredes do Auditório Azul do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Na quarta-feira, 28, os empregados foram as ruas protestar contra a abertura de capital da Caixa e, em um gesto simbólico, abraçaram o prédio do banco localizado na Avenida Paulista, na capital do estado.
 
A corrente feita ao redor do prédio uniu dirigentes sindicais e empregados com um só propósito: defender a Caixa como patrimônio do povo brasileiro. De acordo com o diretor Tony Gonçalves, o ato reforçou a união dos trabalhadores: “Ameaças de privatização não vão abalar a unidade dos empregados. Nós estamos mais unidos do que nunca em defesa de um bem que é nosso e de todos os brasileiros”.
 
Reunião da comissão paritária: frustrada
 
Em reunião realizada em Brasília, também na quarta-feira, 28, os representantes dos empregados da Caixa saíram frustrados em relação ao debate dos critérios da sistemática de promoção por mérito do exercício de 2015, que definirá os empregados contemplados com a promoção em 2016.
 
A proposta apresentada pelo banco usa como critérios de pontuação o resultado da unidade no AV Caixa, instrumento de medição de resultados, e as AREGs (Autorização de Regularização do Ponto Eletrônico). Os empregados, contudo, são contra, pois consideram um retrocesso vincular promoções por mérito às metas impostas pela instituição. De acordo com os representantes dos trabalhadores esse critério é uma lógica utilizada por bancos privados, além de penalizar os bancários.
 
O assunto voltará a ser debatido em uma nova reunião já marcada para o dia 4 de fevereiro.
 
Fórum regional sobre condições de trabalho
 
Já na quinta-feira, dia 29, dirigentes sindicais se reuniram na sede da Fetec-CUT/SP para o Fórum Regional de Condições de Trabalho da Caixa Econômica Federal que, de acordo com os empregados, visa facilitar trâmites para resoluções concretas de questões de infraestrutura e outras que têm afetado os trabalhadores.
 
Durante a reunião, os representantes dos trabalhadores apresentaram diversas situações enfrentadas pelos empregados em seus locais de trabalho, como problemas estruturais (infiltrações, falta de ar condicionado, etc) e falhas na segurança (portas giratórias quebradas, ausência de biombos, entre outros).
 
O encontro reuniu, além dos dirigentes sindicais, gestores da Gipes (pessoal), Gilog, Giseg, Giret, advogado da Caixa e representante do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho).
 
De acordo com o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, que esteve no Fórum, esta foi uma oportunidade de discutir e resolver diversos problemas enfrentados nas agências: “Nós estávamos debatendo diretamente com os responsáveis pelos setores que podem solucionar os problemas estruturais e de segurança, por isso, esse Fórum trará muitos benefícios para os empregados da Caixa”.
 
Gestores e dirigentes sindicais estiveram de acordo em vários pontos, como por exemplo a , a necessidade de que haja gerenciamento dos TVAs (termos de verificação de ambiência); mais empregados para Gilog (logística), Giseg (segurança) e Giret (retaguarda) e urgência de biombos para separar as baterias de caixas do restante da agência, independentemente de legislação municipal.
 
Contudo, houve discordância em relação à CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). De um lado, os empregados pedem que o documento seja emitido sempre que houver um assalto, roubo, ou atentados em geral à segurança da agência, já os gestores defenderam que a CAT só deve ser emitida se o trabalhador solicitar e, ainda assim, se for comprovado, após avaliação médica, que o empregado foi afetado física ou psicologicamente. “Dessa forma os bancários têm condições de provar à Previdência Social que adoeceram devido a condições inseguras de trabalho, caso venham a sofrer algum dano grave tanto físico quanto psicológico”, explica o diretor Tony Gonçalves.
 
Saúde também é prioridade
 
Finalizando a intensa semana de debates, negociações e reivindicações, representantes dos empregados da Caixa se reuniram em Brasília, também na quinta-feira, 29, para a reunião do GT Saúde Caixa, com o objetivo de prosseguir com o debate sobre a proposta de utilização do superávit do plano.
 
A negociação sobre o tema representa uma das mais importantes conquistas da campanha salarial 2014 e da mesa permanente, graças à mobilização e luta do movimento nacional dos empregados.
 
Até agora, porém, a empresa não cumpriu com o que prevê o aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho 2014/2015, que define a data de 15 de dezembro de 2014 como prazo-limite para a conclusão de uma proposta de metodologia de uso do superávit no âmbito do GT, instância formada por representantes da empresa e dos trabalhadores.
 
Após a assinatura do ACT, foram realizadas duas reuniões no ano passado (30 de outubro e 24 de novembro), mas não houve avanços nas discussões, porque os números apresentados pela Caixa foram insuficientes. Nos dois encontros, inclusive, o clima foi de tensão, já que o gestor do plano, Emerson Martins Garcia, teve um entendimento equivocado a respeito do que foi acordado na campanha salarial do ano passado.
Fonte: Seeb Catanduva, com Seeb São Paulo e Fenae

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