17/02/2020

Pesquisa: fim da violência contra a mulher é reivindicação antiga da categoria bancária



A escolha das bancárias da luta pelo fim da violência contra a mulher e do feminicídio como a principal bandeira no Dia Internacional da Mulher, na pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), fortalece uma antiga reivindicação da categoria.

Em reunião realizada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no final de novembro, o Comando Nacional dos Bancários cobrou o canal de atendimento às bancárias vítimas de violência. O debate sobre a proposta já havia sido iniciado em abril deste ano, na mesa de Igualdade de Oportunidades, mas até hoje o canal não foi criado.

“A criação de um canal sigiloso que possa acolher as vítimas de violência para orientá-las e dar assistência jurídica e psicológica é fundamental para ajudar a trabalhadora a romper o ciclo da violência”, disse a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis.

Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará revela que a violência doméstica custe cerca de R$ 1 bilhão por ano ao mercado do trabalho nacional. O cálculo é baseado no índice de absenteísmo: o número de mulheres violentadas que tem de faltar no emprego. As ausências ocorrem tanto em decorrência das licenças médicas e tratamentos quanto em função abalo psicológico que enfrentam após uma agressão.

A pesquisa levou em consideração o valor da hora trabalhada por mulheres e utilizou dados do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para estimar o efeito das faltas no trabalho nos demais estados do País.

“A expectativa é que a Fenaban possa dar continuidade nas discussões que já foram iniciadas na mesa de Igualdade de Oportunidades e tornar essa proposta uma realidade dentro dos bancos, o que será fundamental para dar a proteção e o respeito que precisam, além de manter o respeito no ambiente de trabalho”, completou Elaine.

"O canal de atendimento à mulher bancária vítima de violência é uma medida importante, que irá auxilia-la a identificar quando está vivendo uma situação de risco. Denunciar um agressor ou apoiar uma vítima pode evitar um desfecho trágico. Esse é um tema complexo, que envolve afetividades, vida familiar e os limites individuais de cada um. Precisamos falar sobre isso e esperamos que a Fenaban também se empenhe em nos ajudar a promover medidas que tornem o Brasil um país mais seguro e acolhedor para as mulheres”, acrescenta o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim.
 
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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