26/04/2019
Contra a diversidade: Bolsonaro veta campanha publicitária do Banco do Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro ordenou pessoalmente que o Banco do Brasil retirasse do ar uma campanha publicitária estrelada por atores e atrizes negros e jovens tatuados usando anéis, dreadlocks e cabelos compridos. A peça comercial voltada para o público jovem não agradou o presidente por ter "diversidade demais", segundo o blog de Lauro Jardim, em O Globo.
Ainda segundo o colunista, o diretor de Comunicação e Marketing do BB, Delano Valentim, funcionário de carreira do banco, deixou o cargo. "O presidente Bolsonaro e eu concordamos que o filme deveria ser recolhido. A saída do diretor é uma decisão de consenso, inclusive com aceitação do próprio", disse o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes. Ele não especifica, entretanto, o que havia de errado com a peça publicitária.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa do BB, o veto à campanha cria sinal de alerta aos outros projetos internos do BB. “Temos reivindicações históricas para implementar no banco. Ações que efetivamente estabelecem a diversidade, como as políticas de equidade e apoio a diversidade no corpo funcional. Temos de ficar em alertas e mobilizados, para garantir que estas pautas avancem. O atual governo já mostrou sua forma de pensar, e parece que só pensa em acabar com diversidade. Lembremos que houve recentemente um pedido de alteração de um critério de curso interno que tinha o tema de assédio e diversidade.”
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, a sociedade brasileira e mundial está assistindo ao avanço do conservadorismo e de preconceitos, que colaboram com o aumento das desigualdades sociais do país.
"O preconceito contra a diversidade é resultado não somente das discriminações ocorridas no passado, mas de um processo ainda muito ativo de estereótipos enraizados por muito tempo. Precisamos reverter esse quadro e promover um modelo de desenvolvimento no qual a diversidade seja um dos seus pilares e em que prevaleça a cultura da inclusão e da igualdade," defendeu Vicentim.
"No mercado de trabalho a busca por igualdade de oportunidade tem sido uma constante bandeira defendida pelo Sindicato. É preciso fazer valer as conquistas já obtidas e pressionar por respeito e avanços", completou.
Reincidência
A postura anti-diversidade coaduna tanto com o histórico de Ruben Novaes quanto de Jair Bolsonaro. O presidente da República tem uma coletânea de frases de cunho machista, como quando disse que a deputada Maria do Rosário (PT), sua então colega de Câmara, não merecia ser estuprada por ser feia. A mais recente declaração homofóbica de Bolsonaro foi dada na manhã desta quinta-feira, durante café com jornalistas. Bolsonaro disse que o Brasil “não pode ser o país do turismo gay”. E foi além: “Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”.
Já Novaes tem um histórico de postagens no Facebook carregado de misoginia, machismo e preconceito contra mulheres. Entre as postagens estão ofensas de cunho sexual, comentários jocosos sobre a aparência e a capacidade das mulheres, além do compartilhamento de notícias falsas e teorias conspiratórias descabidas.
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