25/10/2023
Governo troca presidência da Caixa. Carlos Vieira, ex-presidente da Funcef no governo Temer, é indicado

A Caixa Econômica Federal está sob nova gestão. O governo federal anunciou, nesta quarta-feira (25), o novo presidente do banco. Carlos Antônio Vieira Fernandes substituirá Rita Serrano, que se manteve no cargo desde o início do ano.
O anúncio foi feito pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, por meio de nota, e veio após um grande período de especulações sobre a mudança no comando do banco, com forte movimentação de líderes do Centrão para assumir a instituição.
Empregada da Caixa há quase 34 anos, Rita Serrano é mestre em Administração e graduada em Estudos Sociais e História, com especialização em Governança Corporativa para conselheiros. Ela também foi diretora da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) e representante eleita dos empregados no Conselho de Administração da empresa. Com longa trajetória no movimento sindical, Rita foi presidente do Sindicato dos Bancários do ABC entre 2006 e 2012 e é autora de três livros.
Já o indicado para a presidência, Carlos Antonio Vieira Fernandes (mais conhecido como Carlos Vieira), é empregado da Caixa desde 1989. Apadrinhado pelo Partido Progressistas (PP) de Arthur Lira (PP-AL), foi número dois de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) no Ministério da Integração Nacional entre 2014 e 2015. No governo Temer, quando a Caixa era presidida por Gilberto Occhi, assumiu a presidência da Funcef, de onde saiu no início de 2019 – sempre sob a indicação do mesmo grupo político.
Quando esteve à frente da Funcef, Carlos Vieira deu início ao projeto de alteração do estatuto – que retirou direitos dos participantes da Fundação – e, em 2017, reduziu a taxa de juros da meta atuarial dos planos de benefícios administrados pela Fundação – aumentando o déficit em mais de R$ 7 bi. Além disso, Vieira não assumiu compromisso de cobrar da patrocinadora sua responsabilidade no contencioso judicial, o que poderia reduzir as provisões contábeis e diminuir o déficit dos planos. Recentemente, Vieira também atuou no Banco de Brasília (BRB).
O processo de enfraquecimento da Caixa, com a diminuição do número de empregados, reestruturações, tentativas de fechamento de unidades, fatiamento e venda de ativos e tentativas de privatizações de suas subsidiárias começou a tomar forma quando Occhi esteve na presidência do banco, e Vieira fazia parte do projeto ao ser o representante de Occhi na Funcef.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região e da Apcef/SP, Antônio Júlio Gonçalves Neto (Tony), alerta para o fato de alguém com este histórico assumir a instituição, aumentando a importância da vigilância do movimento sindical e dos empregados contra um projeto em que a Caixa passe a servir a grupos com intenção eleitoral e não ao desenvolvimento do país, como deve ser.
“A Caixa tem um papel social muito importante para o país. E esse papel não deve ser negociado, muito menos a instituição usada para fins políticos ou como moeda de troca, colocando em risco a execução de políticas sociais prioritárias. Defendemos os direitos dos empregados e um projeto para o banco que tenha como norte a reconstrução, seu fortalecimento e de suas relações de trabalho”, destaca o diretor.
Tony acrescenta que a entrega da gestão da Caixa para um homem também representa um retrocesso, em um país onde a participação feminina em cargos de liderança ainda está longe de refletir a justa igualdade de oportunidade que defendemos.
A troca também é criticada pela coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.
“Após as drásticas gestões do banco durante o governo anterior, que implementou uma política de assédio moral e sexual contra as empregadas e empregados, Rita vinha tentando mudar e melhorar o cenário. Tínhamos nossas críticas, mas a gestão era aberta ao diálogo”, ressalta. “Em uma instituição tão grande e importante como a Caixa, as mudanças demoram a acontecer. Infelizmente ocorreu a substituição quando as mudanças estavam em andamento”, completa.
O anúncio foi feito pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, por meio de nota, e veio após um grande período de especulações sobre a mudança no comando do banco, com forte movimentação de líderes do Centrão para assumir a instituição.
Empregada da Caixa há quase 34 anos, Rita Serrano é mestre em Administração e graduada em Estudos Sociais e História, com especialização em Governança Corporativa para conselheiros. Ela também foi diretora da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) e representante eleita dos empregados no Conselho de Administração da empresa. Com longa trajetória no movimento sindical, Rita foi presidente do Sindicato dos Bancários do ABC entre 2006 e 2012 e é autora de três livros.
Já o indicado para a presidência, Carlos Antonio Vieira Fernandes (mais conhecido como Carlos Vieira), é empregado da Caixa desde 1989. Apadrinhado pelo Partido Progressistas (PP) de Arthur Lira (PP-AL), foi número dois de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) no Ministério da Integração Nacional entre 2014 e 2015. No governo Temer, quando a Caixa era presidida por Gilberto Occhi, assumiu a presidência da Funcef, de onde saiu no início de 2019 – sempre sob a indicação do mesmo grupo político.
Quando esteve à frente da Funcef, Carlos Vieira deu início ao projeto de alteração do estatuto – que retirou direitos dos participantes da Fundação – e, em 2017, reduziu a taxa de juros da meta atuarial dos planos de benefícios administrados pela Fundação – aumentando o déficit em mais de R$ 7 bi. Além disso, Vieira não assumiu compromisso de cobrar da patrocinadora sua responsabilidade no contencioso judicial, o que poderia reduzir as provisões contábeis e diminuir o déficit dos planos. Recentemente, Vieira também atuou no Banco de Brasília (BRB).
O processo de enfraquecimento da Caixa, com a diminuição do número de empregados, reestruturações, tentativas de fechamento de unidades, fatiamento e venda de ativos e tentativas de privatizações de suas subsidiárias começou a tomar forma quando Occhi esteve na presidência do banco, e Vieira fazia parte do projeto ao ser o representante de Occhi na Funcef.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região e da Apcef/SP, Antônio Júlio Gonçalves Neto (Tony), alerta para o fato de alguém com este histórico assumir a instituição, aumentando a importância da vigilância do movimento sindical e dos empregados contra um projeto em que a Caixa passe a servir a grupos com intenção eleitoral e não ao desenvolvimento do país, como deve ser.
“A Caixa tem um papel social muito importante para o país. E esse papel não deve ser negociado, muito menos a instituição usada para fins políticos ou como moeda de troca, colocando em risco a execução de políticas sociais prioritárias. Defendemos os direitos dos empregados e um projeto para o banco que tenha como norte a reconstrução, seu fortalecimento e de suas relações de trabalho”, destaca o diretor.
Tony acrescenta que a entrega da gestão da Caixa para um homem também representa um retrocesso, em um país onde a participação feminina em cargos de liderança ainda está longe de refletir a justa igualdade de oportunidade que defendemos.
A troca também é criticada pela coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.
“Após as drásticas gestões do banco durante o governo anterior, que implementou uma política de assédio moral e sexual contra as empregadas e empregados, Rita vinha tentando mudar e melhorar o cenário. Tínhamos nossas críticas, mas a gestão era aberta ao diálogo”, ressalta. “Em uma instituição tão grande e importante como a Caixa, as mudanças demoram a acontecer. Infelizmente ocorreu a substituição quando as mudanças estavam em andamento”, completa.
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