Mesa de negociação com o BB debate impactos do atendimento digital

Em reunião realizada na quinta-feira (5), em Brasília, a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB debateu os impactos para os funcionários do modelo de atendimento digital do Banco do Brasil, no processo de Mesa de Negociação Permanente. Os representantes dos funcionários cobraram do banco informações sobre possível diminuição nas carteiras de clientes e o detalhamento da migração de funcionários e agências para o atendimento digital.
Implantação não prevê redução de quadro
O Banco do Brasil afirmou que não está prevista a redução de funcionários na implantação do modelo digital, e que o tipo de atendimento é que será mudado. O novo modelo prevê migração de carteiras para o atendimento digital, mantendo o quadro local da praça envolvida, que não sofre redução. Ainda esse novo modelo, segundo o banco, não impacta a agência no que se refere a função de gerente de relacionamento.
O Banco se comprometeu a melhorar a comunicação interna para evitar informações que causem apreensão aos funcionários envolvidos no processo de migração.
A Comissão de Empresa levou ao banco a preocupação com o aumento nos orçamentos (metas) tanto das novas carteiras, quanto das agências que tiveram carteiras migradas, e que não foi diminuída a meta proporcionalmente à redução de clientes. O banco informou que vai avaliar as reivindicações e que o orçamento tem uma fase ajustes pela migração.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a reunião sobre o modelo digital teve como objetivo apresentar os questionamentos dos funcionários quanto às condições de trabalho, aumento das metas das carteiras e, principalmente em relação à redução das carteiras, o que foi negado pelo banco, pois não há previsão de redução de quadro.
“As reclamações quanto ao orçamento das carteiras nas agências de origem e destino serão avaliadas pelo BB. Os sindicatos deverão continuar acompanhando de perto a implantação do modelo, fazendo reuniões nas superintendências estaduais e regionais para conferir a manutenção do quadro de funcionários”, ressalta Wagner Nascimento.
Outro ponto abordado foi a segurança dos funcionários do atendimento noturno. O banco informou que a segurança foi reforçada e, inclusive, teve escritório que mudou de lugar, por negociação sobre segurança dos bancários.
Fechamento de agências
O banco internamente tem informado o fechamento de algumas agências em várias regiões do país, principalmente no processo de fusão de uma ou mais agências. Foi denunciado o fechamento de duas agências em Campo Grande e mais duas em Porto Alegre, e, ainda, comentários de outras agências de outras praças, com a alegação de que fazia parte da implantação do modelo digital.
O Banco do Brasil afirmou que não existe previsão de fechamento de agências pelo modelo digital e os negociadores do BB informarão sobre estes casos em contato com as áreas responsáveis.
Reestruturação nas Gecoi
Os funcionários cobraram do BB dados sobre a reestruturação nas Gecoi (Gerências de Controles Internos), onde há precisão de fechamento de três unidades regionais: Florianópolis, Campo Grande e Fortaleza.
O banco informou que esse fechamento já estava sendo esperado, uma vez que há meses não nomeou os gerentes gerais dessas unidades e que haverá ampliação das unidades de recuperação de crédito – Gecor- naquelas cidades, e serão oferecidas vagas na nova estrutura.
Vagas oferecidas pelo BB reduzem cargos e salários
A restruturação nas Gecoi vai cortar cargos e reduzir salários de funcionários, uma vez que nesta estrutura a maioria que perderá lotação, são cargos de analista e são oferecidas vagas de assistentes, com redução de mais de 40% no salário final.
Outra reestruturação, agora na REROP
A área de segurança do BB – REROP- passará por nova reestruturação com centralização e fechamento de unidades.
Os sindicatos cobraram do banco os dados detalhados do quadro de funcionários, ainda não fornecidos pelo banco. De novo, haverá dificuldade na alocação dos funcionários que perderão cargos e lotações.
“Sobre as reestruturações, o banco novamente não tem o cuidado necessário com os funcionários, uma vez que tem usado essas centralizações e fechamento de unidades para reduzir custos cortando salários de funcionários, pois sempre oferece cargo menor, numa falsa recompensa”, critica o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Wagner Nascimento.
Licença-paternidade
O BB informou que a licença-paternidade não está implantada, pois ainda há que se regulamentar a aplicação da lei, principalmente no que se refere aos benefícios fiscais das empresas que aderirem e que, por se tratar de tema envolvendo todos os bancos, a Fenaban está analisando uma forma de padronizar a implantação, o que já está sendo debatido.
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