Denúncia via SA 8000 causa demissão
Dois funcionários do Bradesco vítimas de assédio moral foram demitidos dias depois de denunciarem seus superiores por meio do canal da SA 8000, norma internacional de Responsabilidade Social que, de acordo com o site do banco, “trata da qualidade das ações, relações e condições do ambiente de trabalho”.
O movimento sindical pediu explicações e reivindicou a revisão das demissões, mas o RH se recusou a reintegrar os bancários e negou que os desligamentos tivessem relação com as denúncias. “O canal de denúncias da SA 8000 é amplamente divulgado pelo Bradesco que usa o certificado como um atestado de respeito aos direitos dos trabalhadores. O fato é que os funcionários acreditaram no sistema do banco, identificaram-se e dias depois foram punidos”, avisa a dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo Neiva Ribeiro, funcionária do Bradesco.
As demissões ocorreram mais ou menos no mesmo período. Um dos bancários salvou uma cópia da denúncia, feita em meados de dezembro. Logo depois ele entrou em férias e, três dias após retornar, foi desligado. No relato direcionado ao “Banco do Planeta” ele diz que era constantemente mal tratado por seu superior, com palavras ofensivas. Um dia, conta o bancário, o superior bateu em sua mesa e disse de forma agressiva que ele devia ter “mais vontade de trabalhar”.
Sem apuração – A SA 8000, ressalta Neiva, prevê que as críticas, sugestões e denúncias dos trabalhadores sejam apuradas pelo banco e que resultem em ações, mas nada foi feito de concreto em relação aos casos relatados pelos funcionários. “A única providência do banco foi a demissão dos dois”, destaca a dirigente.
A falta de apuração, acrescenta Neiva, é uma reclamação comum entre os bancários que utilizam esse canal. “Isso já foi inclusive comunicado ao auditor da norma, que visitou o sindicato no começo deste ano durante o processo de recertificação do banco.”
Acordo – O caso dos funcionários do Bradesco deve servir de exemplo para que os trabalhadores utilizem apenas o canal de denúncias disponibilizado pelo Sindicato.
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O acordo de combate ao assédio moral garante o sigilo do denunciante e prevê um prazo para que os bancos apurem e tomem providências.
O acordo aditivo, uma das maiores conquistas da categoria bancária na Campanha Nacional de 2010, foi assinado no dia 26 de janeiro, na sede da federação dos bancos, entre as entidades sindicais e representantes do Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Caixa Federal e HSBC.
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