Entenda como se desenvolve a mobilização dos bancários
Não é novidade para ninguém que os bancários estão permanentemente lutando para manter e conquistar direitos. Mas, durante um período do ano, entre o final do primeiro semestre e meados do segundo, a categoria se mobiliza de maneira especial. É a Campanha Nacional Unificada.
Ela é especial porque tem como motivo a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, documento válido para todos os bancários do país que agrega todos os direitos conquistados pela categoria ao longo de sua história.
Ressalte-se a palavra “conquistados”, já que nenhum dos direitos que integram a CCT foi dado de mão beijada pelos banqueiros ou caiu do céu. Todos são fruto de muita luta e garra dos trabalhadores de hoje e de ontem.
A Convenção Coletiva tem validade de um ano, sempre até 1º de setembro de cada ano – é a chamada data base da categoria. Para conquistar a renovação da CCT, mantendo os direitos que já tinham e incluindo outros, a categoria entra em campanha nacional, pois, como os banqueiros não dão nada de graça, é necessário pressionar.
Como começa – Tudo começa no final do primeiro semestre, quando os Sindicatos fazem uma consulta para saber melhor quais os anseios da categoria. Depois vem a primeira assembleia, onde os bancários referendam os resultados da consulta e elegem delegados que os representarão nos debates com outros bancários eleitos delegados em todos os cantos do país para a construção de uma pauta de reivindicações válida nacionalmente.
Conferências – O primeiro fórum de discussões é a conferência estadual. Dela é retirada uma pauta de reivindicações dos bancários do estado que é levada para ser apreciada num fórum maior de discussões, a conferência nacional. Após três dias de debates entre representações de todo o Brasil, sai a pauta de reivindicações unificada, que pode ser definida como o conjunto nacional de exigências que os trabalhadores têm para renovar a CCT.
Pauta – O passo seguinte é entregar essa pauta aos banqueiros e começar a negociar os itens que a compõem. Quem negocia é o Comando Nacional dos Bancários, conjunto de dirigentes sindicais de várias entidades do país, e representantes da federação dos bancos, a Fenaban.
Negociações – Enquanto as negociações se desenrolam, o que pode durar semanas ou meses, a categoria tem de mostrar disposição para a luta. É o respaldo da mobilização que dá força para o Comando na mesa de negociação com os bancos. Em geral, os banqueiros dificultam e não mostram disposição para acatar às justas reivindicações da categoria. É quando a mobilização se acirra e os trabalhadores começam a pensar no mais forte mecanismo de pressão: a paralisação das atividades.
Greve – Greve não é bom para ninguém, por isso é a última forma de protesto dos trabalhadores, usada apenas no ponto em que os banqueiros demonstram não ter disposição de atender as necessidades da categoria.
Assembleia – Quando trabalhadores e banqueiros chegam a um consenso a campanha entra na reta final. Os trabalhadores reúnem-se em assembléia e fazem valer sua vontade. São os bancários que decidem, em todo o Brasil, se querem ou não aceitar o que foi debatido na mesa de negociação.
CCT – Se as assembleias aceitam o acordo, chega-se à última etapa da campanha que é a assinatura de uma nova Convenção Coletiva de Trabalho, com validade por mais um ano, até o próxima data base em 1º de setembro.
Acordos Aditivos – Além da CCT, que vale para todos, há também acordos aditivos, ou seja, complementares, com direitos específicos. São três: na Caixa Federal, no Banco do Brasil e no Santander. A campanha vale também para a renovação destes acordos. Mas, nesses casos, as pautas de reivindicações são específicas, ou seja, voltadas especificamente para os trabalhadores desses bancos, e as negociações são realizadas separadamente. A construção das pautas específicas segue rito semelhante, com consultas, assembleias e congressos.
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