13/08/2018
Cassi: BB lança simulador que dissimula custos da sua proposta para associados

(Arte: Freepik)
O Banco do Brasil divulgou um simulador para os funcionários verificarem quanto a mensalidade da Cassi irá custar aos associados se a proposta defendida pelo banco for aprovada. Mas o banco não informa que os atuais subsídios aos dependentes serão extintos e suas mensalidades serão corrigidas pelos valores de mercado, sempre muito acima da inflação.
“Na minha simulação, minha Cassi vai dos atuais 3% para 6,5% do salário, um aumento absurdo”, afirma um bancário.
“O Banco do Brasil está disputando segmentos de público para aprovar sua proposta, trabalhando com a ideia de tentar convencer aqueles que ainda não tem filhos a votarem com a patrocinadora. Para isso, está criando a divisão entre o corpo social e fomentando o individualismo entre o funcionalismo”, denuncia Sílvia Muto, membro do conselho de usuários da Cassi-SP.
Dentre outros ataques aos associados, a proposta defendida pelo Banco do Brasil para a Cassi exclui os futuros aposentados da cobertura da caixa de assistência; eleva custos para os atuais aposentados, e também da ativa por meio da cobrança para cada dependente ao invés de grupo familiar; e diminui a participação do banco no custeio da caixa de assistência.
A proposta precisa da aprovação de dois terços do corpo social e será colocada em votação nos próximos meses.
Diretores eleitos traem os associados
O movimento sindical vem denunciando a traição dos membros eleitos da Cassi, Luiz Satoru (diretor) e Sergio Faraco (conselheiro), que na reunião do Conselho Deliberativo votaram a favor da proposta defendida pelo banco, baseada na resolução 23 da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União), publicada em janeiro. A CGPAR é um órgão submetido ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, portanto, submetida ao governo Temer.
Trabalhadores apresentam proposta que não retira direitos
As entidades representativas dos trabalhadores também apresentaram proposta para a sustentabilidade da Cassi que busca garantir a manutenção de direitos e a cobertura para funcionários da ativa, aposentados e dependentes.
A proposta preserva o princípio da solidariedade, segundo o qual os associados contribuem de forma proporcional ao salário, independentemente da idade ou condição de saúde; defende a manutenção da Cassi sob o comando dos representantes dos associados, sendo gerida de forma paritária; dentre outros pontos.
> Saiba mais sobre proposta de sustentabilidade para a Cassi
Quanto à questão financeira, o documento propõe uma receita operacional nova de R$ 862,5 milhões/ano – o que representa R$ 4,3 bilhões entre 2019-23 – para reequilibrar liquidez e margem de solvência, fazer os investimentos necessários e ampliar o modelo assistencial.
Essa verba viria de um aditivo ao Memorando de Entendimentos, definindo 1,5% para o corpo social, que corresponderia R$ 345 milhões para os associados ao ano, ou seja, R$ 1,725 bilhão de 2019 a 2023; e 1,5 vezes esse valor a ser pago pelo banco, representando R$ 517 milhões ao ano, o que dá R$ 2,587 bilhões no mesmo período.
Essa alteração sustenta a mesma metodologia contábil e legal que o banco construiu em 2016, inclusive dentro dos parâmetros da CVM695, e coloca de lado a CGPAR 23, que tanto o banco quanto a chapa Mais Cassi querem impor para os associados.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim alerta sobre o perigo que a Cassi está correndo com as mudanças propostas pelo banco, sem negociação com a categoria, nem com os representantes dos trabalhadores. E destaca que os bancários devem permanecer unidos e mobilizados para evitar que a proposta do banco seja aprovada.
"Se o banco colocar em votação, indicamos voto contrário a essa proposta, porque ela diminui o poder dos associados, transforma a Cassi em um plano de mercado, muda consideravelmente a gestão. O banco deve dialogar previamente com os trabalhadores para chegar a um consenso entre todos os interessados, para que a Cassi permaneça sendo um grande plano para os funcionários. Do contrário, aqueles que têm dependentes e os aposentados enfrentarão muito mais gastos, sem contar os futuros funcionários que simplesmente estarão excluídos da caixa de assistência quando se aposentarem”, afirma Vicentim.
