08/03/2018
Governo vendeu mais de 18 milhões de ações do Fundo Soberano do Banco do Brasil
O governo vendeu mais de 18 milhões de ações do Banco do Brasil que estavam no Fundo Soberano do Brasil (FSB) nos dois primeiros meses de 2018. A posição referente a fevereiro, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CMV), estava em 30.762.200 ações ordinárias. As vendas foram determinadas em maio do ano passado, quando a posição somava 105.024.600 de ações. Em entrevista no fim do ano passado, a Secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que as vendas devem ser encerradas em 2018. A previsão inicial era ir até 2019 com essas operações.
Para Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, mais um passo a caminho da privatização. “A margem da União no controle do banco vem caindo desde 2015 e a cada uma dessas ações o Banco do Brasil vai se tornando menos público, mais distante do desenvolvimento do País e da sociedade brasileira.”
O patrimônio do Fundo Fiscal de Investimento e Estabilização (FFIE), braço operacional do FSB, estava em R$ 4,088 bilhões em comparação com os R$ R$ 3,631 bilhões quando as vendas começaram. Os recursos obtidos com a venda de ações foram convertidos em operações compromissadas, que somavam R$ 2,76 bilhões, ou 67,5% do patrimônio do fundo. As ações do BB totalizavam R$ 1,285 bilhão, ou 31,4%. Quando as vendas forem concluídas, a participação da União no capital do BB cairá de 54,4% para 50,73%. O fundo soberano detinha cerca de 3,67% das ações do banco.
Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, esclarece que o governo vem deixando claro que quer privatizar todas as empresas públicas e vender o país para quem quer que seja. “Assim como fizemos em outros momentos da história, levantaremos a bandeira da defesa do Banco do Brasil e dos demais bancos públicos. Defender o BB é também defender o Brasil.”
Para Roberto Carlos Vicentim, presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, esta ameaça de privatização precisa acender um alerta em todos os funcionários do banco. "A cada uma dessas ações o BB vai perdendo seu caráter público e se tornando mais distante do desenvolvimento do Brasil e da sociedade brasileira. Resistência deve ser a palavra de ordem. A luta contra o desmonte do país e contra a retirada de direitos continuarão sendo motes defendidos pelo Sindicato e por todos os bancários e bancárias do BB," reforça Vicentim.
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