24/10/2025
4ª Conferência Nacional LGBTQIA+ marca a retomada do orgulho e da esperança
Foi aberta na última terça-feira (21/10), em Brasília, a 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, evento que marca a retomada do diálogo entre Estado e sociedade civil após sete anos sem a realização do encontro. Com o tema “Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+”, a Conferência segue até este sábado, dia 25, no CICB (Centro Internacional de Convenções do Brasil), reunindo cerca de 1.500 delegadas e delegados de todas as regiões do país.
A CUT participa da Conferência com uma delegação formada por integrantes do Coletivo Nacional LGBTQIA+, composto por dirigentes sindicais de diversos ramos e entidades filiadas, levando as demandas históricas da classe trabalhadora LGBTQIA+, com foco na defesa de políticas públicas que assegurem direitos, inclusão e trabalho digno.
Representando a Central, na abertura, Zezinho Prado, dirigente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e integrante do Coletivo Nacional LGBTQIA+ da Central, destacou a importância de “esperançar” como verbo político e coletivo.
“Esse dia representa uma retomada de algo que nos foi roubado. Eu tenho 71 anos e sei o quanto foi difícil chegar até aqui. Passamos por muitas dificuldades nos estados, mas chegamos. E quem merece palmas são vocês — as pessoas que vieram, que resistiram e trouxeram no coração a esperança de uma sociedade LGBTQIA+ viva e organizada. Paulo Freire dizia que o verbo mais bonito que existe é esperançar. Que a gente conjugue muito esse verbo nestes dias, para construir um produto que tenha a nossa cara, a nossa vontade e que mude a sociedade quando ela olha pra gente”, afirmou.
O secretário nacional de políticas LGBTQIA+ da CUT, Walmir Siqueira, prestou homenagem ao militante Washington Dias, referência nacional na articulação entre o movimento negro e o movimento LGBTQIA+.
“Washington foi muito mais do que um militante. Foi um líder, um articulador, um irmão de luta, um homem de fé, babalorixá, economista, presidente do Conselho Nacional de Combate à Discriminação. Dedicou sua vida a construir pontes entre o movimento negro, o movimento LGBT e as tradições de matriz africana. Com sabedoria, firmeza e axé, nos mostrou que resistência e espiritualidade caminham juntas. Hoje dizemos: Washington presente, sempre que houver luta, justiça social e amor”, declarou Walmir, sob aplausos.
A delegação da CUT acompanha as discussões nos quatro eixos estratégicos da conferência: enfrentamento à violência contra pessoas LGBTQIA+; trabalho digno e geração de renda; interseccionalidade e internacionalização; e consolidação da política nacional de direitos. As propostas resultantes serão sistematizadas pelo Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ e pelo MDHC, orientando futuras ações governamentais.
Para a Central, a retomada da conferência simboliza um passo decisivo na reconstrução das políticas de Estado voltadas à igualdade e à cidadania. Ao longo dos dias de debates, a delegação da CUT pretende fortalecer o diálogo entre o movimento sindical e os movimentos sociais, reforçando o papel do trabalho digno como parte essencial da luta por direitos humanos.
“A presença da CUT aqui reafirma nosso compromisso histórico com a defesa da democracia e da diversidade”, sintetizou Walmir. “Porque sem igualdade de oportunidades, não há justiça social. E sem justiça social, não há trabalho decente.”
Cerimônia de abertura
Ao celebrar o retorno da Conferência, extinta em 2018 pelo governo golpista de Michel Temer, a secretária nacional dos Direitos da População LGBTQIA+, Symmy Larrat, ressaltou o papel do ativismo na construção do processo.
“Eu tenho muito orgulho dessa palavra, orgulho. O ódio tenta nos tirar tudo — o direito de ser quem somos, a alegria de amar como amamos. Mas o orgulho é potente, é dizer: ‘Não temos vergonha de nada’”, afirmou. Em um discurso emocionado, Symmy lembrou que a conferência só se tornou possível graças à mobilização social.
A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, destacou que a conferência representa “um marco histórico na reconstrução democrática do país”. Ela lembrou que, entre 2016 e 2022, o Brasil viveu “um tempo de silêncio, medo e exclusão”, mas que “a esperança nunca será silenciosa”. Segundo a ministra, o novo momento é de reafirmação da vida e de consolidação de políticas permanentes e integradas voltadas à população LGBTQIA+.
Entre as medidas anunciadas pelo governo federal, está a assinatura da Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, que estabelece diretrizes para a formulação, execução e monitoramento de políticas públicas voltadas à igualdade e ao enfrentamento da discriminação. Também foi lançada a Política de Trabalho Digno, Educação e Geração de Renda LGBTQIA+, voltada especialmente às pessoas trans e negras, com foco em autonomia econômica e inclusão produtiva.
“Foi o ativismo brasileiro que garantiu que esta conferência acontecesse. Onde não quiseram que a gente falasse, o ativismo foi lá e fez. Foram vocês que trouxeram este momento de volta. No governo Lula, a participação social é de extrema importância — então usem e abusem desses dias, porque esta conferência é de todas nós”, disse.
Participaram também da abertura da conferência diversas autoridades e lideranças políticas dos Três Poderes. Além da ministra Macaé Evaristo, participaram Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Márcia Lopes (Mulheres) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). Também estiveram presentes as deputadas federais Erika Hilton, Jandira Feghali e Duda Salabert, entre outras.
