03/12/2021
Bancários revertem decisão do Itaú sobre retorno ao trabalho presencial

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e o Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú se reuniram com a direção do banco, na tarde dessa quinta-feira (2), para retomar a pauta de reivindicações. O principal avanço do encontro foi a reversão da decisão do Itaú, que havia convocado o grupo de risco para retornar ao trabalho presencial.
Este é o resultado de muita luta em defesa do cumprimento dos protocolos contra a Covid-19 e para a proteção à saúde dos trabalhadores. "A mobilização dos bancários organizados no Sindicato contra a arbitrária decisão do banco de retorno do grupo de risco ao trabalho presencial, busca proteção e garantir que a vida e a saúde sejam prioridade. Não poderíamos aceitar que o setor que mais lucra no Brasil colocasse os trabalhadores novamente em risco em um momento que ainda é de pandemia mundial", ressaltou o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Júlio Trigo.
“O cenário em outros países comprova isto. A nova variante é uma ameaça real. É importante o avanço da vacinação, como também o cumprimento dos protocolos de saúde e o uso correto das máscaras”, completou Carlos Damarindo, coordenado do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú.
Ainda no âmbito da saúde, além de se comprometer a manter em home office os trabalhadores de grupos de risco, o Itaú disse que continuará fazendo campanha para incentivar a vacinação das funcionárias e funcionários, inclusive pedindo a dose de reforço ao grupo de risco. O banco disse ainda que está intensificando a importância do protocolo de segurança sanitária entre os bancários por meio de campanha interna.
Demissões
Outro ponto de destaque na mesa de negociação foram as demissões em agências e departamentos. Trabalhadores apontam que muitos desligamentos ocorrem pela cobrança de metas abusivas e avaliações de performance. A COE cobrou do Itaú uma posição sobre as demissões que estão ocorrendo nas agências de todo o país.
“Precisamos saber quais locais estão passando por reestruturação e se estão ocorrendo contratações. A necessidade da criação de um centro de realocação para os funcionários é urgente”, disse o coordenador da COE do Itaú, Jair Alves dos Santos.
O banco declarou que haverá o fechamento de agências deficitárias e que os funcionários serão realocados em outras agências.
Os representantes dos trabalhadores também cobraram do banco explicações sobre denúncias de que funcionários estão sendo desligados por não terem as certificações CPA 10 e CPA 20. “O banco nos respondeu que isso [o desligamento por falta das CPAs] não é uma política institucional. O Itaú precisa emitir um comunicado oficial sobre o procedimento para certificação e esclarecimento aos funcionários”, cobrou o coordenador da COE.
Parcelamento de dívidas
Os trabalhadores também reivindicaram a retomada da discussão do parcelamento da devolução antecipação salarial feita pelo banco aos funcionários que se afastam para tratamento de saúde, conforme previsto na cláusula 65 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Uma nova reunião será marcada para que o banco apresente um acordo para que todas a entidades sindicais avaliem em conjunto e passe a ser válido para todo o país. O banco disse que terá problemas operacionais na folha de pagamento, caso tenha que fazer o acordo por sindicato.
Banco de horas negativo
O acordo de banco de horas negativas, feito entre os representantes dos trabalhadores e o banco, com vigência de dois anos, vence em agosto de 2022. No encontro desta quinta-feira (2), o Itaú se comprometeu a agendar uma nova data, ainda neste mês de dezembro, para discutir o tema.
Diversidade
O banco concorda com as reivindicações dos movimentos sindicais para promover o respeito à diversidade e disse que irá agendar uma reunião para debater o tema. Entre os pontos defendidos pelos trabalhadores estão a igualdade salarial entre homens, mulheres, brancos e negros e o combate a toda e qualquer forma de discriminação contra as mulheres, identidades raciais, LGBTQIA+, imigrantes, jovens, idosos, pessoas com deficiência e contra intolerância religiosa e política.
Segurança bancária
O banco também se comprometeu a agendar uma nova data para debater, especificamente, o tema com a participação de um diretor responsável pela segurança bancária. Nesta pauta, os trabalhadores ressaltam a importância de garantir a proteção aos trabalhadores e clientes nas agências de negócios e unidades de varejo; manutenção de vigilantes; porta de segurança com detecção de metais; segurança ao manuseio de numerário e escudos de proteção entre outros equipamentos de segurança nos locais de trabalho.
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