10/06/2010

Bancários em alerta após demissões no BB

Para dirigente, funcionários recém-empossados foram vítimas da política de “venda a qualquer custo” que domina a gestão do banco

O Sindicato dos Bancários de São Paulo está cobrando explicações da Gestão de Pessoas do Banco do Brasil (Gepes) sobre demissões de bancários recém-empossados, ainda no período de experiência, ocorridas em agências de São Paulo. Uma reunião está marcada para esta quinta-feira 10.

“Tudo indica que a Gepes não deu o devido acompanhamento nem a orientação necessária a estes bancários, o que certamente evitaria as demissões. E tudo também dá a entender que as demissões foram parte da política de ‘venda, venda, venda a qualquer custo’, que vem a cada dia dominando mais a gestão do banco”, diz o diretor do Sindicato de São Paulo, Ernesto Izumi.

Em três dispensas avaliadas por Ernesto, uma característica comum: os bancários não conseguiram, por falta de tempo, cumprir a grade de cursos previstos. “Isso demonstra o descuido do banco. A Gestão de Pessoas deveria garantir que eles não estivessem sobrecarregados e pudessem realizar os treinamentos. Hoje, a impressão que se tem é que a única qualidade exigida para alguém trabalhar no BB é saber vender bem. O banco está desperdiçando talentos que poderiam ser aproveitados em outras áreas”, afirma o dirigente sindical.

Política do medo – Além das demissões, ameaças. “Estamos recebendo denúncias que mostram que há uma política de amedrontar o bancário, com ameaças de demissão ou de descomissionamento caso o funcionário não se mostre um grande vendedor de produtos. É a gestão pelo medo se institucionalizando”, diz.

Há outros problemas graves envolvendo os desligamentos. Uma das razões para um deles, por exemplo, foi a reclamação de um cliente por ter seu pedido de abertura de conta poupança negado pelo recém-contratado. Ernesto explica que, ao contrário do que se espera da postura de um banco público, em muitas agências as gerências impõem quantias mínimas para abertura de poupanças. “Essa quantia varia de R$ 500 a R$ 3.000. Quando o cliente não tem esse valor mínimo, os bancários são orientados a recomendar a abertura de uma conta corrente, porque aí tem taxa de administração. Isso é um absurdo e nunca poderia acontecer em banco público”.

Denuncie – O dirigente sindical lembra que o Sindicato sempre se faz presente nas cerimônias de posse dos novos concursados para orientá-los contra este tipo de problema. “Sabemos da falta de escrúpulo de alguns gestores, que ameaçam e mentem, o que é especialmente nocivo no caso de novos funcionários. Orientamos sempre pela denúncia de qualquer tipo de ameaça para que o Sindicato possa tomar providências”, diz.


Fonte: SEEB S Paulo - Danilo Pretti Di Giorgi


SINDICALIZE-SE

MAIS NOTÍCIAS