16/06/2023
Trabalhadores pedem o fim dos juros altos no Brasil

A CUT, centrais sindicais e movimentos populares iniciaram, nesta sexta-feira (16), a Jornada de mobilização contra a política monetária do Banco Central. A campanha será permanente até que o BC, comandado por Roberto Campos Neto, presidente da instituição, pare de boicotar o país e baixe a taxa de juros básica, atualmente em 13,75%. É a maior taxa do mundo.
O primeiro dia da jornada foi marcado por uma caminhada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, que além das centrais, contou com a participação de diversas entidades sindicais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Essa manifestação é uma luta por emprego, por direitos, uma luta por qualidade de vida. Porque os juros que o Banco Central está praticando são extorsivos, que impedem a geração de emprego, que o trabalhador tenha recursos para comprar sua casa própria, seu carro”, destacou a presidenta a Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.
Durante a manhã, houve também mobilização virtual. O Sindicato dos Bancários de Catanduva e região se somou às atividades participando de um tuitaço nacional que colocou a #JurosBaixosJá entre os assuntos mais comentados.
“Não podemos aceitar um Banco Central que serve aos interesses dos rentistas do mercado financeiro, dos ricos que usam seus recursos para comprar títulos e viver de especulação. Campos Neto faz o papel de procurador dos interesses do mercado. Todos nós sabemos que a autonomia do Banco Central foi uma das contrapartidas exigidas pelo mercado ao então ministro Paulo Guedes para apoiar Bolsonaro. Não podemos aceitar passivos que o BC se mantenha numa redoma blindada pelo mercado, ditando os rumos da política monetária do país, enquanto a população fica na condição de refém dessa política, lutando para sobreviver", ressaltou o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
"A taxa de juros em patamar elevado – o Brasil tem a maior taxa do mundo - aprofunda a tendência recessiva da economia brasileira, eleva o contingente de desempregados, reduz as possibilidades de consumo das famílias, engessa qualquer capacidade de investimento das empresas e drena cada vez mais recursos públicos para o pagamento de juros da dívida, cujos principais credores são os representantes do sistema financeiro, único segmento da sociedade com interesses claros na atual política econômica do BC", acrescentou o dirigente.
ABC Paulista
A uma população atenta ao recado que estava sendo dado pelas centrais durante a caminhada, Juvandia mostrou alguns dos impactos negativos da alta taxa de juros para o país. “Por isso que os pátios [das montadoras] estão cheios de carros. A indústria não está conseguindo vender. Se o trabalhador não compra, o comércio não vende, e, se não vende, o trabalhador começa a perder o seu emprego. Por isso que estamos na rua, para cobrar o Banco Central, que é o responsável por esses juros altos, pelo comércio não estar vendendo”, disse.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, que também participou do ato, falou sobre o efeito de tal política aos trabalhadores de baixa renda. “Os juros altos são a forma mais cruel, mais perversa de transferir renda daqueles que são pobres para aqueles que são ricos”, destacou o dirigente, também criticando a forma de ação do Banco Central na economia. “É uma vergonha o país perseguir meta de inflação. O país tem que perseguir meta de geração de emprego, de crescimento do trabalho, que é isso que o país precisa. Temos que baixar a taxa de juros”, completou.
Sérgio Nobre ainda avisou que a pressão continuará nas ruas até o Banco Central baixar os juros. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, terá início no dia 20, quando centrais e movimentos populares farão protestos em frente às sedes do BC em várias cidades do Brasil. “Não vamos sair das ruas enquanto o Campos Neto não baixar a Selic. Se ele não fizer isso, vamos ao Senado pedir a cassação dele. Porque o papel do presidente o BC é promover emprego, desenvolvimento do país e ele está fazendo o contrário”, continuou.
Boicote à economia
Juvandia lembrou que Campos Neto foi indicado à direção do BC em 2019, pelo então presidente Bolsonaro. “Na eleição de 2022 ele foi votar com a camiseta do Bolsonaro. Ele diz que o Banco Central é independente, que não atua politicamente, entretanto a atuação da entidade em manter a Selic elevadíssima prejudica a política econômica do governo Lula, boicotando as ações necessárias para o país voltar a crescer”, destacou a dirigente da Contraf-CUT.
“Campos Neto também tem dinheiro no exterior e muitos investimentos, por isso está ganhando com essa política que sufoca o desenvolvimento do país. São R$ 600 bilhões de reais que o Tesouro paga de juros aos seus credores. Esse valor, que sai do Tesouro para o bolso de banqueiros e especuladores, seria muito menor se a Selic fosse reduzida e, assim, mais dinheiro o governo teria para direcionar à saúde, educação e infraestrutura”, lembrou ainda.
