15/08/2024
Sindicato protesta contra intransigência da Fenaban e cobra proposta digna

O Sindicato dos Bancários de Catanduva e região está mobilizado nesta quinta-feira (15), Dia Nacional de Luta, para cobrar dos bancos uma proposta digna, que atenda às reivindicações da categoria e contemple os trabalhadores com justa e merecida valorização.
Em protesto, a diretoria da entidade realizou uma ação pública, nesta manhã, que contou com a fixação de faixas e cartazes, além de reunião com bancárias e bancários para informar sobre o andamento das negociações e reforçar a importância da mobilização coletiva nesta fase decisiva da Campanha Nacional.
Em protesto, a diretoria da entidade realizou uma ação pública, nesta manhã, que contou com a fixação de faixas e cartazes, além de reunião com bancárias e bancários para informar sobre o andamento das negociações e reforçar a importância da mobilização coletiva nesta fase decisiva da Campanha Nacional.

A atividade retardou, ainda, por 3h o atendimento ao público da agência do Santander, na região central do município, como forma de repúdio a falta de proposta e à política de gestão nefasta do banco. Dirigentes também distribuíram à população um boletim informativo para denunciar o comportamento dos bancos diante às reivindicações dos trabalhadores e em relação à precarização dos serviços oferecidos.

“Vamos aumentar a pressão sobre os bancos. Essa é a melhor resposta que podemos dar ao que foi colocado na mesa de negociação pela Fenaban, ou melhor, ao que não foi colocado. Após 7 rodadas e mais de dois meses com a pauta de reivindicações da categoria, os banqueiros frustraram mais uma vez os trabalhadores ao não apresentar uma proposta global e nem respostas sobre as cláusulas econômicas. Estamos nas ruas e nas redes para denunciar a exploração dos bancos, que lucram bilhões às custas do trabalho de bancários e bancárias, mas se negam a valorizar seu esforço”, destacou o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
Levantamento do Dieese mostra que, entre 2003 e 2023, os maiores bancos do país tiveram aumento do lucro líquido real de 169%. No mesmo período, a rentabilidade média dos bancos (capacidade de obterem retorno financeiro a partir de investimentos, em relação ao patrimônio) também foi significativamente superior à inflação, mesmo durante a pandemia, quando a média ficou 2,5 vezes acima. Em 2023, enquanto a inflação no ano foi 4,62%, a rentabilidade média dos bancos no Brasil foi 15%.
Já a remuneração média da categoria bancária, entre 2003 e 2022, teve crescimento de apenas 16%. Neste mesmo período, os ganhos reais previstos na Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários e bancárias foi de 21%.
“Estamos nas rodadas finais de negociação e, portanto, já houve tempo hábil mais que suficiente para avaliar as nossas reivindicações e apresentar proposta. Bancários e bancárias precisam de aumento real, maior participação na PLR, fim do assédio moral e das metas abusivas, condições dignas de trabalho para evitar o adoecimento, além da valorização do VA e VR, também fundamental para manter o poder aquisitivo da categoria e a comida na mesa do trabalhador. Nós do movimento sindical valorizamos a via negocial, e esperamos que os bancos façam o mesmo e com celeridade”, acrescentou o secretário geral do Sindicato, Júlio César Trigo.
Com o fim da ultratividade – princípio que mantinha a validade de um acordo trabalhista até que outro fosse assinado – essas respostas se tornam ainda mais urgentes, uma vez que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria tem validade até 31 de agosto.

Além da valorização por aumento real acima da inflação, a atividade de hoje reivindica a garantia de emprego, primeiro tema tratado nas rodadas com a Fenaban. Entre abril de 2023 e abril de 2024, os bancos fecharam 3.325 postos de trabalho, de acordo com os dados do Dieese. Somente na base do Sindicato, o Santander - um dos bancos mais intransigentes na mesa de negociação - fechou nos últimos meses quatro agências: Catanduva, Tabatinga, Borborema e Palmares Paulista.
Para o diretor Antônio Júlio Gonçalves Neto, quem tem lucro bilionário, de R$ 6,18 bilhões no último semestre, não tem justificativa para demitir e precisa mesmo contratar para oferecer atendimento de qualidade aos clientes e usuários, que pagam altas taxas pelos serviços. “Ao invés de reduzir o número de funcionários para ampliar os investimentos em serviços digitais, o Santander tem que voltar a ser o banco de antes, com as portas abertas para a população e mais bancários para melhor atender e aliviar a rotina estressante e adoecedora que tem imposto aos trabalhadores”, cobrou Tony.

"Quem vê o bancário pronto para o atendimento nas agências não sabe o que ele sofre para cumprir as metas que lhes são impostas e manter seu emprego. Nosso recado está dado e é fundamental que todos os trabalhadores se somem à essa luta e à nossa mobilização, seja nas redes, nas ruas, nas agências. Tudo o que conquistamos até hoje foi pela união da nossa categoria, exemplo para tantas outras classes de trabalhadores, e agora não poderá ser diferente. Futuro se faz juntos!”, acrescentou o diretor do Sindicato, Luiz Eduardo Campolungo.
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