Terrorismo no BB: de maneira arbitrária, banco descomissiona dez gerentes em um único dia

Em apenas um dia, na sexta-feira (15), o Banco do Brasil descomissionou dez gerentes em São Paulo, dos quais sete gerentes gerais de agências e três gerentes de conta. A atitude causou ainda mais insegurança entre os bancários, que ainda se recuperam da reestruturação pela qual passou o banco, há cerca de seis meses.
“É uma política de terror, e aplicada pouco tempo depois de uma reestruturação absurda imposta aos funcionários”, critica a dirigente sindical e bancária do BB Adriana Ferreira. A decisão, tomada pela Superintendência Capital e as regionais, teve aval da Gepes (Gestão de Pessoas). “A Gepes, que deveria enfatizar a questão do aprimoramento, acaba permitindo esse descomissionamento em massa, feito sem diálogo com os trabalhadores atingidos.”
Reunião urgente – Diante do problema, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região imediatamente solicitou reunião de emergência com o banco. “Nós já havíamos reivindicado uma reunião para tratar dos descomissionamentos, que vêm ocorrendo de forma arbitrária no banco, muitas vezes sendo usados para punir funcionários. O BB tinha concordado, só não tinha indicado data ainda. Mas depois do ocorrido com esses dez bancários, a reunião tem de ser realizada urgentemente. Por isso já protocolamos o pedido ao banco”, diz Adriana.
O BB ainda não se pronunciou sobre a solicitação.
Injustiça – A dirigente lembra que a reestruturação provocou mudanças nas agências, nas carteiras de clientes, migração de correntistas para unidades digitais, diminuição de funcionários, mudanças de locais de trabalho, entre outros pontos.
“A justificativa do banco para descomissionar os setes gerentes gerais foi ‘desempenho insuficiente’. Mas isso é muito injusto porque eles ainda estavam organizando e se adaptando ao novo quadro das agências, que passaram por essas mudanças todas há apenas seis meses mais ou menos. Não tem como apresentar desempenho satisfatório se os gerentes ainda estavam conhecendo o perfil dos correntistas e das novas carteiras”, argumenta.
GDP – Quanto aos três gerentes de conta, cujo descomissionamento deve seguir as regras da GDP (Gestão de Desempenho Profissional por Competência e Resultados) – ou seja, são necessárias três avaliações semestrais negativas consecutivas para a retirada da função –, Adriana destaca que o banco tem usado essa regra de forma equivocada. “O BB não está dando o necessário feedback aos funcionários que são avaliados por meio da GDP. Ela deveria ser uma ferramenta de aperfeiçoamento do trabalho do bancário, mas eles não são chamados pelos supervisores para uma conversa com o objetivo de melhorar o desempenho. Por isso já denunciamos que a GDP está sendo usada de forma punitiva.”
Região – O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região obteve recentemente uma conquista judicial contra o Banco do Brasil em mais um caso de perda de função. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região julgou procedente a ação impetrada pelo Sindicato contra o banco, cobrando o direito de um caixa, do município de José Bonifácio, à incorporação de função após descomissionamento provocado pela reestruturação.
A Justiça do Trabalho deu ganho de causa ao bancário com base no inciso I da Súmula 372 do TST, que estabelece que “percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo ao seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação, tendo em vista o princípio da estabilidade financeira”.
Denuncie – O Sindicato solicita aos bancários que forem descomissionados de forma arbitrária ou que estiverem sendo ameaçados de descomissionamento, que denunciem à entidade. Isso pode ser feito diretamente a um dirigente sindical ou pelo canal Denuncie, no site do Sindicato. O sigilo do denunciante é garantido.
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