Direção se mostra intransigente e afirma que não prorrogará a VCP dos funcionários
Em mais uma das rodadas de negociação sobre a reestruturação entre a Contraf-CUT e o Banco do Brasil, o banco afirmou que não prorrogará a Vantagem de Caráter Pessoal (VCP) – verba que garantia o complemento salarial dos funcionários prejudicados pela reestruturação que extinguiu e cortou milhares de cargos no BB.
Na quinta-feira (1), o número de bancárias e bancários que não conseguiram a realocação e perderão os salários dos cargos anteriores chega a 2100, sendo os que outros 1600 que estavam realocados em cargos inferiores também terão seus salários reduzidos.
Os representantes dos funcionários insistiram para que houvesse a prorrogação da VCP considerando que, em centenas de casos, a redução salarial será de mais de 70% das verbas totais do funcionário.
Os representantes da Comissão de Empresa voltaram a cobrar do banco sobre as condições de trabalho nas agências que absorveram clientes de agências fechadas. Segundo os relatos dos sindicatos, muitas agências mesmo que não tenham recebido carteiras de clientes, acabaram por receber um fluxo bem maior de clientes que o previsto, devido à proximidade geográfica.
O banco informou que houve revisão de dotação de algumas agências com um projeto piloto de revisão iniciado em São Paulo e vai ser espalhado para todos os locais. O grupo que está analisando a revisão de dotação é composto de Superintendências e com participação das Gepes que farão coleta de dados sobre o atendimento e posteriormente divulgará um plano de ação.
Sobre as nomeações, foi informado pelo BB que o TAO Especial e o TAO Normal continuarão abertos e fazendo recrutamento ao mesmo tempo, sendo que nos dois serão priorizados os funcionários que estavam em VCP.
Pontuação na carreira de mérito durante VCP
A Contraf-CUT reivindicou junto ao banco que na Carreira de Mérito fosse acrescida aos funcionários em VCP a mesma pontuação diária do cargo anterior, como forma de minimizar as grandes perdas salariais provocadas pela reestruturação.
Nomeação dos caixas
Os sindicatos cobraram do banco a nomeação dos caixas que estão em substituição há mais de 90 dias como forma de reconhecimento que a função é necessária na agência. Existem relatos de caixas em substituição há quase dois anos e que não é nomeado.
Prorrogação das horas extras opcionais do novo plano de funções
Os sindicatos reivindicaram do banco a prorrogação do prazo para que os funcionários que aderiram à jornada de 6 horas no novo plano de funções. Foi reivindicado também que o prazo seja contado a partir da adesão a nova jornada reduzida. O Banco informou que cerca de 1800 funcionários aderiram a jornada de 6 horas no novo plano.
Escritórios digitais
O banco informou que há um esboço de cronograma de implantação de novos escritórios digitais e que está dependendo de várias áreas para que seja divulgado.
A Comissão de Empresa relatou muitos problemas nas condições de trabalho nos escritórios digitais, tais como mobiliário, barulhos, sistemas e forma de cobrança de metas naquelas unidades. Os Sindicatos cobram a aplicação da NR-17 para o ambiente dos escritórios digitais, uma vez que se tornaram uma grande central de telemarketing.
O banco entrará em contato com as áreas gestoras dos escritórios digitais para que seja agendada nova mesa para debater o tema.
Greve geral dia 28
O Banco do Brasil afirmou que não vai negociar abono nem compensação de horas referente à Greve Geral convocadas pelas Centrais Sindicais em 28 de abril contra a Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e Terceirização sem limites.
Os sindicatos aguardavam uma resposta do banco em relação a essa negociação, uma vez que vários Tribunais Regionais do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho reconheceram o direito de reivindicação da classe trabalhadora.
A Contraf-CUT enviará aos sindicatos orientações jurídicas aos sindicatos para que seja feita a defesa dos funcionários do BB.
Agências explodidas serão fechadas
O Banco informou em apresentação na intranet da empresa que dezenas de agências explodidas serão fechadas definitivamente. Essa informação foi confirmada na mesa de segurança da SECASP e relatada pelos representantes da Contraf-CUT naquele fórum. A Comissão de Empresa manifestou preocupação com a informação, uma vez que o banco já fechou centenas de agências neste ano. O banco vai verificar as informações sobre isso e reportará a Contraf-CUT.
Mesa temática de saúde e igualdade de oportunidades
A Mesa de Saúde será retomada assim que definida junto à Mesa Bipartite da Fenaban que está tratando das cláusulas da Convenção Coletiva sobre realocação e reinserção de funcionários.
Ficou acordado entre Banco e Contraf que na próxima semana será agendada a instalação da Mesa Temática de Igualdade de Oportunidades e terá o tema Equidade de Gênero como primeiro assunto a ser discutido.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a não prorrogação da verba que garante os salários dos funcionários prejudicados pela reestruturação é uma péssima notícia para milhares de funcionários. Considerando que mais de 2100 estão hoje sem realocação em novo cargo, aquela fala inicial do banco de que “tudo vai dar certo no final”, não se confirmou. E por isso mesmo, entendemos que seria necessária a prorrogação da VCP enquanto ainda tiver funcionário sem realocação e que não foi dada oportunidade em novo cargo.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Roberto Carlos Vicentim também destaca a importância da prorrogação do VCP e critica o posicionamento da direção. " A Vantagem de Caráter Pessoal, conhecida como VCP, representa uma garantia para os funcionários que estão perdendo cargos e reduzindo salários e o banco sabe disso, mas prefere se manter intransigente. Com esse posicionamento, a direção nos impõe apenas a alternativa via judicial sobre a prorrogação da verba e o desconto do dia 28."
Vicentim ainda ressalta que o Sindicato, através de seus representantes na Contraf, está atento a esta questão e permanecerá cobrando iniciativas do banco no sentido de que sejam feitas as realocações necessárias e mantidas as comissões e demais direitos dos funcionários.
Nova audiência de Mediação no Ministério Público do Trabalho está agendada para 9 de junho, no MPT em Brasília.
MAIS NOTÍCIAS
- NOTA: Em defesa da soberania nacional e contra taxação intervencionista dos EUA
- Sindicato vai às ruas por justiça tributária, fim da escala 6x1 e pela soberania nacional
- COE do Mercantil cobra redução na meta para recebimento da PLR própria
- Conquista dos sindicatos no ACT, Banco do Brasil anuncia ampliação do trabalho remoto
- Coletivo Nacional de Segurança Bancária alinha propostas para negociação com a Fenaban e prepara seminário nacional
- Hoje (10) é dia de ir às ruas exigir a taxação dos super-ricos! Sindicato marca presença em ato em São Paulo
- SuperCaixa: Novo programa da Caixa acirra clima competitivo, desinforma os empregados e ignora riscos à saúde mental
- Contratação de mais um ex-BC pelo Nubank expõe relação de interesse entre agentes reguladores e fintechs
- Dia Nacional de Luta: Sindicato denuncia fechamento de agências, demissões e adoecimento no Itaú
- Luta por trabalho digno e justiça fiscal ganha destaque na fachada do Sindicato
- Negociações sobre ACT do Saúde Caixa começam ainda neste mês
- Últimos dias para bancários e bancárias se inscreverem no 2º Festival de Música Autoral da Contraf-CUT
- SuperCaixa, problemas no VPN e Saúde Caixa foram pauta em reunião com a Caixa
- Ataque cibernético sofisticado coloca em xeque a credibilidade do sistema financeiro
- Conferência nacional marca novo momento de escuta e valorização de aposentadas e aposentados do ramo financeiro