03/12/2010

Reunião da CUT debate correção da tabela do IR

Um acordo entre a Central Única dos Trabalhadores, junto com as outras centrais sindicais e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu, desde 2007, a correção da tabela do imposto de renda. Foram 4,5% de reajuste nos últimos quatro anos, após um grande período em que permaneceu engessada durante o governo FHC. Para 2011, no entanto, ainda não há uma política prevista.

Por isso, o tema está no centro dos debates da reunião da Executiva Nacional da CUT, desde terça-feira 30, em Brasília. Também estão na pauta do encontro que reúne dirigentes sindicais de todo país, como a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, a manutenção da política de valorização do salário mínimo e o reajuste dos aposentados.

“Queremos a correção imediata da tabela do imposto de renda, de forma que esteja prevista no orçamento que será votado ainda neste mês de dezembro”, explica Juvandia. “Os trabalhadores lutam por aumento real nos salários e não é justo que o IR venha corroer parte significativa desses aumentos”, afirma a dirigente. “As correções feitas até agora foram importantes e essa política tem de continuar.”

Injusto – Juvandia ressalta o caráter regressivo do sistema tributário brasileiro. “Defendemos mudanças que devem tornar a cobrança mais justa e progressiva: quem pode mais, deve pagar mais.”

Mas o que acontece é o contrário. No Brasil, quem pode menos paga mais, já que 60% dos impostos são indiretos, ou seja, taxam os produtos e serviços. Os países desenvolvidos, que têm impostos progressivos, taxam principalmente os ganhos e o patrimônio.

PLR – Outro ponto que a presidenta do Sindicato critica, é a taxação da PLR recebida pelos trabalhadores. “Queremos criar uma regra por meio da qual, até determinado limite, os bancários fiquem isentos do pagamento de imposto de renda sobre a PLR. A tributação deve recair sobre quem ganha demais, e esse não é o caso dos trabalhadores”, afirma a dirigente.

2011 – A reunião da Executiva Nacional da CUT destacou que a eleição de Dilma Rousseff foi conduzida pela expectativa de aprofundar as mudanças no Brasil.
E, para isso, é necessário ampliar os investimentos públicos em políticas sociais, aprofundar a ação do Estado e aplicar maciçamente recursos no desenvolvimento de setores como educação e saúde, além da valorização permanente do salário mínimo e da renda dos trabalhadores para gerar mais e melhores empregos.

O presidente da Central, Artur Henrique, destacou que “tem de ter Estado” para promover essas mudanças e não limitar investimentos nas políticas públicas e sociais, como querem alguns setores. “Queremos uma outra forma de enxergar o movimento social e sindical. Não quero discutir só pauta de reivindicações. Quero discutir projeto de país. Nós temos propostas. Queremos ter influência política nos rumos do desenvolvimento.”

Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo


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