17/09/2010

CUT lança na região a Plataforma da Classe Trabalhadora

A CUT (Centra Única dos Trabalhadores) realizou nesta quinta-feira, dia 17, o ato de lançamento da Plataforma da Classe Trabalhadora na região noroeste do Estado. O documento foi aprovado na Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), em junho deste ano, no estádio do Pacaembu, em São Paulo.

 

Entre os principais eixos da plataforma estão a valorização do trabalho, com igualdade de oportunidades para todos; a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem diminuição dos salários; e o avanço da reforma agrária.

 

O ato de lançamento ocorreu no Clube do Lago, em São José do Rio Preto, e contou a presença de dirigentes e militantes de várias entidades filiadas à CUT. O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região compareceu em peso ao evento.

 

Na opinião do presidente da entidade e coordenador da subsede da CUT de Rio Preto, Paulo Bellucci Franco, o Paulinho, atividade foi bastante rica. “Em vez de chamar os candidatos e perguntar o que pretendem fazer, iremos mostrar a cada um deles o que queremos que seja feito”, afirma ele.

 

Após o ato de lançamento, militantes, filiados, dirigentes sindicais da região e trabalhadores sem-terra do acampamento São Vicente, da vizinha Guarani D’Oeste, realizaram caminhada e bandeiraço pelas ruas do centro, além de panfletagem no terminal rodoviário de Rio Preto.

 

Todas essas atividades fazem parte da campanha CUT nas Ruas, cujo objetivo é debater com as bases da Central, desde os sindicatos, a necessidade de votar em candidatos sintonizados com as propostas e reivindicações dos trabalhadores.

 

 O CUT nas Ruas também tem entregado a diversos candidatos pelo Brasil as propostas da Central, ao mesmo tempo em que cobra comprometimento desses candidatos.  

 

“Queremos uma nova diretriz política para o Estado de São Paulo, que não tem acompanhado o desenvolvimento do País”, sintetizou Paulinho, em debate ocorrido durante o ato de lançamento.  

 

A presidente do Sindicato dos Servidores de Rio Preto, Celi Regina da Cruz, chamou a atenção para a importância de a população se envolver na política e nas eleições. “Costumam dizer que político não faz nada, que é tudo igual. Mas eles trabalham sim, eles fazem muitas coisas. Por exemplo: os deputados e senadores que representam os empresários não deixam aprovar a redução da jornada, o projeto do limite de propriedade da terra”, disse, com certa ironia, para defender a necessidade de escolher parlamentares de esquerda.

 

Já o presidente da CUT, Arthur Henrique da Silva Santos, afirmou que a eleição ainda não está decidida no Estado de São Paulo e que acredita no segundo turno para a disputa do governo paulista. E alertou que as “baixarias” da oposição devem se intensificar nos próximos dias. “Estamos muito próximos da eleição e o desespero dos outros só aumenta”, disse.

 

“Olha só a cara de pau de um candidato a presidente, que está fazendo propaganda na TV, prometendo salário mínimo de R$ 600,00. É muita cara de pau mesmo. Porque aqui no Estado de São Paulo esse piso salarial do PSDB só funciona para algumas categorias, não é para todos os trabalhadores. E principalmente porque eles passaram oito anos no governo federal arrochando o salário mínimo, dizendo que o aumento real ia causar inflação e ia quebrar a Previdência”, atacou Artur.

“Salário mínimo tem de ser para todas as categorias e tem de ter política permanente de valorização, como o governo Lula e as centrais sindicais fizeram nos últimos anos”, completou.

 

O caráter restritivo do salário mínimo tucano pode ser conferido através da leitura do projeto que criou esse piso no Estado de São Paulo, durante a gestão Serra. No texto, estão relacionadas as categorias que a ele têm direito.

 

Artur ainda esclarece que grande parte das categorias relacionadas no projeto estadual já tem piso salarial superior a R$ 600,00, conquistado através de acordos coletivos.

 

Presente ao debate no Clube do Lago e na caminhada na cidade, o candidato a deputado federal João Paulo Rillo (PT) contou uma história que viveu no dia anterior e que, segundo ele, simboliza as mudanças que o Brasil vem experimentando.

 

 “Ontem, fazendo campanha, passei por um bar e encontrei um trabalhador da construção civil que estava tomando sua cervejinha no final do dia. Ele me disse que só vota na turma do Lula porque, até alguns anos atrás, ele não podia nem tomar cerveja por falta de dinheiro e por falta de paz, porque chegava em casa e as contas de luz e de água estavam vencidas ou para vencer”, disse. “Hoje ele tem emprego com carteira assinada”, completou.

 

Desde segunda-feira (dia 13), o presidente nacional da CUT está percorrendo cidades do interior do Estado de São Paulo, em atividades organizadas em conjunto com as subsedes da região. Ontem, as atividades se deram em Votuporanga e em uma visita a um acampamento de trabalhadores sem terra organizado pela CUT regional, onde 80 pessoas aguardam assentamento há oito meses. A fazenda reivindicada já foi considerada latifúndio improdutivo. 

 

Em São José do Rio Preto, ainda na tarde desta quinta, Artur Henrique visita e concede entrevistas a uma emissora de TV e a três jornais impressos.

 

Fonte: Redação/Com informações do site da CUT


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