02/09/2019
Caixa Econômica Federal terá que explicar boicote ao Nordeste em audiência pública

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realizará audiência pública, nesta terça-feira (3), para discutir as suspeitas de que a Caixa Econômica Federal teria travado o volume de empréstimos para municípios do Nordeste por motivos políticos. A vice-presidente de governo da Caixa, Tatiana Thomé de Oliveira, comparecerá à comissão para esclarecer o assunto e explicar as diretrizes do banco para a concessão de empréstimos, informou a Agência Senado.
O assunto foi uma das bandeiras aprovadas pelos delegados e as delegadas do 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado nos dias 1 e 2 de agosto, em São Paulo. Eles votaram uma moção em repúdio à perseguição do Governo aos estados do Nordeste.
No último dia do evento, reportagem do jornal O Estado de S.Paulo informou que os governos do Nordeste estão sendo boicotados pela Caixa desde a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo a matéria, assinada pelas repórteres Camila Turtelli e Adriana Fernandes, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, teria baixado uma ordem para que não sejam contratados empréstimos junto a estados e municípios da região. A informação sobre o bloqueio prévio de recursos teria sido obtida com funcionários do banco e da equipe econômica do governo. “Sob condição de anonimato, elas confirmam que ouviram a orientação em mais de uma ocasião”, diz a reportagem.
Alegações do banco
Em nota oficial, a direção da Caixa negou o boicote. Mas levantamento feito pelo jornal, com base nos números do banco e do Tesouro Nacional, mostra que dos R$ 4 bilhões em empréstimos autorizados em 2019 para governos e prefeituras de todo país, apenas 2,2% (R$ 89 milhões) foram para o Nordeste.
Nos anos anteriores os índices foram bem maiores. Em 2018, o Nordeste recebeu 21,6% do total de empréstimos. Em 2017, 18,6%.
Na nota, o banco alega que as autorizações levam em conta critérios de “sazonalidade” e “o número de pleitos recebidos”, indicando que teriam diminuído os pedidos de empréstimos do Nordeste.
Orientação é para recusar pedidos
Segundo o jornal, no entanto, existe uma fila de pedidos da região aguardando decisão do banco. Entre eles estaria um financiamento de R$ 133 milhões para a prefeitura de São Luís (MA), para obras de infraestrutura. “O pedido do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) foi feito no dia 9 de maio e até hoje não houve uma resposta. A orientação para a área técnica, segundo apurou a reportagem, era de não aprová-lo mesmo estando tudo certo. A estratégia foi protelar até os documentos vencerem em 30 de junho”, diz a matéria.
Para Fabiana Uehara Proshcholdt, secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, a Caixa precisa explicar esse claro boicote a uma das regiões mais importantes do Brasil. “É evidente que a decisão é ideológica e segue a linha dos ataques feitos pelo presidente. Isto é um absurdo. Não podemos aceitar que, por puro preconceito, milhões de brasileiros sejam prejudicados.”
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região e empregado da Caixa, Antônio Júlio Gonçalves Neto, reforça ser inaceitável que o banco que nos últimos anos foi responsável pelas políticas de distribuição de renda e por financiar o desenvolvimento em regiões que no passado concentravam grande parte da fome no país, atue dessa forma discriminatória.
"A Caixa desempenha um papel fundamental, pois é ferramenta de crescimento, desenvolvimento e contribui para a redução da desigualdade. Sua importância para a economia brasileira é uma situação absolutamente estratégica para o país. O Sindicato tem realizado diversas atividades em defesa do banco público e do seu caráter social e defende que, como banco indutor do desenvolvimento, não deve atuar como instrumento para interesses políticos e retaliações por parte do governo", ressalta Tony.
O assunto foi uma das bandeiras aprovadas pelos delegados e as delegadas do 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado nos dias 1 e 2 de agosto, em São Paulo. Eles votaram uma moção em repúdio à perseguição do Governo aos estados do Nordeste.
No último dia do evento, reportagem do jornal O Estado de S.Paulo informou que os governos do Nordeste estão sendo boicotados pela Caixa desde a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo a matéria, assinada pelas repórteres Camila Turtelli e Adriana Fernandes, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, teria baixado uma ordem para que não sejam contratados empréstimos junto a estados e municípios da região. A informação sobre o bloqueio prévio de recursos teria sido obtida com funcionários do banco e da equipe econômica do governo. “Sob condição de anonimato, elas confirmam que ouviram a orientação em mais de uma ocasião”, diz a reportagem.
Alegações do banco
Em nota oficial, a direção da Caixa negou o boicote. Mas levantamento feito pelo jornal, com base nos números do banco e do Tesouro Nacional, mostra que dos R$ 4 bilhões em empréstimos autorizados em 2019 para governos e prefeituras de todo país, apenas 2,2% (R$ 89 milhões) foram para o Nordeste.
Nos anos anteriores os índices foram bem maiores. Em 2018, o Nordeste recebeu 21,6% do total de empréstimos. Em 2017, 18,6%.
Na nota, o banco alega que as autorizações levam em conta critérios de “sazonalidade” e “o número de pleitos recebidos”, indicando que teriam diminuído os pedidos de empréstimos do Nordeste.
Orientação é para recusar pedidos
Segundo o jornal, no entanto, existe uma fila de pedidos da região aguardando decisão do banco. Entre eles estaria um financiamento de R$ 133 milhões para a prefeitura de São Luís (MA), para obras de infraestrutura. “O pedido do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) foi feito no dia 9 de maio e até hoje não houve uma resposta. A orientação para a área técnica, segundo apurou a reportagem, era de não aprová-lo mesmo estando tudo certo. A estratégia foi protelar até os documentos vencerem em 30 de junho”, diz a matéria.
Para Fabiana Uehara Proshcholdt, secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, a Caixa precisa explicar esse claro boicote a uma das regiões mais importantes do Brasil. “É evidente que a decisão é ideológica e segue a linha dos ataques feitos pelo presidente. Isto é um absurdo. Não podemos aceitar que, por puro preconceito, milhões de brasileiros sejam prejudicados.”
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região e empregado da Caixa, Antônio Júlio Gonçalves Neto, reforça ser inaceitável que o banco que nos últimos anos foi responsável pelas políticas de distribuição de renda e por financiar o desenvolvimento em regiões que no passado concentravam grande parte da fome no país, atue dessa forma discriminatória.
"A Caixa desempenha um papel fundamental, pois é ferramenta de crescimento, desenvolvimento e contribui para a redução da desigualdade. Sua importância para a economia brasileira é uma situação absolutamente estratégica para o país. O Sindicato tem realizado diversas atividades em defesa do banco público e do seu caráter social e defende que, como banco indutor do desenvolvimento, não deve atuar como instrumento para interesses políticos e retaliações por parte do governo", ressalta Tony.
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