25/02/2021

Live lança campanha nacional contra a privatização do patrimônio público brasileiro



Foi lançada na quarta-feira (24) a campanha “Não deixem vender o Brasil”, promovida pela CUT e entidades filiadas, em defesa das empresas estatais brasileiras. A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, participou do debate junto com dirigentes sindicais e parlamentares.

A live foi mediada pelo secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, que informou que a campanha vai apresentar a partir desta quinta-feira (25) peças publicitárias em emissoras de TV e rádio, além das redes sociais da central e das entidades que apoiam a luta.

Bancos públicos

“Essa é uma campanha em defesa do povo brasileiro. Quando falamos que defender a Caixa é defender o Brasil, também queremos dizer que defender a Petrobras, defender a Eletrobras e os Correios também é defender o Brasil. São empresas lucrativas. No caso dos bancos públicos, são responsáveis por 80% do crédito de quase todas as regiões do país, 69% do credito imobiliário está na Caixa, que também atendeu a população no auxilio emergencial. O Banco do Brasil ofereceu na pandemia crédito para pequenas e medias empresas, com o crédito direcionado. O Banco do Brasil atendeu 110 mil medias e pequenas empresas na pandemia. O Itaú atendeu 47 mil. Os bancos públicos são ferramentas importantes para o crescimento econômico e geração de emprego e renda”, falou a presidenta da Contraf-CUT.

O objetivo de alertar a população para a ameaça da privatização foi destacado pelos participantes da live. “Vivemos um momento de ameaça com a entrega de um bem valioso. O objetivo da campanha é despertar na sociedade brasileira a necessidade de defender as empresas públicas. Que as empresas públicas sejam de todos e não de uns poucos empresários”, alertou Ariovaldo de Camargo, secretário de Administração e Finanças da CUT.

Petrobras

A importância das empresas públicas para a economia brasileira e a geração de empregos foi outra questão levantada pelo coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. “Sabemos as riquezas geradas por essas empresas geram empregos e renda. Sabemos da importância da Petrobras, criada a partir de uma grande mobilização social. Nós já temos algumas sinalizações de vitórias, como a queda de Roberto Castelo Branco (presidente da Petrobras) nos demonstra que as mobilizações que foram feitas, principalmente sobre o preço justo dos combustíveis. Isso chamou a atenção da sociedade e fez o governo recuar em alguns temas”, ressaltou o coordenador da FUP.

Os males que a privatização causa na vida da população foi o alerta feito pela deputada federal Gleisi Hofmann (PR), presidenta nacional do PT. “Estamos preocupados porque a cabeça do governo é de que precisa entregar tudo para o privado. Um exemplo é o que estão fazendo com a Petrobras, que sofre uma intervenção do mercado. A Petrobras mudou sua política de preços e agora sofre a venda fatiada. Agora, a gasolina está alta, o diesel e o gás de cozinha. A margem de lucro do diesel na Petrobras chegou a 150%. Outra ameaça é a privatização da Eletrobras. Energia elétrica é estratégica”, destacou a deputada.

População de baixa renda

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto, também participou da live. Ele lembrou que a Caixa completou em janeiro 160 anos e destacou que o banco sempre foi o local onde as pessoas de baixa renda depositaram suas esperanças. “Na pandemia, mais uma vez a Caixa se mostrou fundamental para atender a população de baixa renda, principalmente com o pagamento do auxílio emergencial. Metade da população brasileira passou pela Caixa nesse período. O governo já manifestou interesse de vender o setor de cartões de crédito e outras áreas do banco, Tudo isso para enfraquecer a Caixa. É ataque à população de baixa renda”, ressaltou Takemoto.

Defender as empresas estatais, patrimônio do povo brasileiro, sobretudo os bancos públicos, é uma das principais bandeiras do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região. Por isso, a entidade apoia a Campanha, destaca importância da conscientização e da luta em defesa das empresas públicas. 

"Há décadas, o Sindicato integra estas frentes de luta, que visam conscientizar a população sobre o papel estratégico das estatais no desenvolvimento do país. Estas iniciativas se tornam cada vez mais importantes, principalmente diante do atual governo federal, que já deixou claro por meio de inúmeras tentativas que pretende entregar nosso patrimônio à iniciativa privada, favorecendo o mercado em detrimento de toda a população, sobretudo da mais carente, que precisa dessas empresas como fomentadoras de políticas públicas que auxiliam no desenvolvimento e crescimento do país. Os bancos públicos, por exemplo, são importantes nas mais variadas esferas do Brasil, como a agricultura familiar, infraestrutura, saneamento, financiamentos habitacionais, financiamento estudantil, FGTS, entre vários outros. Essa experiência de vender patrimônio não deu certo em nenhum lugar do mundo. Estatais foram vendidas e as dívidas só aumentaram. Capacidade de investimento se tem com as empresas públicas que são lucrativas e ajudam a desenvolver as regiões", reforçou o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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