08/06/2021

Maioria dos reajustes de abril fica abaixo do necessário para repor inflação, revela Dieese



Análise do DIEESE revela que 60% dos reajustes salariais de abril ficaram abaixo de 6,94%, inflação acumulada em 12 meses, encerrados em março, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE). Ou seja, a maior parte dos salários sofreu perda real no valor. Reajustes acima do índice inflacionário foram observados em 17% dos casos; e iguais, em 23%.

A variação real média dos reajustes em abril foi de -1,28% e 50% dos resultados apresentaram perdas salariais iguais ou superiores a 0,58%.

> Confira análise completa AQUI.

“As negociações estão cada vez mais difíceis e os reajustes de abril revelam a persistência de um quadro desfavorável para os trabalhadores, que começou a se agravar em outubro de 2020. A categoria bancária, no entanto, é uma das poucas que conseguiram reajustes salariais acima da inflação, graças a atuação dos sindicatos que negociaram o Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022”, ressalta o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.

Quando a categoria negociou o acordo coletivo de dois anos havia uma realidade econômica imposta pelo atual governo com privatizações e cortes de direitos (reforma trabalhista e reforma da previdência). Em um cenário de reajuste zero para a maioria dos trabalhadores, os bancários arrancaram, para 2020, aumento de 1,5% nos salários, com abono de R$ 2 mil. E, ainda, a reposição da inflação (estimada em 2,74% no período) para as demais verbas, como vales alimentação e refeição e auxílio-creche/babá. Hoje, mesmo diante do cenário devastador da pandemia para o mundo e, mais ainda para o Brasil, garantiu a reposição do INPC acumulado no período de 1º de setembro de 2020 a 31 de agosto de 2021 e aumento real de 0,5% para salários e demais verbas, assim como para os valores fixos e tetos da PLR.

Bolsonaro com supersalário e povo sem reajuste da inflação

Enquanto a maioria dos trabalhadores brasileiros não conseguiu garantir nem o reajuste integral da inflação no salário-mínimo, uma simples canetada de Bolsonaro elevou seu salário e de membros do primeiro escalão em até 69%. A decisão pela nova regulamentação vem em um momento crítico, no qual o país atravessa a sua maior crise econômica, social e sanitária de todos os tempos e os cidadãos sofrem cotidianamente os efeitos do regime de austeridade proposto e aprovado pelo governo.

“Nosso acordo é importante porque garantiu direitos, garantiu a convenção coletiva de trabalho e, acima de tudo, garantiu-nos ter reajuste salarial e tranquilidade. Entretanto, o panorama das negociações nos últimos meses reforça a importância de os trabalhadores fortalecerem o sindicato e participarem das atividades propostas, mesmo que de maneira virtual devido à pandemia que enfrentamos. Diante de tantas ameaças e ataques contra a categoria, e a classe trabalhadora de forma geral, manter nossa união e organização é fundamental para resistir na luta. Sem mobilização não há conquistas!”, alerta Vicentim.
Fonte: Seeb Catanduva, com informações do Dieese

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