23/11/2023
Santander exalta diversidade racial, mas dados mostram o contrário

Para aproveitar o 20 de novembro – Dia da Consciência Negra – o Santander divulgou um comunicado interno, via e-mail, por meio do qual enumera algumas ações afirmativas que “fortalecem nossa visão de diversidade para as pessoas pretas e pardas”.
O texto é assinado por Ede Ilson Viani. Branco, Viani é “sponsor” (promovedor) do tema diversidade racial no Santander, de acordo com o comunicado. Segundo o site do Santander, ele é vice-presidente executivo, responsável por Tecnologia & Operações e membro do Conselho de Administração do banco espanhol.
Um dos poucos dados citados no comunicado afirma que 35,4% dos profissionais do Santander são negros (pretos e pardos), uma evolução de seis pontos percentuais – o texto não informa o período da evolução.
A representação dos trabalhadores questiona aonde estão esses negros e que cargos eles ocupam no banco. São funções de liderança? São perguntas sem respostas, pois o Santander não divulga esses dados. Por isso, o movimento sindical cobra do banco espanhol que retome as mesas de negociação específicas sobre diversidade para discutir questões como essas e, principalmente, maior possibilidade de ascensão nas carreiras de negros e negras, que ocupam principalmente cargos na base da hierarquia dos bancos, mas raramente funções de liderança.
Pouca diversidade no Santander
Para se ter uma ideia, no Santander, as pessoas de pele branca compõem 100% do conselho de administração e 96% da diretoria. Apenas 2% dos diretores são pardos. Os outros 2% são amarelos ou indígenas. Não há nenhum preto nem no conselho de administração e nem na diretoria. Os dados são do Formulário de Referência 2023, referente ao exercício de 2022.
Ainda de acordo com o Formulário de Referência 2023 do Santander, os brancos compõem 85,7% dos 1.291 cargos de liderança, os pretos 1,7% e os pardos 7,3%.
Dados divulgados durante o VIII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado no início de novembro em Porto Alegre, de um total de aproximadamente 450 mil trabalhadores e trabalhadoras bancários, os negros ocupavam apenas 110 mil vagas. Em 2021, pretos e pardos representavam 20,3% da totalidade das ocupações relacionadas aos cargos de liderança na categoria bancária, enquanto que os brancos representavam 75,5% destes cargos.
A situação dos jovens negros no sistema financeiro também preocupa. A juventude com até 29 anos, representava apenas 17,8% em sua totalidade. Dentre estes, apenas 31,6% eram negros e em maior número entre 18 e 24 anos.
"O racismo se reflete sobretudo nas difíceis condições, em especial para as mulheres negras, seja no mundo do trabalho, seja nas relações sociais. E a desigualdade racial no mercado de trabalho reproduz e reafirma esse desequilíbrio já existente em todas as esferas da sociedade", explica o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim. "Por isso seguimos cobrando de todos os bancos a retomada da mesa específica de negociação sobre diversidade, para que possamos avançar neste debate e garantir a inclusão racial nos bancos, sobretudo nas funções de liderança”, conclui o dirigente.
O texto é assinado por Ede Ilson Viani. Branco, Viani é “sponsor” (promovedor) do tema diversidade racial no Santander, de acordo com o comunicado. Segundo o site do Santander, ele é vice-presidente executivo, responsável por Tecnologia & Operações e membro do Conselho de Administração do banco espanhol.
Um dos poucos dados citados no comunicado afirma que 35,4% dos profissionais do Santander são negros (pretos e pardos), uma evolução de seis pontos percentuais – o texto não informa o período da evolução.
A representação dos trabalhadores questiona aonde estão esses negros e que cargos eles ocupam no banco. São funções de liderança? São perguntas sem respostas, pois o Santander não divulga esses dados. Por isso, o movimento sindical cobra do banco espanhol que retome as mesas de negociação específicas sobre diversidade para discutir questões como essas e, principalmente, maior possibilidade de ascensão nas carreiras de negros e negras, que ocupam principalmente cargos na base da hierarquia dos bancos, mas raramente funções de liderança.
Pouca diversidade no Santander
Para se ter uma ideia, no Santander, as pessoas de pele branca compõem 100% do conselho de administração e 96% da diretoria. Apenas 2% dos diretores são pardos. Os outros 2% são amarelos ou indígenas. Não há nenhum preto nem no conselho de administração e nem na diretoria. Os dados são do Formulário de Referência 2023, referente ao exercício de 2022.
Ainda de acordo com o Formulário de Referência 2023 do Santander, os brancos compõem 85,7% dos 1.291 cargos de liderança, os pretos 1,7% e os pardos 7,3%.
Dados divulgados durante o VIII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado no início de novembro em Porto Alegre, de um total de aproximadamente 450 mil trabalhadores e trabalhadoras bancários, os negros ocupavam apenas 110 mil vagas. Em 2021, pretos e pardos representavam 20,3% da totalidade das ocupações relacionadas aos cargos de liderança na categoria bancária, enquanto que os brancos representavam 75,5% destes cargos.
A situação dos jovens negros no sistema financeiro também preocupa. A juventude com até 29 anos, representava apenas 17,8% em sua totalidade. Dentre estes, apenas 31,6% eram negros e em maior número entre 18 e 24 anos.
"O racismo se reflete sobretudo nas difíceis condições, em especial para as mulheres negras, seja no mundo do trabalho, seja nas relações sociais. E a desigualdade racial no mercado de trabalho reproduz e reafirma esse desequilíbrio já existente em todas as esferas da sociedade", explica o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim. "Por isso seguimos cobrando de todos os bancos a retomada da mesa específica de negociação sobre diversidade, para que possamos avançar neste debate e garantir a inclusão racial nos bancos, sobretudo nas funções de liderança”, conclui o dirigente.
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