25/07/2018
Nesta quarta (25) tem negociação sobre emprego. Instituições financeiras não têm razão para demitir
A definição de injustiça pode ser ilustrada pela relação entre o lucro e as demissões promovidas pelos bancos no Brasil.
Mesmo em um cenário econômico dos mais adversos, os bancos são um dos poucos setores que permanecem ganhando como sempre ganharam. Ainda assim, extinguem milhares de postos de trabalho todos os anos, agravando o desemprego que assola o Brasil desde o golpe.
“Os bancos não têm razão para demitir e é isso que vamos cobrar na rodada de negociação desta quarta-feira (25)”, afirma Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Queremos respeito aos empregos e também garantir na CCT que os bancários não sejam trocados por trabalhadores terceirizados, nem pelas formas de contratação previstas na lei trabalhista do pós-golpe, como autônomos, interminentes”, reforça a dirigente que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, responsável por negociar com a federação dos bancos (Fenaban).
Em 2017, o lucro líquido dos cinco maiores (BB, Caixa Federal, Itaú, Bradesco e Santander) somou R$ 77,4 bilhões, 33,5% mais que em 2016. O primeiro trimestre de 2018, segue essa toada: o lucro dos cinco maiores somou R$ 20,6 bilhões, com alta de 20,4% em doze meses.
Apesar de ganharem tanto, no ano passado extinguiram quase 20 mil postos de trabalho bancários. Entre janeiro de 2012 e junho de 2018 os bancos já extinguiram 57.045 postos de trabalho. Uma média de 731 desempregados por mês.
“Dados do IBGE dão conta de que um a cada quatro brasileiros estão a procura de emprego. Todo mundo tem um desempregado na família. E os bancos, com todo o lucro que têm, em vez de ter compromisso e não gerar ainda mais desempregos, estão contribuindo com esse desastre social”, critica a dirigente.
Sobrecarga que adoece e custa caro à sociedade
Além de levar o desemprego para milhares de famílias brasileiras, os cortes promovidos pelos bancos transtornam a rotina dos bancários, fazendo com que a quantidade de trabalho que cada um deve realizar só aumente. O número de clientes por empregado subiu 13,3% no Bradesco; 6,9% no Santander; 14% na Caixa; 6,9% no Itaú; 6,7% no BB. Isso se traduz em sobrecarga, estresse, pressão por metas, assédio moral e o consequente adoecimento.
“Um setor que bate recorde de lucratividade todos os anos há quase duas décadas, devolve à sociedade brasileira uma legião de desempregados e adoecidos”, ressalta Juvandia, lembrando que o setor foi responsável por apenas 1% dos empregos criados no país, mas 5% dos afastamentos por doença, entre 2012 e 2017 (de acordo com dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho).
Assim, é também o que mais gera gastos ao INSS: 6% do total de recursos para afastados são consequência do modo de gestão dos bancos. São responsáveis, ainda, por 21,2% do total de afastamentos do trabalho por transtorno depressivo recorrente, 18% por transtornos de ansiedade, 14,6% por reações ao estresse grave e 17,1% do total de afastamentos do trabalho por episódios depressivos.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, é de extrema importância que os bancos entendam que os bancários são seu maior patrimônio.
"Nós, do movimento sindical, sempre lutamos pela defesa da manutenção do emprego na categoria bancária e pelo fim das demissões imotivadas. É preciso que os trabalhadores tenham clareza da gravidade do momento que atravessamos e mantenham-se unidos e mobilizados. Temos ciência do impacto estratégico que teve a reforma trabalhista. Mas, sabemos que organizados conseguiremos construir uma frente de unidade e resistência que nos possibilitará dar um salto na defesa dos nossos direitos. Juntos somos mais", conclama Vicentim.

#EmpregoÉbomeEugosto
A mesa sobre emprego, que será a quarta rodada de negociação com a Fenaban, ocorrerá em São Paulo, nesta quarta-feira 25. Os bancários de todo o país, trabalhadores em geral e a população podem se mobilizar por mais contratações nos bancos pelas redes sociais com a hashtag #EmpregoÉbomeEugosto.
Também nesta quarta-feira (25), os bancários estarão mobilizados em todo o país em Dia Nacional de Luta em defesa dos planos de saúde das empresas públicas, entre eles Cassi e Economus (dos funcionários do Banco do Brasil) e Saúde Caixa.
A mesa sobre emprego, que será a quarta rodada de negociação com a Fenaban, ocorrerá em São Paulo, nesta quarta-feira 25. Os bancários de todo o país, trabalhadores em geral e a população podem se mobilizar por mais contratações nos bancos pelas redes sociais com a hashtag #EmpregoÉbomeEugosto.
Também nesta quarta-feira (25), os bancários estarão mobilizados em todo o país em Dia Nacional de Luta em defesa dos planos de saúde das empresas públicas, entre eles Cassi e Economus (dos funcionários do Banco do Brasil) e Saúde Caixa.
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