O deputado Lindbergh Farias, que também esteve no ato junto com a também deputada e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, destacou que a economia já está respondendo positivamente às políticas de desenvolvimento implementadas pelo governo Lula, como valorização do salário mínimo acima da inflação, expansão do Bolsa Família, investimentos no Minha Casa e Minha Vida e redução dos combustíveis – esta última medida, inclusive, favoreceu a queda dos níveis de inflação registrados nos últimos meses. Os impactos positivos, entretanto, são reduzidos por causa da Selic em 13,75%.
“Esse Campos Neto foi indicado por Bolsonaro e está querendo sabotar o governo Lula. Como justificar, a partir de uma inflação baixa, de 3,94% em 12 meses, a manutenção de uma Selic em 13,75%, a maior taxa de juros do mundo? Estamos começando um grande processo de mobilização nacional, porque não vamos admitir que o governo continue sendo sabotado”, disse o deputado ao lembrar que, com 41 votos no Senado, Campos Neto pode ser afastado do Banco Central.
Pressão continuará nos próximos dias
A Jornada de mobilização contra a política monetária do Banco Central é permanente, até que a entidade atenda às demandas por uma Selic favorável ao desenvolvimento do país.
Na próxima segunda-feira (19), os movimentos sociais realizarão um grande tuitaço nas redes sociais, aumentando o compartilhamento de materiais gráficos e vídeos para que a população entenda os impactos negativos da política de juros altos implementada pelo BC. As mensagens serão compartilhadas com as hashtags #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto.
No dia 20 de junho, os movimentos populares realizarão protestos em todo país: em frente às sedes do BC, nas cidades onde elas existam, e em locais de grande circulação, nas cidades onde não há sedes do BC.
O primeiro dia da jornada foi marcado por uma caminhada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, que além das centrais, contou com a participação de diversas entidades sindicais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Essa manifestação é uma luta por emprego, por direitos, uma luta por qualidade de vida. Porque os juros que o Banco Central está praticando são extorsivos, que impedem a geração de emprego, que o trabalhador tenha recursos para comprar sua casa própria, seu carro”, destacou a presidenta a Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.
Durante a manhã, houve também mobilização virtual. O Sindicato dos Bancários de Catanduva e região se somou às atividades participando de um tuitaço nacional que colocou a #JurosBaixosJá entre os assuntos mais comentados.
“Não podemos aceitar um Banco Central que serve aos interesses dos rentistas do mercado financeiro, dos ricos que usam seus recursos para comprar títulos e viver de especulação. Campos Neto faz o papel de procurador dos interesses do mercado. Todos nós sabemos que a autonomia do Banco Central foi uma das contrapartidas exigidas pelo mercado ao então ministro Paulo Guedes para apoiar Bolsonaro. Não podemos aceitar passivos que o BC se mantenha numa redoma blindada pelo mercado, ditando os rumos da política monetária do país, enquanto a população fica na condição de refém dessa política, lutando para sobreviver", ressaltou o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
"A taxa de juros em patamar elevado – o Brasil tem a maior taxa do mundo - aprofunda a tendência recessiva da economia brasileira, eleva o contingente de desempregados, reduz as possibilidades de consumo das famílias, engessa qualquer capacidade de investimento das empresas e drena cada vez mais recursos públicos para o pagamento de juros da dívida, cujos principais credores são os representantes do sistema financeiro, único segmento da sociedade com interesses claros na atual política econômica do BC", acrescentou o dirigente.
ABC Paulista
A uma população atenta ao recado que estava sendo dado pelas centrais durante a caminhada, Juvandia mostrou alguns dos impactos negativos da alta taxa de juros para o país. “Por isso que os pátios [das montadoras] estão cheios de carros. A indústria não está conseguindo vender. Se o trabalhador não compra, o comércio não vende, e, se não vende, o trabalhador começa a perder o seu emprego. Por isso que estamos na rua, para cobrar o Banco Central, que é o responsável por esses juros altos, pelo comércio não estar vendendo”, disse.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, que também participou do ato, falou sobre o efeito de tal política aos trabalhadores de baixa renda. “Os juros altos são a forma mais cruel, mais perversa de transferir renda daqueles que são pobres para aqueles que são ricos”, destacou o dirigente, também criticando a forma de ação do Banco Central na economia. “É uma vergonha o país perseguir meta de inflação. O país tem que perseguir meta de geração de emprego, de crescimento do trabalho, que é isso que o país precisa. Temos que baixar a taxa de juros”, completou.