Ato em Brasília contra CGPAR 23
No dia 15 de agosto os trabalhadores farão protesto em Brasília contra as resoluções 22 e 23 da CGPAR que aniquilam os planos de saúde de empresas públicas, e em defesa dos bancos públicos.
“Na minha simulação, minha Cassi vai dos atuais 3% para 6,5% do salário, um aumento absurdo”, afirma um bancário.
“O Banco do Brasil está disputando segmentos de público para aprovar sua proposta, trabalhando com a ideia de tentar convencer aqueles que ainda não tem filhos a votarem com a patrocinadora. Para isso, está criando a divisão entre o corpo social e fomentando o individualismo entre o funcionalismo”, denuncia Sílvia Muto, membro do conselho de usuários da Cassi-SP.
Dentre outros ataques aos associados, a proposta defendida pelo Banco do Brasil para a Cassi exclui os futuros aposentados da cobertura da caixa de assistência; eleva custos para os atuais aposentados, e também da ativa por meio da cobrança para cada dependente ao invés de grupo familiar; e diminui a participação do banco no custeio da caixa de assistência.
A proposta precisa da aprovação de dois terços do corpo social e será colocada em votação nos próximos meses.
Diretores eleitos traem os associados
O movimento sindical vem denunciando a traição dos membros eleitos da Cassi, Luiz Satoru (diretor) e Sergio Faraco (conselheiro), que na reunião do Conselho Deliberativo votaram a favor da proposta defendida pelo banco, baseada na resolução 23 da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União), publicada em janeiro. A CGPAR é um órgão submetido ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, portanto, submetida ao governo Temer.
Trabalhadores apresentam proposta que não retira direitos
As entidades representativas dos trabalhadores também apresentaram proposta para a sustentabilidade da Cassi que busca garantir a manutenção de direitos e a cobertura para funcionários da ativa, aposentados e dependentes.
A proposta preserva o princípio da solidariedade, segundo o qual os associados contribuem de forma proporcional ao salário, independentemente da idade ou condição de saúde; defende a manutenção da Cassi sob o comando dos representantes dos associados, sendo gerida de forma paritária; dentre outros pontos.
> Saiba mais sobre proposta de sustentabilidade para a Cassi
Quanto à questão financeira, o documento propõe uma receita operacional nova de R$ 862,5 milhões/ano – o que representa R$ 4,3 bilhões entre 2019-23 – para reequilibrar liquidez e margem de solvência, fazer os investimentos necessários e ampliar o modelo assistencial.
Essa verba viria de um aditivo ao Memorando de Entendimentos, definindo 1,5% para o corpo social, que corresponderia R$ 345 milhões para os associados ao ano, ou seja, R$ 1,725 bilhão de 2019 a 2023; e 1,5 vezes esse valor a ser pago pelo banco, representando R$ 517 milhões ao ano, o que dá R$ 2,587 bilhões no mesmo período.
Essa alteração sustenta a mesma metodologia contábil e legal que o banco construiu em 2016, inclusive dentro dos parâmetros da CVM695, e coloca de lado a CGPAR 23, que tanto o banco quanto a chapa Mais Cassi querem impor para os associados.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim alerta sobre o perigo que a Cassi está correndo com as mudanças propostas pelo banco, sem negociação com a categoria, nem com os representantes dos trabalhadores. E destaca que os bancários devem permanecer unidos e mobilizados para evitar que a proposta do banco seja aprovada.
"Se o banco colocar em votação, indicamos voto contrário a essa proposta, porque ela diminui o poder dos associados, transforma a Cassi em um plano de mercado, muda consideravelmente a gestão. O banco deve dialogar previamente com os trabalhadores para chegar a um consenso entre todos os interessados, para que a Cassi permaneça sendo um grande plano para os funcionários. Do contrário, aqueles que têm dependentes e os aposentados enfrentarão muito mais gastos, sem contar os futuros funcionários que simplesmente estarão excluídos da caixa de assistência quando se aposentarem”, afirma Vicentim.
Ato em Brasília contra CGPAR 23
No dia 15 de agosto os trabalhadores farão protesto em Brasília contra as resoluções 22 e 23 da CGPAR que aniquilam os planos de saúde de empresas públicas, e em defesa dos bancos públicos.
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