22/06/2020
A realidade cada vez mais difícil dos empregados PCDs na Caixa Econômica

A situação dos trabalhadores com deficiência (PCDs) está cada vez mais difícil. O discurso do banco inclusivo não se alinha com a realidade sofrida pelos trabalhadores. Falta respeito, oportunidades e uma cultura organizacional inclusiva.
A Lei de Cotas Nº 8.213, estabelecida em julho de 1991, determina que as empresas com 100 ou mais funcionários são obrigadas a preencher de 2 a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência. Apesar disso, no ano passado, apenas 1,75% dos empregados da Caixa eram PCDs.
Após ter sido obrigado judicialmente, em ação do Ministério Público, a Caixa convocou os PCDs aprovados do concurso de 2014, mas logo em seguida começou a demitir os empregados arbitrariamente ainda no período de experiência estabelecido pela lei.
Uma recente reportagem publicada no portal “Diversificou”, apresenta relatos de diversos trabalhadores que passaram por constrangimentos, discriminações e até mesmo violência física, antes de serem demitidos. O ex-funcionário Marcelo Oliveira (nome fictício), de 43 anos, conta que os colegas eram grosseiros, o xingavam de “gordo” e o constrangiam na frente de clientes, chegando até a ser agredido com um tapa na nuca em uma agência no Rio Grande do Sul.
Os que continuam trabalhando mesmo sem treinamento e estrutura adequada, enfrentam mais um desafio: a falta do Saúde Caixa. Atualmente são quase 2 mil funcionários nessa situação, lidando com o risco de serem contaminados pelo coronavírus e sem um plano de saúde adequado para atender suas necessidades. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que não tem Saúde Caixa, achou razoável comparar sua situação com a dos trabalhadores sem o plano. Em pronunciamento feito no mês de maio , Guimarães zombou dos novos empregados ao dizer que “nem ele tem plano de saúde pela Caixa”.
O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto, considerou inaceitável a Caixa deixar os trabalhadores sem o Saúde Caixa, principalmente neste momento de pandemia. “Os trabalhadores continuam sem o Saúde Caixa nesse momento gravíssimo onde ter um plano de saúde representa a vida. Infelizmente a Caixa não teve sensibilidade para incluí-los", afirmou.
A forma com que a Caixa lida com esses funcionários é simplesmente inaceitável. São pessoas que sonharam com esse emprego, passaram no concurso e agora estão sendo humilhadas por causa de suas condições.
O movimento sindical já denunciou a Caixa junto ao Ministério Público do Trabalho por causa das demissões ainda em período probatório, mas diante da pandemia, o órgão suspendeu o inquérito por 60 dias. Recentemente, as entidades representativas também encaminharam um ofício ao banco para exigir a imediata inclusão dos seus trabalhadores no plano de saúde dos empregados da Caixa.
“Empregados ativos, aposentados, pensionistas e dependentes, todos sabemos a relevância dessa assistência e não vamos renunciar a isso. A assistência à saúde permite que o trabalhador da Caixa possa cuidar da sua saúde e de sua família. Lutamos para que o Saúde Caixa permaneça como um direito e inclua todos os empregados, independente da data de contratação”, reforça o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Itaú antecipará pagamento da PLR e da PCR para o dia 25
- Bancários aprovam proposta do Bradesco para novo PPR Supera
- Sindicato celebra o Dia do Bancário com show de prêmios e reconhecimento à categoria
- Receita enquadra fintechs nas mesmas exigências de transparência dos bancos
- 1º semestre da Funcef registra rentabilidade acima da meta atuarial
- Bancários do Bradesco votam proposta do Programa Supera em assembleias nesta sexta-feira (29)
- Representantes do GT Banco do Futuro definem pautas da próxima reunião com a Caixa
- Dia do Bancário: história de luta, conquistas e transformação social
- Megaoperação revela que PCC utiliza fintechs para lavar bilhões de reais
- Sindicato alerta para nova tentativa de golpe utilizando nosso parceiro jurídico Crivelli Advogados
- Dia do Bancário: Sindicato presente nas agências reforça diálogo e defesa de direitos
- Sindicato vai às ruas em defesa do Banco do Brasil e da soberania nacional
- Saúde Caixa: Caixa é ágil ao tentar minimizar impacto de projeções de reajuste, mas silencia sobre fim do teto em alteração de estatuto
- Reajuste salarial, PLR, VA e VR: Quanto e quando você vai receber?
- 10 motivos para você ir às ruas no 7 de setembro defender a soberania nacional