27/10/2023
Bancários da América Latina debatem proteção ao trabalhador em meio ao avanço da digitalização

Na quinta-feira (26), foi realizado o segundo dia do Fórum Internacional sobre a Digitalização Financeira, que reúne Representantes de sindicatos de bancários do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, México, Paraguai e Peru até o próximo sábado (28), na sede da Contraf-CUT, em São Paulo.
O evento é realizado pela Contraf-CUT, junto com a UNI Américas Finanças – braço da UNI Global Union –, com a alemã Fundação Friedrich Ebert Stiftung e com a Sask, organização finlandesa de cooperação para o desenvolvimento do movimento sindical.
Bancários da América Latina discutem digitalização e empregos no setor financeiro
No segundo dia foram realizadas duas mesas de debates: Impacto laboral da digitalização no sistema financeiro; e Impacto da digitalização no Banco Santander, presente e futuro.
Sindicatos fortes
Na primeira mesa de debates, dirigentes sindicais da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, México, Paraguai e Peru apresentaram um panorama do avança da digitalização do sistema financeiro em seus países e o papel do movimento sindical na manutenção dos empregos, direitos e condições de trabalho.
Todos destacaram a necessidade de fortalecer as entidades sindicais para que seja possível cobrar dos bancos de maneira bem-sucedida a manutenção dos empregos, com o treinamento e realocação dos trabalhadores impactados pela digitalização; condições de trabalho adequadas; e respeito aos direitos, tanto no trabalho presencial como no teletrabalho.
“Um sindicato forte precisa ter representação, trabalhadores sindicalizados. Se não tiver, não terá representatividade e força junto ao banco”, destacou na sua intervenção Rita Berlofa, secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, alertando ainda que a luta dos trabalhadores deve ser internacional.
“Temos também que tomar cuidado com o discurso de que a digitalização elimina empregos, mas cria novos. Os trabalhadores que perdem o emprego são aqueles que precisam de nós, trabalhadores de base. Nós temos que bater duro contra qualquer tipo de desligamento. A tecnologia não pode vir para tirar os nossos empregos. Tem de vir para reduzir o horário de trabalho. Temos de dizer não para as demissões por conta da digitalização. Trabalhar forte pela redução da jornada de trabalho para a manutenção dos empregos”, acrescentou.
Santander
No período da tarde teve início a reunião da Rede Sindical Internacional do Banco Santander, no qual representantes dos trabalhadores do ramo financeiro de Brasil, Argentina, Chile e Uruguai expuseram a situação laboral das operações do banco espanhol nos seus países.
“O Santander é um banco totalmente antissindical”. A fala de Sonia Lezama Zabala, representante da AEBU (Associação dos Bancários do Uruguai), resume com exatidão o posicionamento dos dirigentes sindicais presentes na sede da Contraf-CUT, que relataram práticas do banco espanhol como terceirização, fragmentação da categoria, demissões, sobrecarga de trabalho, demissões, e desrespeito à negociação coletiva.
Na sua intervenção, Wanessa de Queiroz, coordenadora da COE Santander (Comissão de Organização dos Empregados do Santander), relatou a postura agressiva do Santander ao aplicar mudanças prejudiciais aos trabalhadores viabilizadas pela aprovação da Reforma Trabalhista no Brasil, em 2017.
“O Santander implementou de forma agressiva a reforma; fragmentou os trabalhadores em outras empresas do grupo, com outra representação, fora da abrangência da CCT dos bancários, rebaixando salários e direitos”, disse Wanessa.
“Um gerente da área de investimentos, por exemplo, ganhava de 8 a 9 mil reais. Hoje muitos ganham R$ 1.500 nessas empresas fragmentadas, com uma promessa de variável conforme produção”, exemplificou a coordenadora da COE Santander.
Como proposta para combater as práticas antissindicais e de exploração dos trabalhadores pelo Santander, que em toda a América Latina lima direitos e corta postos de trabalho através da terceirização e da fragmentação da categoria, Lucimara Malaquias, secretária-geral do Seeb/SP, sugeriu a realização de um grande ato internacional, levando as denúncias até a matriz do banco, com o apoio das entidades sindicais espanholas.
“O Santander, sem dúvidas, hoje é o banco que tem mais práticas antissindicais no Brasil, na América, e talvez no mundo. Temos conversado sobre como enfrentar regionalmente isso (...) Precisamos expor as práticas antissindicais, a falta de espaço para negociação coletiva de fato, a terceirização. Se o trabalhador for terceirizado, sair da nossa representação, todos os problemas tendem a se agravar. Denunciar a relação do Santander para conosco, que continua sendo uma relação de colônia. As práticas que temos aqui são muito diferentes das praticadas na Europa. Precisamos denunciar isso para o mundo”, concluiu Lucimara.
