Deputados federais e senadores voltam a zombar do povo brasileiro
Deputados federais e senadores, supostos representantes do povo (só se forem no papel), voltam a zombar dos trabalhadores brasileiros. Tal como aves carniceiras, reuniram-se na surdina para reajustar o próprio salário em 62%.
Esperaram um momento propício para darem a bicada fatal: algumas semanas após a eleição, quando os reles mortais estão envolvidos com os preparativos das festas de fim de ano e não querem nem saber de ouvir falar em política.
Ano que vem, os salários de deputados federais e senadores passarão de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil. O aumento criminoso será estendido a um punhado de gente: a presidente da República, seu vice e os ministros de Estado.
Nos estados e municípios, a festa também poderá ser grande, já que deputados estaduais e distritais, governadores, secretários estaduais, prefeitos e vereadores terão o direito de reajustar o próprio salário na mesma proporção que os congressistas.
Toda essa farra poderá custar em torno de R$ 2 bilhões ao erário público, justo numa época em que a futura equipe econômica do Governo Dilma fala em contenção dos gastos públicos e em suspensão projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
Daqui a alguns dias, ironicamente, essas mesmas aves carniceiras votarão (isso se estiverem com vontade de trabalhar) o Orçamento da União para o ano de 2011. A tendência é de que o salário mínimo, pago a boa parte dos eleitores que ajudaram a eleger esse bando de cínicos, seja reajustado em míseros 5,08%, passando de R$ 510,00 a R$ 538,35.
É revoltante lembrar que os trabalhadores que recebem salários acima do mínimo (os bancários, por exemplo) tiveram de lutar um bocado para alcançar índices de reajuste acima da inflação, enquanto os engravatados de Brasília vêm seus rendimentos se multiplicarem como que por um “passe de mágica”.
Os parlamentares que aprovaram esse vergonhoso aumento de salário representam uma ameaça à democracia brasileira, pois tendem a atirar no esgoto as migalhas de credibilidade que ainda restam às instituições políticas do país.
É triste, para aqueles que tanto lutaram pelo re-estabelecimento da democracia no Brasil, ver o Congresso Nacional convertido em um lodaçal de mesquinharia.
Se deputados e senadores ao menos demonstrassem disposição para fiscalizar o Poder Executivo e votar os grandes projetos de que o país necessita - caso das reformas política, agrária, urbana, tributária e do sistema financeiro -, talvez a população pudesse até compreender (o que não significa aplaudir) situações como a que agora se desenrola.
A verdade, porém, é que, se recebessem pelo tanto que produzem, muitos de nossos parlamentares já estariam devendo alguns bilhões de reais para o Estado brasileiro.
Afinal, boa parte deles cultiva o péssimo hábito de faltar ao trabalho (na votação que sacramentou o aumento criminoso, por exemplo, quase metade dos deputados não compareceu).
Melhor fizessem isso sempre, pois quando comparecem ao serviço parecem estar sempre prontos a votar contra os interesses da população e em prol do próprio umbigo. Pelo modo de agir de seus integrantes, em vez de Casa de Leis, o Congresso poderia a ser rebatizado de Casa de Mesquinharias.
Fonte: Seeb Catanduva
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