12/12/2023
Bancos reduziram mais de 5.300 postos de trabalho em 2023

Mesmo com a ligeira reversão da movimentação do quadro de emprego bancário, que em outubro registrou saldo positivo de 257 postos de trabalho (3.681 admissões contra 3.424 demissões), o setor bancário fechou, de janeiro a outubro de 2023, 5,3 mil postos de trabalho. No ano, apenas atividades ligadas ao comércio e de teleatendimento fecharam mais postos de trabalho do que o setor bancário.
A redução de postos de trabalho no setor é ainda maior no acumulado de 12 meses (novembro de 2022 a outubro de 2023). No período os bancos fecharam 5.712 de postos. Se considerarmos apenas os “bancos múltiplos com carteira comercial”, subdivisão que engloba os principais bancos privados e o Banco do Brasil, o saldo negativo foi ainda maior, chegando a 5.848 vagas a menos.
“Os bancos tentam justificar a redução de postos de trabalho apresentando dados que mostram o aumento do uso de transações pela internet e nos caixas de autoatendimento. Mas, durante a pandemia, pudemos ver que, apesar de estes tipos de transações terem aumentado, muita gente tem necessidade ou prefere o atendimento presencial humanizado”, observou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale.
“O resultado é que, com a redução de postos de trabalho, somada ao fechamento de agências, os bancários que permanecem empregados ficam sobrecarregados e adoecem, porque têm que cumprir diversas tarefas do dia a dia e, ao mesmo tempo, atingir as metas de vendas de produtos bancários”, completou o dirigente da Contraf-CUT ao ressaltar que a categoria bancária está no triste topo do ranking de transtornos mentais e de doenças de esforços repetitivos (LER/Dort).
"No atual modelo, a riqueza gerada nos bancos brasileiros é cada vez mais concentrada nas mãos de poucos acionistas, enquanto os trabalhadores da categoria bancária trabalham em condições cada vez piores, com uma grande elevação da intensidade do trabalho em função das demissões; e os clientes pagam cada vez mais caro sem que tenham o número de agências e bancários suficientes para um melhor atendimento", acrescentou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
Dados segmentados
Em outubro, os fechamentos de postos de trabalho se concentraram em cinco estados (Amapá, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo). O destaque negativo é para São Paulo, que concentrou 82% do saldo negativo (-196 vagas). O destaque positivo foi o Rio Grande do Sul, com aumento de 192 postos de trabalho.
Quando fazemos o recorte de gênero, vemos que, no mês de outubro, o aumento de vagas privilegiou os homens. Entre eles, houve aumento de 396 vagas. Entre as mulheres, houve redução de 140 vagas.
Na segmentação por faixa etária, houve saldo positivo entre as faixas de até 29 anos (1.054 vagas a mais). Já para as faixas etárias superiores, foi notado movimento contrário, com fechamento de 798 vagas.
Com relação à remuneração, os dados apontam redução do salário médio que, para o bancário admitido chegou a R$ 5.564,98, apenas 73,38% do que era recebido pelo demitido (R$ 7.583,32).
Para Walcir, secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, é importante analisar os dados para entender a movimentação do saldo de emprego bancário. “Eles nos mostram que a justificativa da mudança de perfil de atendimento –do presencial humanizado em agência para o eletrônico pela internet ou nos terminais de autoatendimento– é apenas parte da informação. O que os bancos estão fazendo, na verdade, é encontrando formas para aumentar a rentabilidade e o lucro. Reduzindo custos e cobrando o aumento da produção por meio da imposição de metas cada vez maiores”, disse.
"Para ajudar o Brasil a crescer, o setor bancário precisa começar a retribuir a sociedade, praticando juros civilizados, elevando a oferta de crédito, melhorando o atendimento à população através de contratações e contribuindo para melhorar as relações de trabalho e a estrutura salarial num país que ainda figura no topo do ranking mundial de desigualdade de renda", completou Vicentim, presidente do Sindicato.
> Leia a íntegra da análise dos últimos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A redução de postos de trabalho no setor é ainda maior no acumulado de 12 meses (novembro de 2022 a outubro de 2023). No período os bancos fecharam 5.712 de postos. Se considerarmos apenas os “bancos múltiplos com carteira comercial”, subdivisão que engloba os principais bancos privados e o Banco do Brasil, o saldo negativo foi ainda maior, chegando a 5.848 vagas a menos.
“Os bancos tentam justificar a redução de postos de trabalho apresentando dados que mostram o aumento do uso de transações pela internet e nos caixas de autoatendimento. Mas, durante a pandemia, pudemos ver que, apesar de estes tipos de transações terem aumentado, muita gente tem necessidade ou prefere o atendimento presencial humanizado”, observou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale.
“O resultado é que, com a redução de postos de trabalho, somada ao fechamento de agências, os bancários que permanecem empregados ficam sobrecarregados e adoecem, porque têm que cumprir diversas tarefas do dia a dia e, ao mesmo tempo, atingir as metas de vendas de produtos bancários”, completou o dirigente da Contraf-CUT ao ressaltar que a categoria bancária está no triste topo do ranking de transtornos mentais e de doenças de esforços repetitivos (LER/Dort).
"No atual modelo, a riqueza gerada nos bancos brasileiros é cada vez mais concentrada nas mãos de poucos acionistas, enquanto os trabalhadores da categoria bancária trabalham em condições cada vez piores, com uma grande elevação da intensidade do trabalho em função das demissões; e os clientes pagam cada vez mais caro sem que tenham o número de agências e bancários suficientes para um melhor atendimento", acrescentou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
Dados segmentados
Em outubro, os fechamentos de postos de trabalho se concentraram em cinco estados (Amapá, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo). O destaque negativo é para São Paulo, que concentrou 82% do saldo negativo (-196 vagas). O destaque positivo foi o Rio Grande do Sul, com aumento de 192 postos de trabalho.
Quando fazemos o recorte de gênero, vemos que, no mês de outubro, o aumento de vagas privilegiou os homens. Entre eles, houve aumento de 396 vagas. Entre as mulheres, houve redução de 140 vagas.
Na segmentação por faixa etária, houve saldo positivo entre as faixas de até 29 anos (1.054 vagas a mais). Já para as faixas etárias superiores, foi notado movimento contrário, com fechamento de 798 vagas.
Com relação à remuneração, os dados apontam redução do salário médio que, para o bancário admitido chegou a R$ 5.564,98, apenas 73,38% do que era recebido pelo demitido (R$ 7.583,32).
Para Walcir, secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, é importante analisar os dados para entender a movimentação do saldo de emprego bancário. “Eles nos mostram que a justificativa da mudança de perfil de atendimento –do presencial humanizado em agência para o eletrônico pela internet ou nos terminais de autoatendimento– é apenas parte da informação. O que os bancos estão fazendo, na verdade, é encontrando formas para aumentar a rentabilidade e o lucro. Reduzindo custos e cobrando o aumento da produção por meio da imposição de metas cada vez maiores”, disse.
"Para ajudar o Brasil a crescer, o setor bancário precisa começar a retribuir a sociedade, praticando juros civilizados, elevando a oferta de crédito, melhorando o atendimento à população através de contratações e contribuindo para melhorar as relações de trabalho e a estrutura salarial num país que ainda figura no topo do ranking mundial de desigualdade de renda", completou Vicentim, presidente do Sindicato.
> Leia a íntegra da análise dos últimos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
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