Clientes e trabalhadores ficam à mercê da violência nas agências e postos bancários
A falta de segurança nas agências bancárias de todo o país tem deixado clientes e trabalhadores à mercê da violência. A cada dia que passa, cresce o número de vítimas das quadrilhas especializadas em assaltos a bancos.
Na manhã da última sexta-feira (dia 3 de setembro), uma agência do Bradesco situada no município baiano de Tapiramutá, a 360 quilômetros de Salvador, foi assaltada por seis homens fortemente armados. Quatro pessoas - o gerente, uma funcionária e dois guardas - foram feitas reféns pelos ladrões.
Quarta-feira (dia 1), três homens armados assaltaram um posto de atendimento da Credicitrus, em Taiúva, na região de Catanduva. Os cinco funcionários da agência e um usuário foram trancafiados em uma sala, enquanto os ladrões esvaziavam os cofres.
Mas a ação dos ladrões não tem se restringido apenas às agências. Nos últimos tempos, casas lotéricas também se tornaram alvo das quadrilhas. Sexta-feira, um cliente foi baleado no pescoço, durante assalto ocorrido numa lotérica situada no interior de um supermercado, em Curitiba. O homem foi socorrido, mas seu estado de saúde ainda é grave.
Casos como os narrados acima demonstram o quanto é frágil a segurança proporcionada pelos bancos aos clientes e funcionários. “Isso é um desrespeito para com a população e os trabalhadores”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Amarildo Davoli, recém-eleito presidente da entidade.
Na opinião dele, os bancos deveriam agir com mais responsabilidade social, garantindo segurança nas agências e postos de atendimento. “Na verdade, o que vemos hoje é o inverso: a maioria das agências tem um número insuficiente de vigilantes. Muitas vezes, esses trabalhadores são mal remunerados e costumam não receber treinamento adequado para atuarem nessa função”, lembra Amarildo.
Intrasigência dos bancos
Na negociação realizada na quinta-feira passada (dia 2), entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), as instituições financeiras recusaram-se a atender as principais reivindicações sobre segurança feitas pelo movimento sindical.
Não aceitaram, por exemplo, a proibição ao transporte de numerário e à guardas das chaves pelos bancários. Também negaram o adicional de risco de vida de 30% para quem trabalha em agências, postos e tesouraria - esse benefício foi conquistado pelos vigilantes em votação no Congresso.
Demonstrando seu descaso para com a segurança da população, os bancos se recusaram a implementar medidas preventivas contra assaltos, como a instalação de portas giratórias e câmeras de monitoramento em todas as agências e postos de atendimento.
Numa prova de desprezo para com os funcionários vítimas de assaltos, sequestros e extorsões, os bancos se limitaram a oferecer atendimento médico ou psicológico no local da ocorrência, para os trabalhadores que porventura enfrentarem esse tipo de violência.
Não asseguraram tratamento psicológico posterior, nem aceitaram fechar a agência ou posto no dia do assalto, muito menos fazer com que um advogado do banco acompanhe a identificação de suspeitos na polícia. Além do mais, os banqueiros foram contra a estabilidade provisória de 36 meses para as vítimas de assaltos e sequestros.
Os negociadores dos banqueiros aceitaram a emissão obrigatória do Boletim de Ocorrência (BO) na polícia para os casos de assaltos (consumados ou não) e sequestros. Também concordaram em fornecer estatísticas semestrais de assaltos a bancos em âmbito nacional. Essas medidas haviam sido discutidas na Mesa Temática de Segurança Bancária.
Redação/Com informações da Contraf-CUT
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