22/09/2020
Filas reaparecem nas agências da Caixa e voltam a preocupar o movimento sindical

As filas nas agências da Caixa voltaram a aparecer em muitas cidades pelo Brasil. O pagamento da parcela do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS) Emergencial e as das parcelas residuais - no valor de R$ 300,00 - do Auxílio Emergencial têm sido os principais motivos. As entidades representativas da categoria apontam que a falta de planejamento do governo deixa a população confusa e contribui para o aumento das filas. A ausência de divulgação do calendário de pagamento dos beneficiários do Cadastro Único e dos trabalhadores que se inscreveram pelo aplicativo e site agravam a situação. Outro motivo apontado pelos representantes dos empregados é a instabilidade no sistema da Caixa.
Com os aplicativos e o banco digital sendo testados em plena pandemia, onde o serviço já está saturado, a falta de trabalhadores se tornou evidente. A Caixa tem um déficit de quase 20 mil trabalhadores e não houve reposição. A falta de empregados compromete a qualidade do atendimento à população, especialmente neste momento de crise como o que o país vivencia.
A contratação de mais trabalhadores foi reivindicada durante as negociações da Campanha Salarial de 2020. Segundo a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt, a Caixa precisa dispor de mais recursos para a área de Tecnologia da Informação (TI). “A Caixa precisa de mais empregados porque a demanda não está diminuindo, e só piora com a falta de planejamento da direção da Caixa”, avaliou a coordenadora.
A falta de planejamento do governo não é um comportamento recente, que segue sem ouvir as entidades e a sociedade. "Os trabalhadores que precisam do benefício estão sem o calendário até agora. Não há dúvidas que essa população irá buscar à Caixa para esclarecer as dúvidas. O empregado da Caixa da linha de frente é o principal apoio de quem precisa esclarecer os motivos de não estar recebendo o auxílio, uma vez que o governo não assume esse papel. Parece que após sucessivos erros, o governo ainda não aprendeu, segue ignorando essa desorganização e expondo os beneficiários e os empregados da Caixa ao risco de contágio da Covid-19", afirmou o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto.
O movimento sindical alerta para o problema das filas e reivindica uma campanha de esclarecimento e apoio de outras áreas de governo para a organização das filas e aglomerações em agências da Caixa.
"O Sindicato segue atento e monitorando os locais de trabalho, e está à disposição da categoria. As entidades representativas, desde o início da pandemia, têm buscado medidas de segurança e proteção à saúde dos empregados, clientes e usuários. Muitas são as demandas e diversas reivindicações foram feitas ao governo, desde questões referentes às medidas de prevenção ao contágio do Covid-19, como contratação de mais empregados para aliviar a sobrecarga de trabalho e sobretudo, no que tange ao pagamento do auxílio emergencial. Mas, o governo segue ignorando as solicitações e submetendo a população e os trabalhadores da Caixa às situações de risco, demonstrando seu total descaso com a vida. Qualquer problema que tiver em sua unidade, denuncie!", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Sem planejamento, jornadas de trabalho seguem extensas
A falta de planejamento do governo tem causado exaustão entre os empregados da Caixa. Segundo a coordenadora da CEE/Caixa, os trabalhadores estão atuando em jornadas de 10 e 12 horas, além dos sábados.
A Caixa também assumiu, em mesa de negociação, o compromisso de empenhar-se para excluir da portaria o calendário de sábado e, para o momento, trabalhar ao menos sábado alternativamente, mas não está cumprindo.
“Vemos que não existe necessidade de abertura das agências aos sábados, isso não tem aliviado as demandas que tem chegado às agências durante a semana e pior, os empregados estão extremamente estafados. A Caixa tem que contratar mais empregados isso vai melhorar não só as condições de trabalho para quem está na linha de frente e consequentemente a população também será mais bem atendida”, disse Fabiana.
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