O evento contou ainda com a presença do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, e de representantes da sociedade civil, como a ativista Jovanna Cardoso (Jovanna Baby) e o artista indígena Douglas Lopes (MC Taviraí), do povo Guarani Kaiowá (MS).
A CUT participa da Conferência com uma delegação formada por integrantes do Coletivo Nacional LGBTQIA+, composto por dirigentes sindicais de diversos ramos e entidades filiadas, levando as demandas históricas da classe trabalhadora LGBTQIA+, com foco na defesa de políticas públicas que assegurem direitos, inclusão e trabalho digno.
Representando a Central, na abertura, Zezinho Prado, dirigente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e integrante do Coletivo Nacional LGBTQIA+ da Central, destacou a importância de “esperançar” como verbo político e coletivo.
“Esse dia representa uma retomada de algo que nos foi roubado. Eu tenho 71 anos e sei o quanto foi difícil chegar até aqui. Passamos por muitas dificuldades nos estados, mas chegamos. E quem merece palmas são vocês — as pessoas que vieram, que resistiram e trouxeram no coração a esperança de uma sociedade LGBTQIA+ viva e organizada. Paulo Freire dizia que o verbo mais bonito que existe é esperançar. Que a gente conjugue muito esse verbo nestes dias, para construir um produto que tenha a nossa cara, a nossa vontade e que mude a sociedade quando ela olha pra gente”, afirmou.
O secretário nacional de políticas LGBTQIA+ da CUT, Walmir Siqueira, prestou homenagem ao militante Washington Dias, referência nacional na articulação entre o movimento negro e o movimento LGBTQIA+.
“Washington foi muito mais do que um militante. Foi um líder, um articulador, um irmão de luta, um homem de fé, babalorixá, economista, presidente do Conselho Nacional de Combate à Discriminação. Dedicou sua vida a construir pontes entre o movimento negro, o movimento LGBT e as tradições de matriz africana. Com sabedoria, firmeza e axé, nos mostrou que resistência e espiritualidade caminham juntas. Hoje dizemos: Washington presente, sempre que houver luta, justiça social e amor”, declarou Walmir, sob aplausos.
A delegação da CUT acompanha as discussões nos quatro eixos estratégicos da conferência: enfrentamento à violência contra pessoas LGBTQIA+; trabalho digno e geração de renda; interseccionalidade e internacionalização; e consolidação da política nacional de direitos. As propostas resultantes serão sistematizadas pelo Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ e pelo MDHC, orientando futuras ações governamentais.
Para a Central, a retomada da conferência simboliza um passo decisivo na reconstrução das políticas de Estado voltadas à igualdade e à cidadania. Ao longo dos dias de debates, a delegação da CUT pretende fortalecer o diálogo entre o movimento sindical e os movimentos sociais, reforçando o papel do trabalho digno como parte essencial da luta por direitos humanos.
“A presença da CUT aqui reafirma nosso compromisso histórico com a defesa da democracia e da diversidade”, sintetizou Walmir. “Porque sem igualdade de oportunidades, não há justiça social. E sem justiça social, não há trabalho decente.”
Cerimônia de abertura
Ao celebrar o retorno da Conferência, extinta em 2018 pelo governo golpista de Michel Temer, a secretária nacional dos Direitos da População LGBTQIA+, Symmy Larrat, ressaltou o papel do ativismo na construção do processo.
“Eu tenho muito orgulho dessa palavra, orgulho. O ódio tenta nos tirar tudo — o direito de ser quem somos, a alegria de amar como amamos. Mas o orgulho é potente, é dizer: ‘Não temos vergonha de nada’”, afirmou. Em um discurso emocionado, Symmy lembrou que a conferência só se tornou possível graças à mobilização social.
A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, destacou que a conferência representa “um marco histórico na reconstrução democrática do país”. Ela lembrou que, entre 2016 e 2022, o Brasil viveu “um tempo de silêncio, medo e exclusão”, mas que “a esperança nunca será silenciosa”. Segundo a ministra, o novo momento é de reafirmação da vida e de consolidação de políticas permanentes e integradas voltadas à população LGBTQIA+.
Entre as medidas anunciadas pelo governo federal, está a assinatura da Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, que estabelece diretrizes para a formulação, execução e monitoramento de políticas públicas voltadas à igualdade e ao enfrentamento da discriminação. Também foi lançada a Política de Trabalho Digno, Educação e Geração de Renda LGBTQIA+, voltada especialmente às pessoas trans e negras, com foco em autonomia econômica e inclusão produtiva.
“Foi o ativismo brasileiro que garantiu que esta conferência acontecesse. Onde não quiseram que a gente falasse, o ativismo foi lá e fez. Foram vocês que trouxeram este momento de volta. No governo Lula, a participação social é de extrema importância — então usem e abusem desses dias, porque esta conferência é de todas nós”, disse.
Participaram também da abertura da conferência diversas autoridades e lideranças políticas dos Três Poderes. Além da ministra Macaé Evaristo, participaram Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Márcia Lopes (Mulheres) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). Também estiveram presentes as deputadas federais Erika Hilton, Jandira Feghali e Duda Salabert, entre outras.
O evento contou ainda com a presença do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, e de representantes da sociedade civil, como a ativista Jovanna Cardoso (Jovanna Baby) e o artista indígena Douglas Lopes (MC Taviraí), do povo Guarani Kaiowá (MS).
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