21/01/2021
Sindicato se mobiliza contra o desmonte do BB

Nesta quinta-feira (21), Dia Nacional de Luta para os bancários e bancárias do BB, protestos tomaram conta de todo o país. Com atividades de mobilização, sempre respeitando as medidas de combate à pandemia de Covid-19, o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região foi às redes e às ruas para denunciar o processo de restruturação do banco público.
Além de desligar 5 mil trabalhadores, o projeto de desmonte do BB tem como meta fechar 112 agências, 242 postos de atendimento e sete escritórios, em um total de 361 unidades em todo o país. As medidas, que trazem impactos negativos ao funcionalismo, aos clientes e aos usuários, foram anunciadas pela direção da empresa no último dia 11, sem transparência e sem discussão prévia com a representação dos bancários.
Diretores do Sindicato percorreram as agências para mobilizar os bancários e dialogar com a população. A unidade localizada na Rua 7 de setembro, em Catanduva, que terá seu funcionamento encerrado pelo banco, teve sua abertura retardada em 1h em forma de protesto. Os bancários também participaram de uma reunião com dirigentes sindicais sobre as medidas anunciadas, que afastam o BB do seu papel enquanto banco público e ocasionarão, ainda, demissões, descomissionamento de milhares de funcionários e a extinção dos caixas executivos.
Em Ibitinga, também houve retardamento na abertura da agência e reunião com os trabalhadores e o dirigente Luiz Eduardo Campolungo.

“Bolsonaro e Guedes querem jogar 5 mil famílias no desemprego, fechar 300 agências e unidades administrativas, deixar inúmeros bairros e até cidades inteiras sem atendimento bancário, sem nenhum acesso ao maior banco público do país, ignorando completamente a importância desta instituição”, denunciou o secretário geral do Sindicato, Júlio César Trigo.
Faixas também foram afixadas na fachada das agências alertando clientes e usuários, que terão entre tantos prejuízos um atendimento ainda mais precarizado. Houve, ainda, panfletagem e a distribuição de uma Carta Aberta ao funcionalismo, além de uma grande mobilização nas redes sociais, com a participação massiva da categoria, que levou a hashtag #MeuBBValeMais aos trending topics do Twitter.

“O Dia Nacional de Luta é para mostrar a direção do banco que os funcionários querem e precisam de garantias no processo de reestruturação. Não estamos falando apenas de desemprego. Estamos conscientizando a população sobre o desmonte de um dos principais patrimônios públicos do país. Além do impacto do fechamento de agências na rotina de bancários e clientes, haverá restrição de acesso ao crédito, por exemplo”, avaliou o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
O Banco do Brasil é um banco centenário, criado em 1808, e conta com 4.368 agências em todo o Brasil. Sozinho, responde por 55% do crédito rural no país, percentual que chega a 93% no Norte e quase 80% no Nordeste e Centro-Oeste.
“Cruzamos mais uma vez nossos braços em respeito àqueles que mantiveram o banco funcionando em meio a uma crise econômica e sanitária sem precedentes, mas, defender a continuidade do BB como instituição pública e forte é dever de toda a sociedade. Dos trabalhadores, que precisam de seus empregos e direitos garantidos, e da população que se beneficia do acesso ao crédito, do investimento em infraestrutura, habitação e agricultura familiar, do alimento mais barato na mesa do brasileiro. É preciso ampliar nossa resistência. Não podemos deixar que esse desgoverno acabe com BB e prejudique um país inteiro”, finalizou Vicentim.

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