21/01/2022
Sindicatos questionam abertura de agências do Santander no sábado
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região e diversas outras entidades representativas da categoria bancária divulgaram, nesta quarta-feira (19), uma carta aberta ao novo presidente do Santander, Mario Roberto Opice Leão, desejando uma boa gestão à frente do banco –não só sob a ótica dos acionistas, mas também de trabalhadores e clientes – e questionando a abertura das agências do banco no próximo sábado (22), para o lançamento do projeto Desendivida.
Na carta, os trabalhadores argumentam que a abertura das agências no sábado viola a legislação trabalhista, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e atropela o processo negocial com a representação dos trabalhadores e ocorre em meio a uma explosão de casos de Covid-19 e da Influenza.
Leia abaixo a carta aberta na íntegra:
Carta aberta ao Sr. Mario Roberto Opice Leão, novo presidente do Santander no Brasil
Nós, trabalhadores do Santander de todo o país, organizados em nossas entidades representativas, viemos a público desejar boas-vindas ao novo presidente do Santander no Brasil, o senhor Mario Roberto Opice Leão, que assumiu o comando do banco em janeiro deste ano.
Esperamos e desejamos que sua gestão seja pautada pela democracia, diálogo e respeito. Que seja uma gestão excelente não só para os acionistas do Santander, mas também para trabalhadores e clientes.
Por outro lado, não podemos deixar de lhe apontar – e até mesmo alertá-lo, uma vez que acaba de assumir a presidência do banco – a justa indignação dos bancários do Santander com relação ao projeto Desendivida.
No último domingo, 16 de janeiro, os trabalhadores do Santander foram surpreendidos com a veiculação de uma peça publicitária, em televisão aberta, que anunciava a abertura das agências no próximo sábado, 22 de janeiro, para o lançamento do projeto Desendivida, que tem como objetivo a renegociação de dívidas.
Ou seja, os trabalhadores do Santander impactados pelo lançamento do projeto foram comunicados pela televisão, em pleno domingo, de que teriam de trabalhar no sábado, renunciando de forma abrupta e compulsória ao convívio familiar e ao lazer, sem o pagamento de horas extras, que serão compensadas.
Um desrespeito por homens e mulheres, pais e mães de família, que constroem os resultados do banco diariamente e fazem do Brasil a operação mais lucrativa do Grupo Santander.
A convocação de bancários para trabalho em agências no sábado – além de violar a legislação trabalhista, a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria e atropelar o processo negocial com a representação dos trabalhadores – ocorre em meio a uma explosão de casos de Covid-19 e de Influenza, assim como seu subtipo H3N2.
No último domingo, 16 de janeiro, mesmo dia em que o Santander anunciou o projeto Desendivida em televisão aberta, o Brasil registrou 31.629 novos casos conhecidos de Covid-19. Com isso, a média móvel de casos nos últimos sete dias foi de 69.235, a maior desde o dia 27 de junho de 2021. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +721%, indicando fortíssima tendência de alta nos casos da doença.
É neste cenário que o Santander convoca bancários para trabalharem mais um dia na semana, aumentando a exposição ao vírus.
Elogiamos sim a iniciativa de promover renegociações de dívidas, mas temos plena convicção de que esta ação seria possível de segunda a sexta-feira, em horário normal de atendimento.
Entendemos que a abertura no sábado para o lançamento do projeto trata-se de mero marketing, que desrespeita direitos dos bancários impactados e também ignora de forma irresponsável a pandemia que assola o país e o mundo.
É absurdo que o Santander privilegie uma ação de marketing em detrimento da saúde e da vida de seus funcionários.
Respeitosamente, questionamos o novo presidente do Santander, Mario Roberto Opice Leão, se realmente é desta forma que ele gostaria de iniciar sua gestão à frente do banco?
Por fim, reivindicamos que o Santander, na pessoa do seu novo presidente no Brasil, abra com urgência uma negociação com a representação dos trabalhadores e reveja o quanto antes a iniciativa de abrir as agências no sábado para o lançamento do projeto Desendivida.
Nós, trabalhadores do Santander, merecemos respeito.
Assinam esta carta:
Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro
Contraf-CUT/SP
Fetec-CUT/SP
Fetec-CUT/SP
Federa-CUT/RJ
Feeb SP/MS
Feeb BA/SE
Demais federações cutistas
Afubesp
O presidente do Sindicato, Roberto Vicentim, também encaminhou um vídeo aos trabalhadores lotados na base da entidade, dialogando com a categoria sobre mais esta arbitrariedade e sobre as ações do movimento sindical para que o banco recue da decisão nesse momento em que os casos de contaminações em decorrência da Covid atingem recordes diários.