Sexta-feira
O Fórum Internacional sobre a Digitalização Financeira segue nesta sexta-feira (27), com a Continuação da Rede Sindical Internacional Banco Santander; e a 2ª Reunião da Comissão Trilateral para a Digitalização Financeira. Acesse a programação completa.
O evento é realizado pela Contraf-CUT, junto com a UNI Américas Finanças – braço da UNI Global Union –, com a alemã Fundação Friedrich Ebert Stiftung e com a Sask, organização finlandesa de cooperação para o desenvolvimento do movimento sindical.
Bancários da América Latina discutem digitalização e empregos no setor financeiro
No segundo dia foram realizadas duas mesas de debates: Impacto laboral da digitalização no sistema financeiro; e Impacto da digitalização no Banco Santander, presente e futuro.
Sindicatos fortes
Na primeira mesa de debates, dirigentes sindicais da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, México, Paraguai e Peru apresentaram um panorama do avança da digitalização do sistema financeiro em seus países e o papel do movimento sindical na manutenção dos empregos, direitos e condições de trabalho.
Todos destacaram a necessidade de fortalecer as entidades sindicais para que seja possível cobrar dos bancos de maneira bem-sucedida a manutenção dos empregos, com o treinamento e realocação dos trabalhadores impactados pela digitalização; condições de trabalho adequadas; e respeito aos direitos, tanto no trabalho presencial como no teletrabalho.
“Um sindicato forte precisa ter representação, trabalhadores sindicalizados. Se não tiver, não terá representatividade e força junto ao banco”, destacou na sua intervenção Rita Berlofa, secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, alertando ainda que a luta dos trabalhadores deve ser internacional.
“Temos também que tomar cuidado com o discurso de que a digitalização elimina empregos, mas cria novos. Os trabalhadores que perdem o emprego são aqueles que precisam de nós, trabalhadores de base. Nós temos que bater duro contra qualquer tipo de desligamento. A tecnologia não pode vir para tirar os nossos empregos. Tem de vir para reduzir o horário de trabalho. Temos de dizer não para as demissões por conta da digitalização. Trabalhar forte pela redução da jornada de trabalho para a manutenção dos empregos”, acrescentou.
Santander
No período da tarde teve início a reunião da Rede Sindical Internacional do Banco Santander, no qual representantes dos trabalhadores do ramo financeiro de Brasil, Argentina, Chile e Uruguai expuseram a situação laboral das operações do banco espanhol nos seus países.
“O Santander é um banco totalmente antissindical”. A fala de Sonia Lezama Zabala, representante da AEBU (Associação dos Bancários do Uruguai), resume com exatidão o posicionamento dos dirigentes sindicais presentes na sede da Contraf-CUT, que relataram práticas do banco espanhol como terceirização, fragmentação da categoria, demissões, sobrecarga de trabalho, demissões, e desrespeito à negociação coletiva.
Na sua intervenção, Wanessa de Queiroz, coordenadora da COE Santander (Comissão de Organização dos Empregados do Santander), relatou a postura agressiva do Santander ao aplicar mudanças prejudiciais aos trabalhadores viabilizadas pela aprovação da Reforma Trabalhista no Brasil, em 2017.
“O Santander implementou de forma agressiva a reforma; fragmentou os trabalhadores em outras empresas do grupo, com outra representação, fora da abrangência da CCT dos bancários, rebaixando salários e direitos”, disse Wanessa.
“Um gerente da área de investimentos, por exemplo, ganhava de 8 a 9 mil reais. Hoje muitos ganham R$ 1.500 nessas empresas fragmentadas, com uma promessa de variável conforme produção”, exemplificou a coordenadora da COE Santander.
Como proposta para combater as práticas antissindicais e de exploração dos trabalhadores pelo Santander, que em toda a América Latina lima direitos e corta postos de trabalho através da terceirização e da fragmentação da categoria, Lucimara Malaquias, secretária-geral do Seeb/SP, sugeriu a realização de um grande ato internacional, levando as denúncias até a matriz do banco, com o apoio das entidades sindicais espanholas.
“O Santander, sem dúvidas, hoje é o banco que tem mais práticas antissindicais no Brasil, na América, e talvez no mundo. Temos conversado sobre como enfrentar regionalmente isso (...) Precisamos expor as práticas antissindicais, a falta de espaço para negociação coletiva de fato, a terceirização. Se o trabalhador for terceirizado, sair da nossa representação, todos os problemas tendem a se agravar. Denunciar a relação do Santander para conosco, que continua sendo uma relação de colônia. As práticas que temos aqui são muito diferentes das praticadas na Europa. Precisamos denunciar isso para o mundo”, concluiu Lucimara.
Sexta-feira
O Fórum Internacional sobre a Digitalização Financeira segue nesta sexta-feira (27), com a Continuação da Rede Sindical Internacional Banco Santander; e a 2ª Reunião da Comissão Trilateral para a Digitalização Financeira. Acesse a programação completa.
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