06/03/2020

#8M: Dia Internacional da Mulher destaca a luta contra a violência e pela igualdade de oportunidades



O 8 de março, Dia Internacional da Mulher, não é apenas uma data para homenagear as mulheres, mas um dia que simboliza as lutas e reivindicações por direitos e igualdade.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1975.

A data é fruto de diversas lutas das mulheres em todo o mundo. No Brasil, essas lutas resultaram em conquistas importantes, como o direito a cursar a universidade (1879), o direito de votar e ser votada (1932) e a criação das leis Maria da Penha (2006) e do Feminicídio (2015).

Na categoria bancária, a organização das trabalhadoras já garantiu importantes conquistas para as mulheres. Entre elas, a licença maternidade de 180 dias, campanhas contra o assédio sexual no trabalho, a realização do Censo da Diversidade para promover a igualdade de oportunidades e, em 2020, a criação de canais de atendimento nos bancos para mulheres vítimas de violência.

Além das pautas de superação da violência e da ampliação das liberdades individuais, a defesa da democracia e de uma sociedade mais justa, igualitária e livre de opressões e exploração sempre foram questões centrais na luta das mulheres.

É por isso que, neste 8 de março, as mulheres tomarão as ruas para resistir e denunciar o retrocesso que tem sido o atual governo, que promove o desmonte dos direitos trabalhistas e sociais das trabalhadoras. Com o tema ‘Resistência tem Nome de Mulher’, os atos, que acontecem em todo o país, serão em defesa da democracia, da educação, da saúde, dos empregos, pelo fim do feminicídio e por políticas sociais. 

O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim ressalta que o Sindicato, como entidade cidadã, está sempre atento à defesa dos interesses da categoria e, especialmente, das mulheres. E, neste mês dedicado a elas, reforça ainda mais a luta para que sejam respeitadas e valorizadas.

"Parabenizamos as mulheres por sua força, coragem e capacidade de luta na busca por respeito, dignidade e igualdade de oportunidades. E destacamos que o momento é, sobretudo, de reflexão sobre as injustiças que ainda permeiam o universo feminino. Após séculos buscando pela afirmação da figura feminina na sociedade, sua ampliação na vida pública e o reconhecimento de sua importância no mundo do trabalho, a mulher continua sendo discriminada no âmbito profissional. Atualmente, elas ainda têm de lutar contra os retrocessos promovidos pelo governo atual para que não retirem direitos conquistados, contra o desmonte do Estado e de suas políticas públicas, como saúde e educação. Somamo-nos à mobilização das mulheres de todo o país, reforçando sua união e resistência na luta pelo fim do feminicídio e da violência de gênero, contra o assédio moral e sexual, por direitos, representatividade política, salários iguais e pela democracia", afirma Vicentim. 

Conquistas das mulheres no Brasil

1934  – As mulheres conquistam o direito ao voto.

1975 – São criados diversos grupos de discussão sobre a questão da mulher. Os jornais “Nós Mulheres” e “Brasil Mulher” dão voz ao movimento pela anistia, inicialmente promovido pelas feministas.

1978 – Acontece o Congresso da Mulher Metalúrgica. As mulheres intensificam a luta por creches, direitos trabalhistas, salários iguais ao dos homens, serviços de atendimento (educação, saúde e vítimas de violência) e pela divisão do trabalho doméstico.

1985 – Surge a primeira Delegacia da Mulher em São Paulo. Cresce o número de serviços voltados para a mulher (S.O.S. Mulher, Serviço de Orientação à Família).

1990 – Multiplica-se o número de ONGs e serviços de atendimento da mulher.

2006 – Sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei Maria da Penha (lei 11.340) foi criada para combater à violência doméstica contra a mulher no Brasil. A norma estabeleceu que a violência doméstica –física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral– é crime.

2015 – A então presidenta Dilma Rousseff sanciona lei que transforma o feminicídio em crime hediondo.

2020 – Este ano as bancárias tiveram uma importante conquista. Em mesa de negociação, no dia 19 de fevereiro, a Fenaban (federação dos bancos) acatou proposta do Comando Nacional dos Bancários e aceitou criar um canal de atendimento a bancárias vítimas de violência. A categoria pretende assinar esse acordo ainda em março. A ideia é criar mecanismos para amparar as bancárias que muitas vezes acabam sofrendo caladas.

Dados cruéis

Apesar das lutas que resultaram em diversas conquistas ao longo dos anos, há dados muito cruéis que precisam ser combatidos. No mercado de trabalho, por exemplo, mulheres recebem, em média, 17% a menos que os homens por hora de trabalho na América Latina e Caribe. No Brasil, a diferença é ainda maior, de 25%, segundo a Organização Internacional do Trabalho. Além disso, há muitas barreiras para as mulheres negras, refugiadas, lésbicas, transsexuais e mulheres com deficiência.

Em relação à violência, o Brasil é o 5º país com maior taxa de homicídios de mulheres. A cada duas horas uma mulher é vítima de feminicídio. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 3.200 mulheres foram vítimas desse crime hediondo entre 2016 e 2018 no país. No Estado de São Paulo, foram registradas 1.066 ocorrências de estupro apenas em janeiro de 2020.

Mulheres bancárias em luta

Em consulta realizada pela Contraf-CUT entre os dias 28 de janeiro e 11 de fevereiro, que foi também divulgada pelo Sindicato em seu site, as bancárias definiram as principais bandeiras para o Dia Internacional da Mulher em 2020.

Veja os temas mais votados:

– Fim do assédio sexual e da cultura do estupro. A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil.

– Fim da violência contra a mulher e o feminicídio. No Brasil, uma mulher é morta a cada duas horas vítima da violência.

– Igualdade de oportunidades e salários. Atualmente, as trabalhadoras ainda ganham, em média, 20,5% que os homens no Brasil.  Na categoria bancária, as mulheres admitidas, em 2019, receberam em média 75,7% do que receberam os homens admitidos no mesmo período. E a diferença persiste durante toda a carreira: as mulheres desligadas em 2019 recebiam, em média, 74,2% da remuneração médias dos homens desligados no mesmo período.

– Combate ao racismo e todas as formas de discriminação contra as mulheres. Mesmo sendo 49% do quadro funcional nos bancos e tendo melhor formação, o número de mulheres em cargos de diretoria é muito pequeno e a remuneração é 22,3% menor que a dos homens. Entre as mulheres negras, é ainda menor.

– Políticas de emprego decente, não ao trabalho precarizado. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), trabalho decente é aquele adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna.
Fonte: Afubesp, com Contraf-CUT e edição de Seeb Catanduva

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