08/03/2019
Discriminação de gênero: bancárias recebem apenas 82,8% do valor pago aos bancários

Dados da Pesquisa de Emprego Bancário, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na subseção do Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), apontam que as 1.089 mulheres admitidas nos bancos em janeiro de 2019 receberam, em média, um valor correspondente a 82,8% da remuneração média auferida pelos 1.359 homens contratados no período. As informações levam em conta os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do IBGE.
Segundo a pesquisa, a diferença salarial entre bancárias e bancários persiste ao longo de toda a carreira, uma vez que também é constatada no momento do desligamento dos trabalhadores da categoria. As 1.189 mulheres desligadas dos bancos em janeiro recebiam, em média, valor correspondente a 79% da remuneração média dos 1.253 homens que deixaram seus cargos nos bancos no primeiro mês de 2019.

“Esse é um dado verificado em toda a sociedade e em empresas de todos os segmentos econômicos. As mulheres recebem menos do que os homens, mesmo tendo a mesma função e cumprindo as mesmas tarefas. Mas, no setor bancário, existem algumas particularidades que tornam essa constatação ainda mais grave. Elas têm melhor formação do que seus colegas de trabalho, mas os melhores cargos e os maiores salários ficam com eles”, observa a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. “Isso é ou não é discriminação de gênero?”, questiona.
Os últimos relatórios de sustentabilidade dos bancos mostram que, nos cinco maiores bancos do país, as mulheres são minoria nos cargos de direção. No Santander, elas ocupam apenas 20,20% dos cargos nesta esfera. Mas, nos outros bancos chega a ser ainda pior. No Itaú, somente 12,7% dos cargos de diretoria são ocupados por mulheres. No Bradesco, 5,15%; no Banco do Brasil, 4,84%; e, na Caixa, somente 2,7% dos cargos de diretoria são ocupados por mulheres.
Achatamento de salários
Outro dado da Pesquisa de Emprego Bancário que merece destaque é com relação à idade dos trabalhadores contratados e demitidos. Em janeiro, a abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, com criação de 1.008 postos de trabalho. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 501 postos.
A remuneração média dos funcionários com menos de 30 anos é mais baixa. Eles demitem os funcionários mais experientes e contratam os mais jovens com salários mais baixos. Com isso estão promovendo o achatamento dos salários da categoria.
Os últimos relatórios de sustentabilidade dos bancos mostram que, nos cinco maiores bancos do país, as mulheres são minoria nos cargos de direção. No Santander, elas ocupam apenas 20,20% dos cargos nesta esfera. Mas, nos outros bancos chega a ser ainda pior. No Itaú, somente 12,7% dos cargos de diretoria são ocupados por mulheres. No Bradesco, 5,15%; no Banco do Brasil, 4,84%; e, na Caixa, somente 2,7% dos cargos de diretoria são ocupados por mulheres.
Achatamento de salários
Outro dado da Pesquisa de Emprego Bancário que merece destaque é com relação à idade dos trabalhadores contratados e demitidos. Em janeiro, a abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, com criação de 1.008 postos de trabalho. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 501 postos.
A remuneração média dos funcionários com menos de 30 anos é mais baixa. Eles demitem os funcionários mais experientes e contratam os mais jovens com salários mais baixos. Com isso estão promovendo o achatamento dos salários da categoria.
.jpg)
Reflexos da reforma trabalhista
Segundo a pesquisa do Dieese, os dados do Caged trazem os primeiros reflexos da reforma trabalhista para a categoria bancária. As demissões sem justa causa representaram 52,7% do total de desligamentos no setor bancário em janeiro de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 35,5%. Em janeiro foram, ainda, registrados 15 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram do emprego nessa modalidade apresentaram remuneração média de R$10.235,20, bastante superior à média (R$ 6.318,22).
“Apesar das vitórias, o “Dia da Mulher”, celebrado em 8 de março, é mais do que uma data meramente comemorativa. É o momento de refletir sobre as injustiças que ainda permeiam o universo feminino. Após séculos de luta pela afirmação da figura feminina na sociedade, sua ampliação na vida pública e o reconhecimento de sua importância no mundo do trabalho, a mulher continua sendo discriminada no âmbito profissional, inclusive no universo bancário. O Sindicato, como entidade cidadã, está sempre atento à defesa dos interesses da categoria e, especialmente, das mulheres. Neste mês dedicado a elas, reforçamos ainda mais nossa luta para que sejam respeitadas e valorizadas", conclui Roberto Carlos Vicentim, presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região.
Segundo a pesquisa do Dieese, os dados do Caged trazem os primeiros reflexos da reforma trabalhista para a categoria bancária. As demissões sem justa causa representaram 52,7% do total de desligamentos no setor bancário em janeiro de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 35,5%. Em janeiro foram, ainda, registrados 15 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram do emprego nessa modalidade apresentaram remuneração média de R$10.235,20, bastante superior à média (R$ 6.318,22).
“Apesar das vitórias, o “Dia da Mulher”, celebrado em 8 de março, é mais do que uma data meramente comemorativa. É o momento de refletir sobre as injustiças que ainda permeiam o universo feminino. Após séculos de luta pela afirmação da figura feminina na sociedade, sua ampliação na vida pública e o reconhecimento de sua importância no mundo do trabalho, a mulher continua sendo discriminada no âmbito profissional, inclusive no universo bancário. O Sindicato, como entidade cidadã, está sempre atento à defesa dos interesses da categoria e, especialmente, das mulheres. Neste mês dedicado a elas, reforçamos ainda mais nossa luta para que sejam respeitadas e valorizadas", conclui Roberto Carlos Vicentim, presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Confira entrevista exclusiva com o diretor de Benefícios da Funcef, Jair Pedro Ferreira
- Por reajuste zero, Sindicato participa de Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa
- Ipea: Mais ricos deveriam pagar 14% para igualar à classe média
- Curso Paternidade e Maternidade Responsável: inscrições para turma de agosto estão abertas!
- Conferência Livre de Mulheres do Ramo Financeiro elegeu representantes que defenderão propostas da categoria por igualdade salarial
- Inscrições para Comissões de Diversidade da Caixa vão até 23 de julho
- Movimento sindical denuncia Santander à CVM por possíveis irregularidades contábeis
- Banesprev: Mais um capítulo de luta e resistência contra a retirada de patrocínio
- Procon é acionado contra Itaú para garantir plano de saúde a aposentados
- Câmara aprova PL da Devastação. Veja quais são os riscos que o Brasil corre
- Conferência Livre de Mulheres da FETEC-CUT/SP vai debater ‘’Mulheres nos Espaços de Poder e Decisão’’. Veja como se inscrever!
- Em mesa de negociação, empregados reivindicam reajuste zero para o Saúde Caixa
- Com participação do Sindicato, é realizada a primeira reunião do Comitê de Credenciamento e Descredenciamento SP Interior do Saúde Caixa
- Comissão da Câmara aprova projeto que isenta de IR quem ganha até R$ 5 mil
- Encontro Estadual da Fetec-CUT/SP: empregados da Caixa debatem propostas e escolhem representantes para o Conecef