21/10/2020
63% dos brasileiros temem perder emprego, demonstra pesquisa do Instituto Ipsos

Seis em cada 10 trabalhadores brasileiros têm medo de perder o emprego nos próximos 12 meses, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos a pedido do Fórum Econômico Mundial (FEM). O Brasil está entre os dez países que têm a maior proporção de empregados com este temor.
O levantamento mostra que a Rússia possui mais trabalhadores com medo do desemprego (75%), seguida pela Espanha (73%). Em nono, o Brasil possui 63%. Entretanto, os brasileiros possuem um nível alto de preocupação, e 32% se disseram muito preocupados com a ameaça de demissão.
Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese, afirma que o medo dos brasileiros de perder o emprego está vinculado à estruturação do mercado de trabalho. “Os países como Brasil e Rússia, que possuem um mercado desestruturado, levam um receio muito grande para seus trabalhadores em relação à perda do emprego”, explicou, em participação no Jornal Brasil Atual.
No Brasil, a elevada taxa de desocupação tem aumentado ainda mais desde o início da pandemia. Na penúltima semana de setembro, o Brasil atingiu a marca de 14 milhões de brasileiros sem emprego, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Automação do emprego
Segundo o especialista do Dieese, o baixo crescimento que já existia mesmo antes da pandemia é um fator importante para explicar o aumento do desemprego, mas os trabalhadores formais também começam a perder espaço com o avanço da tecnologia e automação da mão de obra, processo que pode ter se acelerado nos último meses.
“Existe a tecnologia chegando e substituindo a mão de obra dos trabalhadores formais e uma alta vulnerabilidade no setor informal. Tudo isso diante de uma desaceleração econômica com ampliação da taxa de desemprego, o que não permite às pessoas entrarem no mercado de trabalho. Elas passam a viver uma instabilidade grande”, explica o diretor técnico do Dieese.
A pesquisa mostra ainda que o temor pelo desemprego é em parte superado pela expectativa de requalificação profissional, promovida pelo próprio empregador, para atender às novas demandas. No Brasil, 79% dos trabalhadores disseram estar confiantes com a possível requalificação no trabalho.
Fausta acredita que a requalificação é importante, porém, é insuficiente diante do quadro atual. “A qualificação profissional sempre foi vendida como um mecanismo para o trabalhador se reintegrar ao mercado, mas não vemos isso. As pessoas que estão na base da pirâmide estão voltando em condições de maior vulnerabilidade e menos renda”, apontou.
O secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Júlio César Trigo, também destaca a falta de um plano de governo capaz de gerar o desenvolvimento econômico com justiça e inclusão social através da geração de emprego decente. Na contramão, a gestão Bolsonaro oferece à população brasileira projetos que visam cada vez mais a retirada de direitos sociais e trabalhistas.
"A economia brasileira vive uma depressão, estagnada, com elevada taxa de desemprego. O que o Brasil precisa é de medidas que gerem postos de trabalho e renda e promovam o bem-estar da população. Para isso, é preciso haver investimento público e acabar com o pressuposto de que para gerar emprego você tem que precarizar as condições de trabalho. Estamos em período eleitoral e devemos aproveitar o momento para também repensarmos e analisarmos os projetos de governo à nível municipal, sobretudo no que tange à geração de emprego e renda para nossos municípios e região", conclui Trigo.
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