26/10/2020
Responsabilidade social dos bancos é cobrada diante da alta do desemprego no país

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, alertou para a responsabilidade dos principais agentes econômicos do país diante da taxa recorde de desemprego, registrada na última sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa subiu para 14% em setembro (em agosto estava em 13,6%), a maior da série histórica da Pnad Covid, pesquisa criada pelo IBGE para medir o impacto da pandemia no mercado de trabalho e na saúde da população.
“Se a pandemia contribuiu bastante para essa taxa recorde, o que vemos agora são setores da economia que passam a impulsionar de forma mais intensa o desemprego. É o caso dos bancos, um setor que lucrou este ano e demite cada vez mais, mês a mês”, declarou Juvandia, para quem é uma contradição que o setor financeiro tenha registrados lucro durante a pandemia e inicie uma escalada de demissões.
Lucros recordes
Em 2019, os lucros nos bancos bateram recordes. O lucro dos cinco maiores bancos do país (Itaú, Santander e Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica) somou R$ 108 bilhões no ano passado, uma alta de 30%,3% em 12 meses. O Itaú registrou, em 2019, um lucro de R$ 28,3 bilhões, o Bradesco, R$ 25,8 bilhões e o Santander, R$ 14,5 bilhões. São esses três bancos que agora batem recordes de demissões. Passaram a demitir seus funcionários antes do final do primeiro semestre deste ano, semanas depois de se comprometerem na mesa de negociações com o movimento sindical a não recorrerem à demissão durante a pandemia. Desde janeiro, foram mais de 12 mil demissões.
Neste ano, o lucro dos cinco maiores bancos chegou a R$ 30 bilhões no primeiro semestre. Um número que pode estar subestimado devido ao recurso fiscal usados pelos bancos, de reservarem parte dos resultados como provisionamento, dinheiro de reserva para se proteger em caso de possíveis calotes dos clientes.
Escalada de demissões
Este ano, os bancos se comprometeram a não demitir durante a pandemia, acordo firmado com o movimento sindical bancário e que foi desrespeitado. De acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, foram 12.794 demissões. No levantamento do Caged para os meses de junho, julho e agosto fica claro que aumentou o ritmo das demissões na categoria. Em junho, foram registradas 1.363 demissões, número que sobe para 1.634 em julho e atinge 1.841 em agosto.
“Não é o momento para demissões, principalmente para empresas que estão lucrando. Vivemos uma situação de calamidade sanitária e social e os bancos precisam ter responsabilidade”, disse a presidenta da Contraf-CUT. Por causa da escalada de demissões, que cresce a cada mês, a Contraf-CUT, o Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região e demais entidades representativas dos trabalhadores iniciaram uma campanha nacional contra as demissões. “Os bancos se comprometeram na mesa de negociações que não iriam demitir durante a pandemia. A pandemia não acabou e o compromisso ainda está colocado”, cobrou Juvandia Moreira.
"Nenhum outro setor da economia tem tido o lucro que os bancos têm. E mesmo lucrando, essas instituições não respeitam seus clientes, usuários e a nossa categoria, com as demissões durante a pandemia. O que estão fazendo é desumano. Demitir bancários e bancários em meio a essa crise sanitária e econômica que estamos vivendo e sem justa causa é inadmissível e não vamos nos calar diante dessa situação. Vamos lutar e resistir em defesa dos direitos e empregos dos trabalhadores, e caso os bancos não recuem, vamos intensificar nossas ações. A vida está acima do lucro!", acrescenta o secretário geral do Sindicato, Júlio César Trigo.
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