12/03/2021
Mesmo com situação alarmante, Fenaban frusta e não avança na proteção da categoria

Na véspera de completar um ano da primeira reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para debater ações que protejam a categoria bancária contra a pandemia do coronavírus, as partes voltaram a se reunir para discutir medidas contra o agravamento da situação. Neste período, 35 reuniões trataram do assunto, sendo 19 de forma específicas. Porém, o resultado da reunião na tarde de quinta-feira (11) não foi dos melhores.
A boa notícia ficou por conta do primeiro ponto abordado, a proposta de inclusão da categoria bancária como prioritária no Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19. A Fenaban concordou prontamente com a reivindicação dos trabalhadores e disse que irá reforçar os esforços do movimento sindical junto ao poder público. A Contraf-CUT, representando o Sindicato, também vai enviar carta ao Ministério da Saúde reivindicando a inclusão da categoria entre os setores profissionais prioritários para a vacinação, após os grupos de risco (profissionais da saúde e idosos).
“Os bancários são uma das categorias que não pararam de trabalhar em nenhum momento. Mantiveram, desde o início da pandemia, o atendimento à população. Por isso, devemos estar na lista de prioritários”, explicou Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Reivindicações
Visitas externas – Quando a discussão foi sobre o retorno das reivindicações apresentadas na semana passada, as notícias não foram boas. Sobre a denúncia da pressão para que os bancários façam visitas externas, a Fenaban garantiu que vai orientar a todos os bancos que as reuniões presenciais de gerentes sejam exclusivas de casos emergenciais. Esse ponto preocupa o Sindicato porque, segundo relatos de bancários, há casos em que as pessoas não estão usando máscaras nos locais visitados, ou mesmo pedem para que o bancário tire a máscara. Os representantes dos trabalhadores voltaram a cobrar a suspensão total. Os representantes dos bancos ficaram de retornar.
Diminuição dos horários das agências – Os bancos disseram que irão reduzir o horário de atendimento: das 9h às 10h, atendimento exclusivo aos clientes do grupo de riscos, idosos e gestantes. Entre 10h e 15h, no máximo, atendimento aos demais clientes. Essas limitações de horário não valem para a Caixa, que irá iniciar o pagamento da nova fase do auxílio emergencial.
Teletrabalho – A Fenaban disse que 14 instituições financeiras já efetuaram o retorno dos trabalhadores do sistema presencial para o teletrabalho. Ficou de apurar ainda se outros bancários irão retornar a esta situação.
Pressão das metas – o Sindicato voltou a reforçar que é fundamental que os bancos reduzam as metas durante este momento de crise sanitária e econômica por que passa o país, mas a Fenaban também não apresentou resposta sobre essa reivindicação.
Demissões – O Comando reivindicou que os bancos suspendessem as demissões nesse pior momento da pandemia. Sobre essa questão, ficou acertada uma nova reunião para a tarde da próxima terça-feira (16), às 13h.
Sobre as demais reivindicações, os representantes dos bancos se comprometeram a responder até esta sexta-feira (12).
“A gente quer ter as proteções que tínhamos no ano passado. Tivemos uma fase com muitos problemas, muitas mortes e pedimos a suspensão das demissões. Agora, estamos em uma fase pior ainda. Precisamos ter mais rigor no cumprimento das medidas de proteção, a volta do teletrabalho, o fim das demissões e a redução do horário de atendimento e das metas. A gente está pedindo para que os bancários não fiquem tão expostos como estão agora”, disse a presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional.
De acordo com informações divulgadas na quinta-feira (11) pelo governo, 53 cidades paulistas estão com 100% de ocupação de unidades de terapia intensiva (UTIs), na grande São Paulo é de 86,7% e a média de ocupação de UTIs no estado é de 87,6%. São os índices mais altas já apresentados pelo estado em toda a pandemia.
"Ano passado, quando foi decretada a pandemia pela OMS, conseguimos grandes avanços em mesa de negociação com as instituições financeiras, garantindo a preservação da saúde e da vida de muitos bancários. Com a gravidade da situação atual, com o sistema público de saúde correndo o risco de colapsar, esperávamos que a Fenaban atendesse nossas reivindicações e anunciasse a adoção de medidas mais rigorosas. A categoria bancária foi considerada essencial para o atendimento à população durante a pandemia. Queremos que a vida de cada trabalhador seja também considerada essencial e protegida. Agora, esperamos que nesta sexta-feira as negociações avancem", reforçou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Carlos Vicentim.
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