Programa de desempenho do Banco do Brasil é usado como instrumento de assédio moral
O programa Gestão de Desempenho Profissional por Competência e Resultados (GDP) do Banco do Brasil está sendo usado de forma equivocada. Segundo denúncias de bancários ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, alguns gestores se utilizam da ferramenta para punir bancários subordinados a eles.
“O GDP deveria ser um programa de orientação e de aprimoramento do funcionário, mas está sendo usado como instrumento de assédio moral no banco”, critica o dirigente sindical e funcionário do BB Claudio Luis de Souza.
O dirigente lembra que os bancários do BB conquistaram cláusula no acordo aditivo específico que aprimora o GDP ao impedir o descomissionamento arbitrário. Assim, desde 2010, para que o banco retire a função de um trabalhador são necessárias três avaliações negativas consecutivas, uma em cada semestre.
Mas alguns gestores estão burlando essa regra, distribuindo avaliação negativa sem qualquer feedback ao bancário. “Isso está errado. Antes de avaliar negativamente tem de ter uma conversa com o funcionário. O trabalhador tem de ter a chance de mudar se estiver fazendo algo errado e de saber porque está sendo avaliado de forma negativa”, diz. “A avaliação tem de ser uma ferramenta construtiva e não punitiva”, reforça o dirigente.
Cláudio Luis informa ainda que há rumores no banco de que a exigência de três avaliações negativas antes do descomissionamento não estaria mais valendo. “Recebemos denúncias de que gestores estariam dizendo, em reuniões, que isso não vale mais. Não é verdade, é direito do bancário conquistado desde 2010 e está valendo sim! O banco não pode descomissionar arbitrariamente”, afirma.
O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região orienta os bancários que estiverem passando por situações como essa, de descomissionamento arbitrário e avaliações negativas sem feedback, a denunciarem à entidade. Isso pode ser feito diretamente a um dirigente sindical ou pelo canal Denuncie. O sigilo do denunciante é garantido.
O movimento sindical também propôs ao banco uma mesa temática sobre o assunto. O banco concordou e o movimento aguarda a confirmação de data para a negociação.
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