13/04/2023

Bancos eliminam postos de trabalho pelo quinto mês consecutivo

O setor bancário eliminou postos de trabalho pelo quinto mês consecutivo. Em fevereiro, foram fechadas 882 vagas, maior número desde novembro de 2020 – período agravado pela pandemia do covid-19 –, quando foram encerradas mais de duas mil vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Considerando o acumulado em 12 meses (março de 2022 a fevereiro de 2023), o saldo negativo foi de 2.063 vagas.
Os bancos múltiplos com carteira comercial – maior parte dos bancos privados – são responsáveis pela maioria do fechamento de vagas. Assim, a abertura de empregos criados pela Caixa, em período passado (+ 1.131 em 12 meses encerrados em fevereiro), não foi suficiente para reverter o saldo negativo da categoria.

"É muito preocupante essa sequência negativa no emprego bancário, principalmente, se levarmos em conta que essas instituições seguem investindo num processo de precarização das condições do trabalho para os que permanecem - com sobrecarga de trabalho, na terceirização - que na prática significa redução de direitos, e uma gestão pelo assédio, com base em metas cada vez mais abusivas e inatingíveis, que impactam diretamente a saúde da categoria. Para manter sua lucratividade em ascensão, os bancos insistem na lógica perversa de aumentar resultados à custa de demissões, muitas vezes destruindo a saúde de seus trabalhadores para depois descartá-los", destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
Menos Metas, Mais Saúde

Por esta razão, o movimento sindical está promovendo a campanha Menos Metas, Mais Saúde.

"Estamos denunciando que, na maioria das vezes, os slogans comoventes utilizados pelos bancos, infelizmente não são colocados em prática. Os bancos vêm acumulando recorde em cima de recorde quando o assunto é lucro. Lucro esse obtido através da exploração de bancários e bancárias, por meio da cobrança de metas inatingíveis. Cobramos a redução dessas metas e o fim da exploração também da população, que paga juros e tarifas extorsivas para receber em troca muitas vezes um atendimento inadequado, consequência da falta de funcionários nas agências. Ignoram completamente sua responsabilidade social ao demitir trabalhadores quando deveriam gerar empregos", ressalta Vicentim.

Remuneração média nos bancos

O salário mensal médio do bancário admitido em fevereiro alcançou R$ 6.023,13 enquanto o do desligado foi de R$ 7.556,55. Ou seja, o salário médio do admitido foi 20,29% menor do que o do demitido.

Outra forma de os bancos lucrarem cada vez mais é por meio da rotatividade do emprego com a redução de salário. Ou seja, os bancos lucram ao mesmo tempo em que cortam postos de trabalho, aumentam as metas e a cobrança para o assédio, e pagam salários menores quando contratam. Uma situação que favorece acionistas e diretores em cima do adoecimento, da sobrecarga de trabalho e da redução da renda dos bancários.

Emprego no Ramo Financeiro

O emprego no Ramo Financeiro, excluindo a categoria bancária, teve pequeno saldo positivo em fevereiro, com a abertura de 32 postos de trabalho, após resultado amplo no mês imediatamente anterior. Nos últimos 12 meses, encerrados em fevereiro, foram criados 30,6 mil postos de trabalho, uma média de criação de 2,5 mil postos por mês.

Emprego formal no Brasil

Considerando o emprego com carteira assinada de forma geral, o Brasil apresentou expansão em fevereiro de 2023, registrando saldo de 241.785 postos de trabalho. Este resultado decorreu de 1.949.844 admissões e de 1.708.059 desligamentos. Os números foram positivos em quatro Grandes Grupamentos de Atividades Econômicas: Serviços (+164.200 postos); Construção (+22.246 postos); Indústria geral (+40.380 postos); Agropecuária (+16.284 postos); e negativo no Comércio (-1.325 postos).
Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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