Sérgio Nobre ainda avisou que a pressão continuará nas ruas até o Banco Central baixar os juros. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, terá início no dia 20, quando centrais e movimentos populares farão protestos em frente às sedes do BC em várias cidades do Brasil. “Não vamos sair das ruas enquanto o Campos Neto não baixar a Selic. Se ele não fizer isso, vamos ao Senado pedir a cassação dele. Porque o papel do presidente o BC é promover emprego, desenvolvimento do país e ele está fazendo o contrário”, continuou.
Boicote à economia
Juvandia lembrou que Campos Neto foi indicado à direção do BC em 2019, pelo então presidente Bolsonaro. “Na eleição de 2022 ele foi votar com a camiseta do Bolsonaro. Ele diz que o Banco Central é independente, que não atua politicamente, entretanto a atuação da entidade em manter a Selic elevadíssima prejudica a política econômica do governo Lula, boicotando as ações necessárias para o país voltar a crescer”, destacou a dirigente da Contraf-CUT.
“Campos Neto também tem dinheiro no exterior e muitos investimentos, por isso está ganhando com essa política que sufoca o desenvolvimento do país. São R$ 600 bilhões de reais que o Tesouro paga de juros aos seus credores. Esse valor, que sai do Tesouro para o bolso de banqueiros e especuladores, seria muito menor se a Selic fosse reduzida e, assim, mais dinheiro o governo teria para direcionar à saúde, educação e infraestrutura”, lembrou ainda.
O deputado Lindbergh Farias, que também esteve no ato junto com a também deputada e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, destacou que a economia já está respondendo positivamente às políticas de desenvolvimento implementadas pelo governo Lula, como valorização do salário mínimo acima da inflação, expansão do Bolsa Família, investimentos no Minha Casa e Minha Vida e redução dos combustíveis – esta última medida, inclusive, favoreceu a queda dos níveis de inflação registrados nos últimos meses. Os impactos positivos, entretanto, são reduzidos por causa da Selic em 13,75%.
“Esse Campos Neto foi indicado por Bolsonaro e está querendo sabotar o governo Lula. Como justificar, a partir de uma inflação baixa, de 3,94% em 12 meses, a manutenção de uma Selic em 13,75%, a maior taxa de juros do mundo? Estamos começando um grande processo de mobilização nacional, porque não vamos admitir que o governo continue sendo sabotado”, disse o deputado ao lembrar que, com 41 votos no Senado, Campos Neto pode ser afastado do Banco Central.
Pressão continuará nos próximos dias
A Jornada de mobilização contra a política monetária do Banco Central é permanente, até que a entidade atenda às demandas por uma Selic favorável ao desenvolvimento do país.
Na próxima segunda-feira (19), os movimentos sociais realizarão um grande tuitaço nas redes sociais, aumentando o compartilhamento de materiais gráficos e vídeos para que a população entenda os impactos negativos da política de juros altos implementada pelo BC. As mensagens serão compartilhadas com as hashtags #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto.
No dia 20 de junho, os movimentos populares realizarão protestos em todo país: em frente às sedes do BC, nas cidades onde elas existam, e em locais de grande circulação, nas cidades onde não há sedes do BC.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Conferência Livre de Mulheres do Ramo Financeiro elegeu representantes que defenderão propostas da categoria por igualdade salarial
- Inscrições para Comissões de Diversidade da Caixa vão até 23 de julho
- Movimento sindical denuncia Santander à CVM por possíveis irregularidades contábeis
- Banesprev: Mais um capítulo de luta e resistência contra a retirada de patrocínio
- Câmara aprova PL da Devastação. Veja quais são os riscos que o Brasil corre
- Procon é acionado contra Itaú para garantir plano de saúde a aposentados
- Comissão da Câmara aprova projeto que isenta de IR quem ganha até R$ 5 mil
- Conferência Livre de Mulheres da FETEC-CUT/SP vai debater ‘’Mulheres nos Espaços de Poder e Decisão’’. Veja como se inscrever!
- Encontro Estadual da Fetec-CUT/SP: empregados da Caixa debatem propostas e escolhem representantes para o Conecef
- Em mesa de negociação, empregados reivindicam reajuste zero para o Saúde Caixa
- Com participação do Sindicato, é realizada a primeira reunião do Comitê de Credenciamento e Descredenciamento SP Interior do Saúde Caixa
- Desequilíbrio tributário faz governo perder R$ 200 bilhões anuais
- Conferência Livre de Mulheres no Ramo Financeiro acontece nesta quinta-feira (17); ainda é possível inscrever-se!
- Sindifisco propõe mudanças no projeto de isenção de IR para quem ganha menos
- Se tem direitos, tem Sindicato: dada à largada na Campanha de Sindicalização 2025!