11/05/2015
Projeto de jornada integral do Banco do Brasil é inconstitucional, afirma médica

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a médica sanitarista e especialista em saúde do trabalho Maria Maeno criticou a adoção pelo Banco do Brasil de um projeto que prevê serviços home office das áreas administrativas, o que poderá fazer os funcionários destes setores ficarem disponíveis 24 horas por dia, nos sete dias da semana, para o atendimento aos clientes. Segundo a especialista, além de ser inconstitucional, a medida causará prejuízos físicos e psíquicos aos trabalhadores.
"É muito lógico que temos de ter horário para repouso, tendo alternância entre dia e noite, pois temos necessidades físicas e psíquicas. Precisamos desligar e não podemos ficar atento o tempo todo. A pessoa pode até dormir, mas será acordada, sendo estimulada a responder (aos clientes) a todo momento. Isso cria ansiedade. E o direito à saúde é direito constitucional", explica.
Para Maeno, os trabalhadores não têm escolha, já que se recusarem assumir a tarefa, provavelmente serão demitidos. Ela também aponta a crescente precarização e desumanização geral das condições de trabalho, diferentemente do que se previa até recentemente. "Há alguns anos, achávamos que os recursos tecnológicos iriam ajudar a diminuir o tempo de trabalho, e permitir que as pessoas pudessem se dedicar mais à família e ao lazer. E o que temos visto é que os recursos tecnológicos servem para intensificar e aumentar a jornada de trabalho."
O novo projeto do Banco do Brasil, além de aumentar a carga horária, estipula uma meta 15% maior de produtividade – medida em vendas de produtos como seguros, cartões de crédito, financiamentos, aplicações etc.
Segundo a médica, já há uma reivindicação antiga dos sindicatos de trabalhadores do sistema financeiro para a redução das metas, já que várias pesquisas apontam uma série de problemas à saúde física e mental dos trabalhadores resultantes da pressão pelos gestores pelos resultados. "Os estudos mostram que as metas são os principais fatores de adoecimento, ou seja, esse aumento de 15% é mais um ingrediente para diminuir as possibilidades do trabalho saudável e acaba aumentado o adoecimento dos trabalhadores."
Representantes sindicais dos funcionários do Banco do Brasil já se organizam pela suspensão da medida e tentam agendar negociação com a estatal para discutir o assunto.
"É muito lógico que temos de ter horário para repouso, tendo alternância entre dia e noite, pois temos necessidades físicas e psíquicas. Precisamos desligar e não podemos ficar atento o tempo todo. A pessoa pode até dormir, mas será acordada, sendo estimulada a responder (aos clientes) a todo momento. Isso cria ansiedade. E o direito à saúde é direito constitucional", explica.
Para Maeno, os trabalhadores não têm escolha, já que se recusarem assumir a tarefa, provavelmente serão demitidos. Ela também aponta a crescente precarização e desumanização geral das condições de trabalho, diferentemente do que se previa até recentemente. "Há alguns anos, achávamos que os recursos tecnológicos iriam ajudar a diminuir o tempo de trabalho, e permitir que as pessoas pudessem se dedicar mais à família e ao lazer. E o que temos visto é que os recursos tecnológicos servem para intensificar e aumentar a jornada de trabalho."
O novo projeto do Banco do Brasil, além de aumentar a carga horária, estipula uma meta 15% maior de produtividade – medida em vendas de produtos como seguros, cartões de crédito, financiamentos, aplicações etc.
Segundo a médica, já há uma reivindicação antiga dos sindicatos de trabalhadores do sistema financeiro para a redução das metas, já que várias pesquisas apontam uma série de problemas à saúde física e mental dos trabalhadores resultantes da pressão pelos gestores pelos resultados. "Os estudos mostram que as metas são os principais fatores de adoecimento, ou seja, esse aumento de 15% é mais um ingrediente para diminuir as possibilidades do trabalho saudável e acaba aumentado o adoecimento dos trabalhadores."
Representantes sindicais dos funcionários do Banco do Brasil já se organizam pela suspensão da medida e tentam agendar negociação com a estatal para discutir o assunto.
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