08/09/2010

Bancos travam avanços no combate ao assédio moral e às metas abusivas

A Campanha Nacional 2010 mal começou e os banqueiros já resolveram botar as garras de fora. Na segunda rodada de negociações sobre saúde do trabalhador (o que inclui assédio moral e metas abusivas) e segurança bancária, realizada nos dias 1 e 2 de setembro, as instituições financeiras agiram de forma intransigente e rejeitaram quase todas as reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional da categoria.

 

Os negociadores da Fenaban recusaram as propostas dos bancários para acabar com as metas abusivas - entre elas o fim do ranking individual de vendas de produtos e o fim das metas para os caixas.

 

O Comando Nacional reafirmou aos representantes dos bancos que o problema a ser solucionado não é a existência de metas, mas a forma como elas são instituídas e cobradas dos trabalhadores, o que tem sido o principal fator gerador do assédio moral e de adoecimento dos bancários.

 

Os representantes dos banqueiros negaram ainda uma série de outras reivindicações, como, por exemplo, a manutenção de salários e a isonomia de direitos para quem está afastado por licença-saúde (cesta-alimentação, tíquete-refeição e PLR). Os bancos também se recusaram a conceder abono de falta para os bancários com deficiência, para o reparo de aparelhos que precisam usar.

 

A Fenaban negou o atendimento das principais reivindicações que tratam de segurança, como a proibição ao transporte de numerário e à guardas das chaves pelos bancários. Também negaram o adicional de risco de vida de 30% para quem trabalha em agências, postos e tesouraria e que está sendo conquistado pelos vigilantes em acordos coletivos e em votações de projetos de lei no Congresso Nacional.

 

Os bancos se recusaram ainda a garantir medidas preventivas contra assaltos, como a colocação de portas giratórias em todas as agências e postos, câmeras de filmagem com monitoramento em tempo real e outros equipamentos.

 

Em relação à assistência às vítimas de assaltos, seqüestros e extorsões, os bancos se limitaram a garantir atendimento médico ou psicológico no local da ocorrência. Não asseguraram tratamento psicológico, nem aceitaram o fechamento da agência ou posto no dia do assalto, muito menos o acompanhamento de um advogado do banco na identificação de suspeitos na polícia. Além disso, os banqueiros foram contrários à estabilidade provisória de 36 meses para as vítimas de assaltos e sequestros.

 

Os negociadores dos banqueiros aceitaram a emissão obrigatória do Boletim de Ocorrência (BO) na polícia para os casos de assaltos, consumados ou não, e sequestros. Também concordaram em fornecer estatísticas semestrais de assaltos a bancos em âmbito nacional.

 

"É preciso que os bancos avancem nas propostas para combater a insegurança, a fim de proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes. No primeiro semestre deste ano, 11 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos no País. No mesmo período, os bancos foram multados em R$ 4,6 milhões pela Polícia Federal em razão do descumprimento das leis e normas de segurança. Gastar em segurança não é custo e sim investimento na vida das pessoas, o maior patrimônio que existe", reforça o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, coordenador do Comando Nacional.

 

Fonte: Redação/Com informações da Contraf-CUT


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