Vicentim ressaltou, ainda, a importância d@s bancári@s manterem a comunicação com o Sindicato, denunciando as irregularidades para que a entidade possa tomar as medidas cabíveis pela garantia dos direitos dos trabalhadores.
Leia abaixo a carta aberta na íntegra:
Carta aberta ao Sr. Mario Roberto Opice Leão, novo presidente do Santander no Brasil
Nós, trabalhadores do Santander de todo o país, organizados em nossas entidades representativas, viemos a público desejar boas-vindas ao novo presidente do Santander no Brasil, o senhor Mario Roberto Opice Leão, que assumiu o comando do banco em janeiro deste ano.
Esperamos e desejamos que sua gestão seja pautada pela democracia, diálogo e respeito. Que seja uma gestão excelente não só para os acionistas do Santander, mas também para trabalhadores e clientes.
Por outro lado, não podemos deixar de lhe apontar – e até mesmo alertá-lo, uma vez que acaba de assumir a presidência do banco – a justa indignação dos bancários do Santander com relação ao projeto Desendivida.
No último domingo, 16 de janeiro, os trabalhadores do Santander foram surpreendidos com a veiculação de uma peça publicitária, em televisão aberta, que anunciava a abertura das agências no próximo sábado, 22 de janeiro, para o lançamento do projeto Desendivida, que tem como objetivo a renegociação de dívidas.
Ou seja, os trabalhadores do Santander impactados pelo lançamento do projeto foram comunicados pela televisão, em pleno domingo, de que teriam de trabalhar no sábado, renunciando de forma abrupta e compulsória ao convívio familiar e ao lazer, sem o pagamento de horas extras, que serão compensadas.
Um desrespeito por homens e mulheres, pais e mães de família, que constroem os resultados do banco diariamente e fazem do Brasil a operação mais lucrativa do Grupo Santander.
A convocação de bancários para trabalho em agências no sábado – além de violar a legislação trabalhista, a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria e atropelar o processo negocial com a representação dos trabalhadores – ocorre em meio a uma explosão de casos de Covid-19 e de Influenza, assim como seu subtipo H3N2.
No último domingo, 16 de janeiro, mesmo dia em que o Santander anunciou o projeto Desendivida em televisão aberta, o Brasil registrou 31.629 novos casos conhecidos de Covid-19. Com isso, a média móvel de casos nos últimos sete dias foi de 69.235, a maior desde o dia 27 de junho de 2021. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +721%, indicando fortíssima tendência de alta nos casos da doença.
É neste cenário que o Santander convoca bancários para trabalharem mais um dia na semana, aumentando a exposição ao vírus.
Elogiamos sim a iniciativa de promover renegociações de dívidas, mas temos plena convicção de que esta ação seria possível de segunda a sexta-feira, em horário normal de atendimento.
Entendemos que a abertura no sábado para o lançamento do projeto trata-se de mero marketing, que desrespeita direitos dos bancários impactados e também ignora de forma irresponsável a pandemia que assola o país e o mundo.
É absurdo que o Santander privilegie uma ação de marketing em detrimento da saúde e da vida de seus funcionários.
Respeitosamente, questionamos o novo presidente do Santander, Mario Roberto Opice Leão, se realmente é desta forma que ele gostaria de iniciar sua gestão à frente do banco?
Por fim, reivindicamos que o Santander, na pessoa do seu novo presidente no Brasil, abra com urgência uma negociação com a representação dos trabalhadores e reveja o quanto antes a iniciativa de abrir as agências no sábado para o lançamento do projeto Desendivida.
Nós, trabalhadores do Santander, merecemos respeito.
Assinam esta carta:
Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro
Contraf-CUT/SP
Fetec-CUT/SP
Fetec-CUT/SP
Federa-CUT/RJ
Feeb SP/MS
Feeb BA/SE
Demais federações cutistas
Afubesp
O presidente do Sindicato, Roberto Vicentim, também encaminhou um vídeo aos trabalhadores lotados na base da entidade, dialogando com a categoria sobre mais esta arbitrariedade e sobre as ações do movimento sindical para que o banco recue da decisão nesse momento em que os casos de contaminações em decorrência da Covid atingem recordes diários.
Vicentim ressaltou, ainda, a importância d@s bancári@s manterem a comunicação com o Sindicato, denunciando as irregularidades para que a entidade possa tomar as medidas cabíveis pela garantia dos direitos dos trabalhadores.
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