17/09/2010

‘Bancos têm uma relação predatória com a sociedade’, diz Berzoini

Em visita ao Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, no último dia 15, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT) fez duras críticas ao sistema financeiro brasileiro. Na opinião dele, os bancos mantêm uma relação predatória com a sociedade.

 

“Atualmente, os bancos valorizam em demasia o retrospecto das empresas e dos clientes. Esse critério ignora os aspectos conjunturais da economia - ou seja, que essas pessoas ficaram devendo por conta de um mau momento enfrentado pela economia do país, algo que já está no passado”, diz.

 

Na opinião de Berzoini, as instituições financeiras poderiam (sem, é claro, ignorar o histórico dos clientes) levar em conta também as boas perspectivas da economia brasileira.

 

O deputado defende regras mais justas para o funcionamento das instituições financeiras. “Hoje em dia, certas modalidades como o cartão de crédito e o cheque especial, são verdadeiras formas de extorsão. Em pouco tempo levam a um indivíduo à falência”, afirma.

 

Berzoini lembra que, nos últimos anos, o Governo Federal alcançou diversos avanços, no sentido de estabelecer regras mais justas para a atuação dos bancos. “Hoje temos modalidades de crédito com juros mais baixo, como o empréstimo consignado, por exemplo. Outro ponto que pode ser destacado é a forte atuação dos bancos públicos no fomento do desenvolvimento do país”, diz.

 

Sobre os bancos públicos, Berzoini fez algumas ressalvas. Para ele, instituições como a Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil têm tomado por referência as instituições privadas.

 

“O papel do banco público não é alcançar lucros astronômicos, mas sim financiar o desenvolvimento do país. O Banco do Brasil competir com o Bradesco ou o Itaú em lucratividade. Ele tem de preservar seus rendimentos, de modo a remunerar seus acionistas, mas deve também pensar na sociedade como um todo”, diz Berzoini.

 

Na visão dele, mesmo as instituições privadas poderiam também atuar com um olhar mais social. “Os bancos particulares poderiam oferecer melhores condições de crédito a seus clientes, com juros mais baixos e prazos mais longos”, afirma Berzoini.

 

Deputado federal em seu terceiro mandato, Berzoini tenta se re-eleger para Câmara Federal. Funcionário concursado do Banco do Brasil, teve forte atuação no movimento bancário. Nos anos 90, presidiu o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

 

No primeiro mandato do presidente Lula, foi escolhido para ocupar o Ministério da Previdência Social, deixando o cargo em 2004, para assumir a pasta do Trabalho e do Emprego, no lugar de Jacques Wagner.

 

Em 2005, Berzoini saiu do ministério e retornou à Câmara dos Deputados, defendendo o Governo Lula contra as sucessivas tentativas de golpe arquitetadas pela direita tucana e pela mídia conservadora.

 

No final daquele mesmo ano, Berzoini foi eleito presidente do PT, cargo no qual permaneceu até fevereiro deste ano (exceto por um curto período, entre 2006 e 2007), quando finalmente entregou o cargo a José Eduardo Dutra. Entre as realizações de seu mandato estão o apoio à vitoriosa campanha de Lula, em 2006, além da participação do PT nas importantes conquistas sociais e econômicas alcançadas pelo Brasil, nos últimos anos.  

 

Como deputado, tem se destacado por aquilo que define como “mandato cidadão”, propondo projetos a partir de um intenso diálogo com a população. Também teve atuação destacada na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Juventude, a partir das demandas apresentadas por mais de 400 mil jovens em todo o Brasil.  

 

Fonte: Redação


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