12/09/2023

Adoecer pelo trabalho não é normal: Sindicato protesta por menos metas e mais saúde!

As lesões por esforço repetitivo e os distúrbios osteomusculares (LER/DORT), que antes eram a principal causa de afastamentos na categoria bancária, ganharam a companhia de doenças relacionadas às questões mentais, resultado das pressões por metas, assédios, acúmulos de funções e à sobrecarga de trabalho que caracterizam a realidade de bancários e bancárias nas agências de todo o país.

Para denunciar o esse cenário assustador, de exploração e sofrimento, que tem levado, inclusive, ao crescimento do número de suicídios, o Sindicato somou-se ao Dia Nacional de Luta em defesa da saúde da categoria. Diretores percorreram agências da base da entidade para fiscalizar as condições de trabalho, dialogar com os bancários e denunciar à população o adoecimento físico e mental dos trabalhadores, bem como o contexto de continuado ataque aos direitos e às condições de trabalho, que envolvem, inclusive, as práticas da perícia pública e de setores das áreas médicas dos bancos. 

Um Infopress também foi distribuído com informações sobre as causas do adoecimento psíquico, como identificá-las no ambiente laboral, orientações sobre como lidar com esses desafios, além de atualizar como a campanha “Menos Metas, Mais Saúde”, da qual o Sindicato participa, está trabalhando para promover mudanças positivas.
 

A categoria bancária representa cerca de 1% do emprego formal no Brasil e 25% dos afastamentos acidentários pelo INSS por doenças mentais e comportamentais, revelou a Consulta Nacional da categoria apresentada na 25ª Conferência Nacional. Houve também um aumento de bancários e bancárias que tomam medicamentos controlados nos últimos 12 meses: o índice passou de 35,5%, na consulta feita em 2022, para 41,9% na deste ano.

“E esses dados não deixam dúvidas sobre o fato de sermos uma das categorias que mais sofre psicológica e fisicamente em consequência da pressão e assédio institucionalizados nos bancos”, ressalta o diretor Ricardo Jorge Nassar Jr.

Com o avanço dos serviços das agências realizados em ambiente digital, a tendência seria de que o trabalho da categoria fosse facilitado. Porém, não foi o que ocorreu. Com plataformas de reunião digital e aplicativos de conversas, as cobranças e metas foram intensificadas e ocorrem de maneira muito mais constante. 

O diretor Luiz Eduardo de M. Freire (Sadam) acrescenta que o fechamento de postos de trabalho acompanhado das demissões são mais um fator prejudicial à saúde no setor. “Quem fica, recebe pressão para atuar em dobro e suprir a ausência dos demitidos ou afastados de maneira que o ganho dos bancos siga alto sob o preço da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras”, denuncia.
 

“Os bancos têm se portado como uma verdadeira máquina de moer. Sugam o bancário, adoecem e depois descartam como nada, depois de anos de dedicação à instituição. Negar essa realidade como fazem os bancos não ajudará a resolver o problema, e todos têm o direito de trabalhar em um ambiente seguro, saudável e decente. Estamos unidos nesta luta para exigir condições de trabalho mais justas e saudáveis. Adoecer pelo trabalho não é normal. A vida está acima do lucro!”, acrescenta o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
Fonte: Seeb Catanduva

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