19/10/2023
Prática de “sprints” continua e piora adoecimento mental dos empregados da Caixa

Para que os empregados da Caixa parem de adoecer por conta do trabalho, velhos hábitos precisam mudar.
Muitas SEVs têm promovido dias específicos de venda de produtos, os chamados “sprints”, mas com nomes diferentes, apesar da proibição da própria Vired.
“Se os gestores não conhecem outros métodos para fazer o trabalho, necessitam aprender. A Caixa por sua vez precisa rever suas práticas para além de proibir isto ou aquilo. Precisa treinar os gestores para o modelo humano que deseja implementar, descentralizar a área de pessoas, modificar radicalmente os modelos de gestão de objetivos ao invés de recriar coisas tão parecidas com as do passado, e rever o conceito de meta. Acreditamos que é possível sim a gestão humanizada e confiamos na intenção, mas ainda não é possível enxergá-la no dia a dia das unidades”, explica Vivian Sá, diretora da Apcef/SP.
A pressão gerada por tais práticas é a principal causadora de uma verdadeira epidemia de adoecimento entre os empregados.
Apenas entre 2019 a 2022, houve crescimento de 18,28% de afastamentos por acidente de trabalho na Caixa. Destes afastamentos, em 2022, 75,4% foram por doenças mentais, índice superior à média da categoria bancária (57,1%) e muito superior à média na sociedade em geral (6,7%).
Somando afastamento por acidente de trabalho e tratamento de saúde, houve 3.703 casos notificados em 2022. Os dados são preocupantes, mas não refletem o quão grave é a situação: como esses são dados de afastamentos e licenças concedidas pelo INSS, os números excluem as licenças inferiores a 15 dias, além de excluir o absenteísmo (quando o empregado tem atestado mas não o apresenta à empresa, por medo de eventuais represálias) e as situações em que o empregado, mesmo doente, sequer busca ajuda.
"Ciente do papel social que o banco exerce, lamentamos que permaneça a prioridade dada aos negócios em detrimento do atendimento à população. O resultado dessa combinação é clientes recebendo atendimento precarizado e os empregados adoecidos. Essas velhas práticas geram doenças que deixam sequelas não só para os trabalhadores, mas também para suas famílias, pela vida toda, e impactam ainda o Saúde Caixa. Percebemos uma naturalização do adoecimento bancário e precisamos combater essa lógica. A busca por resultado financeiro não pode estar acima da função social, nem adoecer bancários", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região e também da Apcef/SP, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
O diretor reforça que os trabalhadores podem entrar nessa luta denunciando tais práticas através do canal de denúncias do Sindicato, que garante sigilo e retorno efetivo. "Precisamos avançar e buscar ações concretas para por fim a esse modelo de gestão adoecedor. As denúncias são importantes não apenas para fins jurídicos, mas principalmente para nortear as ações por melhores condições de saúde e trabalho. Não aceite pressão, não tenha medo e denuncie. O Sindicato está na luta com você!"
Muitas SEVs têm promovido dias específicos de venda de produtos, os chamados “sprints”, mas com nomes diferentes, apesar da proibição da própria Vired.
“Se os gestores não conhecem outros métodos para fazer o trabalho, necessitam aprender. A Caixa por sua vez precisa rever suas práticas para além de proibir isto ou aquilo. Precisa treinar os gestores para o modelo humano que deseja implementar, descentralizar a área de pessoas, modificar radicalmente os modelos de gestão de objetivos ao invés de recriar coisas tão parecidas com as do passado, e rever o conceito de meta. Acreditamos que é possível sim a gestão humanizada e confiamos na intenção, mas ainda não é possível enxergá-la no dia a dia das unidades”, explica Vivian Sá, diretora da Apcef/SP.
A pressão gerada por tais práticas é a principal causadora de uma verdadeira epidemia de adoecimento entre os empregados.
Apenas entre 2019 a 2022, houve crescimento de 18,28% de afastamentos por acidente de trabalho na Caixa. Destes afastamentos, em 2022, 75,4% foram por doenças mentais, índice superior à média da categoria bancária (57,1%) e muito superior à média na sociedade em geral (6,7%).
Somando afastamento por acidente de trabalho e tratamento de saúde, houve 3.703 casos notificados em 2022. Os dados são preocupantes, mas não refletem o quão grave é a situação: como esses são dados de afastamentos e licenças concedidas pelo INSS, os números excluem as licenças inferiores a 15 dias, além de excluir o absenteísmo (quando o empregado tem atestado mas não o apresenta à empresa, por medo de eventuais represálias) e as situações em que o empregado, mesmo doente, sequer busca ajuda.
"Ciente do papel social que o banco exerce, lamentamos que permaneça a prioridade dada aos negócios em detrimento do atendimento à população. O resultado dessa combinação é clientes recebendo atendimento precarizado e os empregados adoecidos. Essas velhas práticas geram doenças que deixam sequelas não só para os trabalhadores, mas também para suas famílias, pela vida toda, e impactam ainda o Saúde Caixa. Percebemos uma naturalização do adoecimento bancário e precisamos combater essa lógica. A busca por resultado financeiro não pode estar acima da função social, nem adoecer bancários", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região e também da Apcef/SP, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
O diretor reforça que os trabalhadores podem entrar nessa luta denunciando tais práticas através do canal de denúncias do Sindicato, que garante sigilo e retorno efetivo. "Precisamos avançar e buscar ações concretas para por fim a esse modelo de gestão adoecedor. As denúncias são importantes não apenas para fins jurídicos, mas principalmente para nortear as ações por melhores condições de saúde e trabalho. Não aceite pressão, não tenha medo e denuncie. O Sindicato está na luta com você!"
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